quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Número 21 - Capa


Ano VI - N. 21 - JUL. - AGO. - SET. 2012

EDITORIAL

Opção pela fraternidade
Angélica Santos

Aos poucos, mais um ano deste século vai-se esvaindo, sem que no Planeta, nossa morada, seja percebida, pela grande maioria, a necessidade de buscar e vivenciar os ensinamentos éticos e morais preconizados por Jesus e de que tanto carece a humanidade no momento caótico em que vivemos.
As calamidades provocadas pelo homem - quer contra a Natureza ou acontecimentos vividos no dia-a-dia da vida social - nos distanciam cada vez mais da convivência fraterna de que tanto necessitamos, para encontrar a paz, da qual tanto falamos e discutimos em encontros e movimentos, sem contudo alcançá-la, por não termos notado que ela se encontra em nós.
O ideal seria que nós, os espíritas, tentássemos, no ano que se aproxima, uma convivência maior entre as nossas Casas, fazendo com que o nosso movimento se tornasse mais fraterno, mais humanizado, levando em consideração o que preceitua o Pacto Áureo, vigorando entre nós desde 1949 se, no entanto, conseguir seu intento.
Por que não buscarmos, em 2009, instaurar uma campanha visando a um novo tempo de vivência amorosa e laboriosa entre nós, de modo que juntos possamos entender melhor a Nova Era que vive nossa Doutrina, seguindo os passos de Jesus através dos ensinamentos salutares de Allan Kardec?
Que tal se instituir nas células menores do movimento - as sociedades e centros espíritas - a educação como meta, junto às demais atividades, levando seus frequentadores a melhor entenderem o verdadeiro significado da Doutrina, provando que ela não é uma seita mirabolante capaz de realizar milagres?
Que possamos, no Ano Novo, confraternizar com nossa comunidade, com outros núcleos religiosos e com a sociedade como um todo, permutando conhecimentos sadios em busca da prática real do Evangelho.
O que acabamos de expor é a visão da equipe que faz a Tribuna Espírita de Salvador, levando nestas linhas o convite para que o próximo ano seja realmente de paz, compreensão e amor, sentimentos que são capazes de unir a todos em um melhor processo de interação social.

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LEIA NESTA EDIÇÃO

O Grupo Espiritual Raio de Luz, no bairro do Uruguai, é um dos mais jovens centros espíritas de Salvador e sua presidente e fundadora, Rita de Cássia Freitas Melo, é nossa entrevistada. Página 4

O escritor e expositor baiano Adilton Pugliese lançou uma nova obra que vem enriquecer em muito a bibliografia espírita, tratando das “nobres verdades”... Página 2

“Impermanência” é o tema do artigo de Olvanir Marques Oliveira, que comparece pela primeira vez em nosso jornal. Página 8

O Encontro Estadual de Espiritismo congrega os espíritas baianos no Centro de Convenções em novembro. Página 5

Você sabia que o famoso escritor francês Victor Hugo participava de sessões espíritas? Página 7

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Homenagem:

Carlos Bernardo Loureiro: o grande pesquisador espírita brasileiro.
(16.04.1942 - 10.08.2006)

