segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Número 24 - página 4

ENTREVISTA

Antonio Carahy: a convite da Espiritualidade
Márcia Cristina Barros
Jornalista e arteterapeuta espírita


Como se deu sua formação espírita?
De origem católica, estudante em Colégio Jesuíta, sempre questionei sobre situações que a Bíblia não explica, não me conformando com as respostas evasivas acerca da vida e da morte. Com espírito pesquisador, ao me deparar com a questão do livre-arbítrio, abracei a Doutrina Espírita, há mais de 15 anos, estudando as obras do Pentateuco de Kardec, leitura, para mim, indispensável, diariamente.

Como foi seu envolvimento com o GEPEC?
A princípio, uma pessoa amiga me apresentou ao Grêmio Espírita Perseverança e Caridade, onde comecei a estudar a Doutrina, baseada no Evangelho Segundo o Espiritismo. Depois de alguns anos, trabalhei na Casa, atuando num trabalho de desobsessão no grupo de Salviano Bittencourt, que me indicou como seu substituto, desencarnando logo depois. Há 10 anos coordeno esse grupo com muita honra.
Sondado várias vezes para ser presidente da Casa, declinei da indicação, por me sentir inexperiente. Em 2011, numa sessão doutrinária, recebemos a comunicação mediúnica de três ex-presidentes da casa: Walter Porto, Manoel Olympio e Salviano Bittencourt, já desencarnados, me pedindo para aceitar o convite, que aceitei, mediante ajuda espiritual deles.

Em breves linhas, qual o histórico dessa Casa Espírita?
O Grêmio Espírita Perseverança e Caridade (GEPEC) é a casa espírita mais antiga de Salvador em funcionamento, tendo sido fundada no dia 20 de maio de 1915, por João Henrique Martyr, juntamente com outros companheiros humildes, sob a denominação Sociedade Beneficente Grêmio Espírita Perseverança e Caridade, tendo estabelecido duas finalidades principais: auxílio aos espíritos sofre-dores; e ensino primário a crianças carentes, além da divulgação doutrinária e a assistência aos necessitados.
Em quase 100 anos de existência, a com-pletar em 2015, o GEPEC está localizado na Avenida Euclides da Cunha, n.º 119, na Graça. Esta casa e  seu terre-no eram de propriedade de uma se-nhora que, ao falecer, deixou-os para uma parenta que residia em Portugal, e que nunca se interessou pela herança recebida.
Após mais de 30 anos de ocupação, o Grêmio requereu e foi-lhe deferida a posse pela Justiça, passando a ser legítimo proprietário do logradouro. Durante muitos anos o GEPEC foi mantido em funcionamento com grandes dificuldades, pessoas humildes, frequentadores habituais que não passavam de duas dezenas.
Em 1923 foi criada a Escola Allan Kardec, inicialmente para atender os filhos dos sócios e crianças carentes, mantida exclusivamente com as contribuições dos frequentadores. Em  1956 tornou-se Escola Púbica, por convênio com a Secretaria Estadual de Educação e Cultura, renovado em 1992, sendo municipalizada em 1998. O GEPEC ainda criou e manteve por muitos anos a Escola de Corte e Costura Oswaldo Lima e o Gabinete Dentário.
Na década de 70, o Grêmio passou a ser frequentado por um número maior de pessoas. Em 1977, incorporou-se ao GEPEC o Centro Espírita Luz do Oriente, então presidido pelo saudoso Sr. José Campos, que passou desde então a trabalhar na Casa.
Em virtude do estado precário da sede, foi necessária a construção de um imóvel que melhor atendesse às atividades e necessidades da instituição. Com o incentivo constante e participação ativa do sempre lembrado Dr. Salviano Maia Bittencourt, de Waldemir Oliveira, Dilson Santos, além de tantos outros irmãos e irmãs, iniciou-se a construção do atual prédio, na gestão do também saudoso presidente Manoel Olympio Vieira.  Foram 13 anos de construção e re-formas! A inauguração da sede que atualmente abriga o GEPEC ocorreu em 24 de setembro de 1989, na gestão do Dr. Salviano M. Bittencourt.

Como se dá a interação do GEPEC com a comunidade?

Através do trabalho doutrinário, com reuniões de estudo, cursos para passistas e doutrinadores, palestras e seminários, proferidos por trabalha-dores da Casa e visitantes, sempre com base nos postulados de Kardec; atividades de desenvolvimento mediúnico, grupos de desobsessão e cura energética à distância, em vários horários para atender ao público  diversificado (exceto aos domingos). Há também eventos sociais que divulgam a Doutrina, além do trabalho humanitário que desenvolvemos em serviços de assistência prestados à crianças (Escola Allan Kardec), gestantes (enxovais e acompanhamento médico e psicológico) e idosos (farnel e atendimento médico).

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