domingo, 25 de dezembro de 2011

Número 7 - página 7

HUMOR

A surra de Bíblia

Lutando no tratamento de quatro irmãs obsidiadas, José e Chico Xavier gastaram alguns meses até que surgisse a cura completa. No princípio, porém, da tarefa assistencial houve uma noite em que José foi obrigado a viajar em serviço da sua profissão de seleiro.
Mudara-se pra Pedro Leopoldo um homem bom e rústico, de nome Manuel, que o povo dizia muito experimentado em doutrinar espíritos das trevas. O irmão do Chico não hesitou e resolveu visitá-lo, pedindo cooperação. Necessitava ausentar-se, mas o socorro às doentes não deveria ser interrompido. "Seu" Manuel aceitou o convite  e, na hora aprazada, compareceu ao Centro Espírita Luiz Gonzaga, com uma Bíblia antiga sob o braço direito. A sessão começou eficiente e pacífica.
Como de outras vezes, depois das preces e instruções de abertura, o Chico seria o médium para a doutrinação dos obsessores. Um dos espíritos amigos incorporou-se, por intermédio dele, fornecendo a precisa orientação e disse a "seu" Manuel, entre outras coisas:
- Meu amigo, quando o perseguidor infeliz apossar-se do médium, aplique o Evangelho com veemência.
- Pois não - respondeu o diretor, muito calmo. A vossa ordem será obedecida.
E quando a primeira das entidades perturbadas assenhoreou o aparelho mediúnico, exigindo assistência evangelizante, "seu" Manuel tomou a Bíblia de grande formato e bateu, com ela, muitas vezes, sobre o crânio do Chico, exclamando, irritadiço:
- Tome Evangelho! Tome Evangelho!...
O obsessor, sob a influência de benfeitores espirituais da Casa, afastou-se, de imediato, e a sessão foi encerrada. Mas o Chico sofreu intensa torção no pescoço e esteve seis dias de cama para curar o torcicolo doloroso. E afirmava, satisfeito, que fosse talvez das poucas pessoas do mundo que terão tomado "uma surra de Bíblia"...

Trovas daqui e do Além

A falta de Adão e Eva,
Pensem comigo um momento,
Foi não esperar com calma
O dia do casamento.
(Lulu Parola)

Não fales de tuas mágoas...
Há quem ouça em derredor;
Chorar à frente dos outros
Faz a dor muito maior.
(Jovino Guedes)

Sofres muito, coração,
Enquanto estás a bater.
Pior é quando parado
Pode aumentar teu sofrer...
(A. Santos)

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CURIOSIDADES

Em 1844, Mariano José Pereira Fonseca (1773-1848), o Marquês de Maricá, publicou no Rio de Janeiro um livro no qual se encontram os primeiros ensinamentos de fundo espírita divulgados no Brasil (Reformador, 1944).

Apesar de ter falecido em 1848, no mesmo ano dos fenômenos de Hydesville, o Marquês de Maricá, nove anos antes de Allan Kardec publicar O Livro dos Espíritos, já havia escrito sobre o perispírito, reencarnação e emancipação da alma, o progresso dos espíritos, o céu e as moradas do Pai, entre outros muitos assuntos de conteúdo espírita. Que visionário foi o Marquês de Maricá! E que personagem marcante para a história do Espiritismo no Brasil!

Em 14 de junho de 1853 o Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, publica pela primeira vez matéria enviada pelo Dr. José de Gama e Castro, seu correspondente em Berlim, comentando o fenômeno das mesas girantes...

O ano de 1882 marca, em realidade, o início do apostolado de Léon Denis.

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