Número 21 - página 2

MOVIMENTO

Adilton Pugliese lança as nobres verdades

O escritor e expositor espírita baiano Adilton Pugliese está com um livro novo na praça. Trata-se de “Nobres verdades espíritas”, que reúne crônicas publicadas anteriormente nas revistas Reformador, da Federação Espírita Brasileira, e Revista Internacional de Espiritismo. O lançamento, no dia 18 de outubro, acontece no Centro Espírita Deus, Luz e Verdade, repetido posteriormente, 6 de novembro, no C. E. Caminho da Redenção, ocasiões em que Adilton realizou palestra em torno de sua obra, que sai pelo selo da Livraria Espírita Alvorada Editora (LEAL).
Ex-presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia, Pugliese coordena, atualmente, as atividades do Departamento Doutrinário do Centro Espírita Caminho da Redenção, na Mansão do Caminho. Palestrante e articulista, é autor/organizador do livros “Obsessão: instalação e cura”, “Os anjos guardiães segundo o Espiritismo”, “Allan Kardec e o centro espírita”, “Reuniões doutrinárias e mediúnicas no centro espírita” – planejado e organizado em conjunto com a equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda.
“Nobres verdades espíritas” é, em síntese, uma louvação a Allan Kardec e à Terceira Revelação de Deus aos homens, o Espiritismo. “Os valiosos fundamentos da Doutrina Espírita, de aspecto científico, filosófico e ético, permitem amplas possibilidades de conexão com qualquer tema do pensamento humano, enriquecendo episódios históricos, quando examinados à luz da reencarnação, da imortalidade da alma, da influência dos Espíritos na vida humana”, salienta Adilton na apresentação de seu livro.
Nas crônicas, espalhadas em 33 capítulos, “grandes missionários de ontem e de hoje comparecem neste trabalho evocados pelo autor, contando episódios interessantes de suas trajetórias e expondo o ideário de suas reflexões os quais, reunidos em síntese admirável, compõem a saga de implantação, na Terra, do Consolador prometido por Jesus Cristo, que teve na figura de Allan Kardec seu mais expressivo representante encarnado”, conforme ressalta o prefácio de João Neves da Rocha, membro da equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda.

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CURTAS

A Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem) realizou no dia 27 de outubro um sarau com apresentações de música, poesia e teatro para marcar o encerramento e a premiação dos vencedores de seu primeiro concurso de contos, artigos e poemas, com o tema “A bênção da amizade”.

“Depressão e obsessão: as duas faces do problema” foi o tema de seminário que Cláudio Emanuel Abdala ministrou no dia 21 de outubro no Centro Espírita Deus, Luz e Verdade, com renda revertida para a Sociedade Espírita Campo da Paz, que Cláudio dirige no bairro de Jardim Nova Esperança.

Toda quinta-feira, às 20h30, vai ao ar o programa de rádio Conexão Jovem Espírita, produzido pela Coordenação de Infância e Juventude da Federação Espírita do Estado da Bahia (CIJ-FEEB) e realizado por integrantes de várias juventudes de centros espíritas de Salvador. Já foram ao ar nove edições do programa, disponíveis no blog http://www.cij-feeb.blogspot.com.br/.

O Centro Espírita Irmã Marília (Fazenda Grande IV - Boca da Mata – Setor 6, Caminho 57, n.° 3) realiza trabalho de pintura mediúnica no dia 14 de janeiro de 2013 – data de aniversário da instituição. Parte dos recursos angariados com a venda dos quadros será aplicada nas obras de reforma da Casa. Mais informações: (71) 3219-6955/3307-2206, com Cristina ou Jacilene.

Número 21 - página 3

MEMÓRIA

Carlos Bernardo Loureiro: a pesquisa do Espiritismo na Bahia

Filho de Antônio Loureiro de Souza e Elza Cajazeira Loureiro de Souza, Carlos Bernardo Loureiro de Souza era figura das mais conhecidas no meio espírita baiano e brasileiro, principalmente por sua dedicação à pesquisa da fenomenologia espírita. Aprofundou ainda mais seus estudos no campo a partir de 1986, no Círculo de Pesquisas Ambroise Parré, em Salvador, cidade onde nasceu em 16 de abril de 1942. Publicou, por diferentes editoras, mais de 15 obras, dentre as quais, "Das profecias à premonição", "Dos raps à comunicação instrumental", "Espiritismo & magnetismo - de Paracelso à psicotrônica", "Obsessão e seus mistérios", "Perispírito - natureza, funções e propriedades", "As mulheres médiuns" e "Visão espírita do sono e dos sonhos".
Teve artigos publicados em jornais espíritas do Brasil e do exterior, mas uma de suas mais conhecidas contribuições à divulgação do Espiritismo está materializada no Teatro Espírita Leopoldo Machado, o primeiro centro/teatro espírita do Brasil, sediado na capital baiana e com capacidade para 700 pessoas, onde, além de peças teatrais, são realizadas palestras doutrinárias. Possuía um currículo profissional extenso. Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, em 1973 participou da elaboração, em Brasília, do Código de Direito do Trabalho, sob a responsabilidade da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados.
Exerceu por longo tempo a advocacia e ocupou o cargo de assessor jurídico da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), onde trabalhou por 32 anos. Também lecionou Ética na Escola Superior de Advocacia da OAB/BA. Na década de 70 passou a se dedicar ao jornalismo espírita, onde fundou periódicos como Impacto, O Samaritano, Gazeta Espírita e Dimensões. 
Foi articulista, também, de diversos jornais espíritas do Brasil e Exterior. Intelectual dos mais notáveis e representativos no meio espírita, dedicou mais de 40 anos às pesquisas, ao estudo incessante e a divulgação, preocupando-se em manter a Pureza Doutrinária do Espiritismo, tendo muitas vezes travado memoráveis polêmicas com detratores da Doutrina; sempre com veracidade e argumentações claras.
Procurou combater as interpretações e traduções deturpadas das obras de Kardec, inclusive aquelas que surgiram no seio do Movimento Espírita Brasileiro, sempre enfatizando a importância de estudar também as obras complementares de acurado conteúdo científico e filosófico do Espiritismo; especialmente as de Ernesto Bozzano, Gustavo Geley, Gabriel Delanne, Alexander Aksakof, Camille Flammarion e outros eminentes pesquisadores. Idealizou e apresentou programas como Conversando Sobre Espiritismo (veiculado na Rádio Clube AM, na década de 80) e Encontro com a Cultura Espírita (sendo este programa sua última tribuna), exibido aos sábados pela TV Aratu (canal 4), alcançando sempre altos índices de audiência.
Dedicou 40 anos às pesquisas sobre a Obsessão e os trâmites do tratamento moral da desobsessão, tendo buscado ensinamentos com grandes espíritas como Aurelino Mota de Carvalho, Abel Mendonça e Josué Arapiraca, desenvolvendo a partir daí um método diferenciado no tratamento. Incansável pesquisador da fenomenologia espírita, aprofundando seus estudos de campo a partir de 1986, no Círculo de Pesquisas Ambroise Parré (Espírito que coordenou os seus trabalhos de pesquisa), quando conseguiu obter a materialização plena de espíritos e tantos outros fenômenos. Trabalhou com vários médiuns, entre os quais José Alberto Medrado, com o qual obteve a materialização do Espírito “Noiva”, na década de 80.
Carlos Bernardo Loureiro desencarnou no dia 10 de agosto de 2006, vítima de hepatite.

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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista


Doutrinárias – Domingo, 10 horas; segunda-feira, 20 horas; quinta-feira, 16 horas.

Passes - Segunda-feira, 16 às 18 horas; terça, 16h30 às 18h; quarta, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.

Entrevistas - Quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.

Escola mediúnica - Quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.

Curso básico - Quinta-feira, 20 às 21h30; sábado, 15 às 16h30; domingo, 9h30 às 11 horas.

Grupos de estudo - Terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.

Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.

Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.

“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”

(Joanna de Angelis)

Número 21 - página 4

ENTREVISTA

Trabalho levado a sério

Rita de Cássia Freitas de Melo, presidente do Grupo Espírita Raio de Luz, localizado na Rua da Palestina – Uruguai, em Salvador –, conheceu o Espiritismo nos idos de 1982, no C. E. Cavaleiros da Luz, quando esta instituição ainda funcionava naquele bairro, antes de se transferir para a Cidade da Luz, em Pituaçu.

Rita sempre foi, conforme declarou à Tribuna Espírita de Salvador, uma pessoa muito mística, curiosa quanto às questões espirituais. Uma vizinha a levou ao Cavaleiros e o resultado foi que ela se apaixonou pela Doutrina Espírita, dedicando-se então a fazer cursos; primeiro, o básico e, depois, o de passes, passando a trabalhar na reunião mediúnica.
ORIGEM O Raio de Luz (foto) nasceu quando o Cavaleiros da Luz se mudou para Pituaçu, em 1996, graças ao esforço de alguns remanescentes que não puderam ou não quiseram se deslocar àquela parte da Cidade Alta. Assim, alguns desses antigos trabalhadores um núcleo de atividades chamado Caminho de Paz, em 1998; antes disso, porém, estava em atividade um grupo dedicado à distribuição e sopa aos necessitados, o qual foi convidado pelos dirigentes do Caminho de Paz a integrar essa instituição. E Rita ficou aí até janeiro de 2001, quando o fundador se afastou e seu substituto não aceitou muito bem a colaboração dela.
CONSTRUÇÃO Rita viu-se sem espaço ali e decidiu ocupar, junto com outros companheiros, o prédio abandonado que seu marido possuía na Rua da Palestina. No início, era só o estudo do Evangelho, feito na laje, sob as estrelas, mas em pouco tempo começaram a construção das instalações. Ainda assim, eles ficaram um ano inteiro trabalhando sem eletricidade. Quando tudo ficou pronto, iniciou-se o grupo de estudo e então foram chegando as pessoas, futuras colaboradoras dos serviços dispensados à comunidade.
SERVIÇOS A Casa oferece atendimento fraterno na quarta-feira; na segunda-feira há o curso básico de Espiritismo; na quinta é realizado o curso de introdução à Doutrina Espírita, com duração de seis meses; os serviços de desobsessão e cirurgia espiritual acontecem às sextas-feiras; sábado é o dia da evangelização infantil, à tarde, e do atendimento aos trabalhadores do Raio de Luz, que conta, aos domingos, uma vez por mês, com o trabalho de vibração pela Casa e confraternização com os trabalhadores.
JUVENTUDE Em média, entre 40 e 50 pessoas frequentam os trabalhos regulares na instituição, graças à divulgação “boca a boca”, na comunidade. Foi tudo tão intenso e repentino que faz Rita perguntar-se: “O que a Espiritualidade viu em mim?”. A resposta veio indiretamente: o trabalho só cresce e hoje a Casa conta com aproximadamente 30 trabalhadores ativos. O Raio de Luz, diz ela, é um centro jovem, de pessoas jovens, com o propósito de introduzir os jovens nas atividades da Casa. “Se você dá responsabilidade, o jovem corresponde”, salienta, apontando o próprio exemplo: “Tenho espírito jovem, sonho muito. Quero lutar; se não der certo, pelo menos tentei”.
ALEGRIAS Para ela, o Espiritismo é o tripé filosofia – religião – ciência. Nesse âmbito, diz Rita que sua vida é pautada no amor ao próximo: “Erro pra caramba, mas todo dia peço a Jesus que me dê força. Se há algo que levo a sério é o trabalho espiritual”, explicando que um de seus filhos se evangelizou no Cavaleiros da Luz e hoje é doutrinador no raio de Luz. Rita conta suas maiores alegrias ela tem experimentado na ação caritativa junto aos amigos espirituais, a exemplo do que houve com seus filhos, dois rapazes: “Eles nunca brigaram por uma namorada, o que aconteceu aqui dentro [no Centro], mas a Espiritualidade chamou a ambos para a pacificação e os dois se abraçaram, perdoando-se”. Outra alegria é observar os assistidos que melhoram oferecerem-se para trabalhar na Casa, confessa Rita.

Número 21 - página 5

NOTÍCIAS

FEEB prepara o Encontro Estadual de Espiritismo

“Um pouco mais de dezenove séculos depois (que o Cristo delineou os rumos do progresso espiritual na Terra, através dos ensino do Evangelho), o insigne mestre Allan Kardec, utilizando-se desses preciosos conteúdos morais definiu as características do homem de bem, nas páginas lúcidas e de beleza cristalina de O Evangelho Segundo o Espiritismo, demonstrando que esse modelo de ser é, em síntese, um verdadeiro cristão.
Na atualidade conturbada, na qual a ciência e a tecnologia alçam a inteligência às galáxias, deslumbrando-a com a sua grandeza, assim como às micropartículas, falando a respeito da grandiosidade da energia, incontáveis sentimentos humanos ainda permanecem nos atavismos enfermiços das sensações básicas, entre estertores e aflições que poderiam estar ultrapassados, caso se permitissem a vivência dos ensinamentos dignificadores de Jesus.
Por isso que, transcorridos vinte séculos, após aqueles tumultuados e a seguir incomparáveis dias em que Ele transitou pelos caminhos da humanidade, a Sua presença torna-se uma necessidade impostergável para as vidas que marcham na direção da felicidade sem saber realmente o de que a mesma se constitui.
Temos a certeza de que no próximo Encontro Estadual de Espiritismo, promovido pela Federação Espírita do Estado da Bahia, que se realizará em Salvador (BA), sob a inspiração do Evangelho de Jesus penetrado pela sublime claridade da revelação espírita, serão traçados os programas hábeis para a inadiável construção do homem de bem.”
Essas palavras são parte da mensagem ditada pelo Espírito Amélia Rodrigues à pena do médium Divaldo Franco, na manhã de 16 de outubro de 2012, na Mansão do Caminho, em atenção à iniciativa da FEEB, que nos dias 2, 3 e 4 de novembro reunirá o movimento espírita baiano em torno do tema “O Evangelho na construção do homem de Bem”.
O objetivo deste encontro é reunir no Centro de Convenções, em um final de semana no mês de novembro, exceto no ano do Congresso, os presidentes de todos os Centros Espíritas do Estado e os trabalhadores de todas as áreas específicas de cada Conselho Distrital e Regional, para, junto com a Diretoria Executiva e os coordenadores federativos, avaliarem os projetos implementados durante os Encontros Macrorregionais, traçando e corrigindo rumos para alcançarem as ações projetadas.
Além do tribuno baiano Divaldo Franco, diversos expositores convidados estarão presentes ao evento, a exemplo de Jason de Camargo (RS), Clodoaldo Leite (SP), Georgina Valente (RS), Sandra Borba (RN) e Janete Oliveira (MG), dentre outros.
Mas não só os integrantes do movimento espírita constituem o público alvo desse encontro, posto que também as pessoas interessadas em conhecer as propostas de realização do homem de bem são estimuladas a participar, a fim de que os ganhos sociais se amplifiquem ao máximo.

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Seminário do Lar João Batista aborda transtornos psíquicos

O C. E. Lar João Batista realiza em novembro, nos dias 23 e 24, o Seminário sobre Ciência Espírita, discutindo este ano o tema “Psicologia e Espiritismo: transtornos psíquicos”. Em sua 12a. edição, o seminário será aberto, na noite do dia 23 (sexta-feira), pela psicóloga Solange Meinking, que abordará o tema central.
As demais atividades acontecerão no sábado, dia 24, quando os expositores Francisco Rosário, Salete Matos, Paulo Sacerdote, Jurandir Sena e Nadja Oliveira se ocuparão dos temas correlatos, pela manhã e à tarde. No final de cada turno está programado um painel com os expositores participantes.

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POESIA

Amor e humildade
Raul de Leoni

Nós viveremos, universo em fora,
Trazendo dentro d’alma a vida acesa
No ritmo da luz da Natureza,
Que é a eterna vibração da eterna aurora.

A dor, somente a dor nos aprimora,
Nos caminhos da prova e da aspereza,
Elevando a nossa alma na grandeza
Da grande claridade redentora.

Somos os lutadores peregrinos,
Sonhando pela estrada dos destinos,
Um castelo de paz, ventura e glórias.

Sabemos do passado envolto em ruínas
Que a luz do amor e as rudes disciplinas,
São as chaves das últimas vitórias.

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Aniversariantes do trimestre

Julho
10 - Nilben
27 - Alzira

Setembro
7 - Maria Helena
11 - Érico
12 - Francisco
13 - Izabel Costa
23 - Lindaura Pereira
29 - Valmira

Vão-se passando os anos
e nós, diante do espelho,
vemo-nos assim como o vinho,
que melhora quanto mais velho.

Número 21 - página 6

DOUTRINA

No banquete espiritual
Francisco Muniz

Ainda nos dias de hoje é possível ver muitas pessoas preferindo cuidar de seus interesses pessoais – ganhar dinheiro, alcançar posições de relevo social, conquistar o poder, “curtir” a vida... – em vez de zelarem pelo bem mais precioso, a própria alma, entregando-se de bom grado à participação no banquete espiritual a que o Cristo se reporta ao tratar da parábola do festim das bodas. Essa necessidade diz respeito à transitoriedade da vida física, que todo mundo observa mas bem poucos levam em consideração, por não se lembrarem de que a vida é contínua e, portanto, haverá um depois. Reparamos, portanto que, a exemplo do Espírito André Luiz, conforme seu relato no livro “Nosso Lar”, pela psicografia do médium Francisco (Chico) Cândido Xavier, a experiência religiosa aparece como atitude de fachada, como mera formalidade social...
É nesse ponto que a mediunidade, trazendo-nos com intensidade, pela riqueza de detalhes informativos, a notícia dos que partiram para o “outro lado”, ganha importância, fazendo-nos refletir quanto à necessidade de vivermos a vida atual com a responsabilidade que ela exige de cada um, compreendendo-se a condição de espírito imortal. Se, como canta Gilberto Gil, “viver é simplesmente um grande balão”, quer dizer que estamos em processo de elevação, mas desde que saibamos ajudar o vento, através da criação e aproveitamento das circunstâncias favoráveis, a começar da aceitação do convite à renovação interior.
A mediunidade é uma das muitas ferramentas para esse processo, verdadeiro instrumento para a conquista da paz interior que simboliza o domínio sobre si mesmo, condicionando o ser a posições bem mais relevantes na hierarquia espiritual, graças ao intercâmbio com os orientadores invisíveis. Os exemplos são muitos a esse respeito, mas basta que citemos três dos mais conhecidos, os médiuns Francisco Cândido Xavier, lembrado anteriormente, Yvonne do Amaral Pereira e Divaldo Franco – este último ainda encarnado entre nós.
Todos eles tiveram desde cedo que aprender a lidar com a faculdade mediúnica, chamados que foram, na condição de missionários do bem, ao testemunho da Verdade acerca da imortalidade, razão mesma da vinda do Cristo à Terra: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância”, disse Jesus, chamando-nos ao banquete que propicia a construção do Reino dos Céus, primeiro no ambiente de nossa intimidade e depois espraiando-se por todo o planeta. Essa mesa ainda está posta e só espera que os convidados tomem seus lugares.
No entanto, para essa participação no banquete, o Cristo observa-nos alguns requisitos, quais os de renunciarmos a nós mesmos, abraçarmos nossa cruz e fazermos toda caridade possível aos “pequeninos de meu Pai”. Sobretudo, importa aprendermos a amar a Deus sobre todas as coisas, para termos a capacidade de amar ao próximo como a nós mesmos. Tudo isto quer dizer, em suma, que é imprescindível viver as lições do Evangelho, para que, impregnados pelas suaves vibrações da proximidade dos amigos espirituais, sintamo-nos realmente trajando a túnica nupcial, experimentando na alma as alegrias advindas da certeza do dever retamente cumprido...
Ser médium, assim, é ser remédio para si mesmo, enquanto se trabalha junto ao próximo para que este encontre, por parte do auxílio da Espiritualidade, o lenitivo para as próprias dores. A satisfação íntima que nasce da abnegação é o prêmio da dedicação a atividade tão nobre, pela observância da recomendação evangélica: “Quando derdes um banquete não convideis aqueles que vos podem retribuir, mas convideis os pobres e os estropiados”.
Eis, então, a essência da mensagem evangélica, ela mesma o banquete para o qual somos convidados desde há muito e de há muito desprezado pelo orgulho humano. No entanto, seguidamente os emissários do Cristo, quais os servos do Senhor da parábola, vêm chamar os que se encontram nos caminhos, porquanto “são muitos os chamados e poucos os escolhidos”, embora devamos estar atentos para a importância de trajarmos a “veste nupcial”, na forma da pureza das intenções no trato com as coisas da alma, a fim de concretizarmos em nós mesmos e em torno de nós a excelsitude do Reino dos Céus...

Número 21 - página 7

HUMOR

Dois pesos e duas medidas

Um velhinho está no hospital, quase fazendo a passagem...
Um padre está ao seu lado para dar-lhe a extrema-unção.
Ele lhe diz ao ouvido:
- Antes de morrer, reafirme a sua fé e renegue o Demônio.
Mas o velhinho fica quieto..
Ao que o padre insiste:
- Antes de morrer, reafirme a sua fé em nosso Senhor Jesus Cristo e renegue o Demônio.
E o velhinho... nada.
Então o padre pergunta:
- Por que é que o senhor não quer renegar o Demônio?
O velhinho responde:
- Enquanto eu não souber pra onde vou, não quero ficar de mal com ninguém!

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CURIOSIDADES

O filme Nosso Lar é a produção mais cara do cinema brasileiro, com orçamento de R$ 20 milhões. Só na primeira semana de exibição, Nosso Lar foi visto por mais de um milhão de pessoas.

Convertido ao Espiritismo, o escritor Arthur Conan Doyle dedicou os últimos anos de sua vida à religião. Além de escrever em defesa da doutrina espírita, Conan Doyle dava palestras sobre o assunto. A conversão do criador de Sherlock Holmes foi motivada pela perda traumática de um parente querido.

Victor Hugo conheceu o Espiritismo na década de 1850. O escritor e poeta francês participou de sessões espíritas em que eram recebidas mensagens de pessoas famosas e personalidades da cultura, como Moliére e Shakespeare. Mais tarde, Hugo escreveria o livro Conversando com a Eternidade, em que relata seu conhecimento e suas experiências no Espiritismo.

Ao perder a filha e a neta ainda muito jovens, Tarsila do Amaral, um ícone do modernismo brasileiro, foi buscar amparo no Espiritismo. A dor e a depressão causadas pela morte de ambas só foram vencidas graças ao apoio e as palavras de conforto do médium Chico Xavier.

A cantora Edith Piaf, eterno mito da música francesa, também se tornou adepta do Espiritismo pelo mesmo motivo: a perda de uma pessoa querida.

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CHARGE


Número 21 - página 8

OPINIÃO

Impermanência
Olvanir Marques Oliveira

A transitoriedade do viver vem constituindo para todos nós uma grande angústia existencial. Nem sempre enxergamos o mundo como uma estação propícia e acolhedora, nesta viagem do auto-encontro. Ancorados no porto das apreensões corriqueiras, desviamos da meta e nos deixamos levar pela maré dos acontecimentos.
O apego à família, aos bens materiais, ao status social e tantas outras quinquilharias que pensamos levar na bagagem de retorno, nos cumula com destroços da nossa insensatez sob a forma aparente de “previdência”.
Os cuidados do mundo demonstram, ao nosso ver, uma cautelosa atitude - o que nos facultará futuras dificuldades quando o inverno chegar. É a velha história da cigarra e da formiga.
Assim é o raciocínio do homem atrelado ao “ego”. Não bastam as lições diárias que nos advertem do perigo e que se constituem verdadeiros sinais de alarme, como a insônia, a irritação constante, as insatisfações de toda ordem, gerindo o gosto amargo das nossas atribulações e emoções inúteis.
Alguns ponderam: eu não mereço!; é demais para a minha “cachola”! Outros intentam, desprovidos de caráter, o jogo fácil da esperteza que lhes proporcione mais e mais vantagens. Há, ainda, os que insistem em preconizar a lei do mais forte, afinal, dizem, “o mundo é dos que sabem curtir e gozar. Assim, vou aproveitar enquanto eu posso”.
Quase certos de tamanha incoerência, mal nos apercebemos que o tempo urge e continuamos sem tempo suficiente para aproveitar o tempo que nos resta. O lucro real somente nos aprimora o desejo de superar os acontecimentos e deixar para depois o que poderíamos, agora, realizar. É então que o momento da sobrecarga das energias gastas nos convoca a compromissos inadiáveis.
Enquanto aqui permanecemos, somente enxergamos com as lentes escuras do egoísmo. Talvez um dia, quem sabe, nos encontremos preparados para tais cometimentos. E a voz da consciência atenderá os apelos do Eu Superior: “Não recalcitres, avança o mar das tuas idealizações, lança as redes e navega. Amanhã, por certo, não terás a mesma oportunidade”.
Reconsideremos e retomemos o caminho de volta. Viver é preciso. Administrar o instante presente com a sabedoria perene dos que sabem “passar pelo mundo”, sem ao mundo pertencer”. (Jesus)
Confúcio, referendando o mestre de Nazaré, denomina a sintomatologia dos que choram a perda do que não possuem como o “sofrimento da impermanência”.
È apenas uma questão de inteligência emocional. Se procurarmos entender a natureza das nossas relações, o objetivo dessa passagem e o mergulho no invólucro carnal, assim como a necessária submissão às leis biológicas, nos libertaremos do sofrimento, pois o real é impermanente e somente permanece o irreal, invisível aos nossos olhos. Este é essencial.