EDITORIAL
Vamos acordar!
Angélica Santos
Não podemos dizer que o Movimento Espírita vive um momento de paralisia, no entanto, é possível afirmar que na atualidade ele poderia ser mais dinâmico e agregador, se assim o desejássemos.
Faz-se necessário, para isso, sair da mesmice ou da inércia em que nos encontramos, buscando a união para agirmos com mais propriedade e dinamismo, promovendo ações conjuntas, para que assim o nosso Movimento possa crescer cada vez mais.
Sozinhos, faremos pouco, entretanto, se buscarmos ações coletivas, faremos com que os postulados doutrinários alcancem seus objetivos, no nível em que o Movimento precisa estar, contribuindo para que a sociedade tenha uma melhor compreensão quanto aos verdadeiros ensinamentos da Dourina Espírita. Isso dará lugar a que não apenas o fenômeno prevaleça, dando a impressão de que lidamos com uma doutrina meramente mística.
Devemos começar instituindo em nossas Casas o estudo sistematizado da Codificação e muito especialmente o conhecimeno do Evangelho.
É peciso que nossa compre- ensão dos postulados abraçados seja objeto de valorização por nós mesmos, seus seguidores.
Falta-nos motivação?
Se este sentimento nos falta, busquemos nas atitudes que a Doutrina oferece a nossa conduta através da ação que nos possibilite levar mais além aquilo que Kardec legou à Humanidade.
É hora de agirmos com mais união, é hora de despertarmos. Para isso, é necessário que aprendamos a usar toda nossa boa vontade, amor e dedicação.
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NECROLÓGIO
Um espírita retorna!
Quando um espírita de boa cepa empreende sua viagem de volta ao Mundo Espiritual, os espíritas que ficam se alegram, por dois motivos: 1 - por saberem que sua missão na Terra se encerrou; e 2 - porque "do outro lado" há outros que o receberão, certamente felizes pelo reencontro. Além de tudo, fica, entre nós, a alegria da convivência que se transformará em suave saudade.
Eis, assim, que nosso companheiro Francisco Aguiar (foto), que compartilhou suas experiências conosco na Casa de Oração Bezerra de Menezes, na intimidade do Grupo de Estudo Jesus de Nazaré, e profissionalmente como jornalista na Tribuna da Bahia, da qual foi diretor, volta à verdadeira Pátria.
Como militante do movimento espírita baiano, Chico foi um dos dirigentes da extinta União das Sociedades Espíritas da Bahia (USEB) no momento em que esta se transformou na atual Federação Espírita do Estado da Bahia. Era, pois, parte da história do Espiritismo na Bahia.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Número 16 / Página 2
MOVIMENTO
Peça teatral relata perigos da má utilização da mediunidade
O Centro Espírita Casa de Emmanuel é o palco da encenação da peça “Eu sou normal”, produzida pelo Núcleo Espírita Cornélio Pires, da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem). A apresentação é no dia 21 de maio, às 18h, e os ingressos estão à venda no local ao custo de R$10,00.
De autoria de Lino Costa e Maristela Oliveira, a peça conta a história de Zuleica, uma adivinha que usa a mediunidade em proveito próprio. Ela tem uma auxiliar, Cida, que é médium ostensiva mas não acredita em comunicação com o além-túmulo. Para Cida, “conversar com os mortos é coisa do capeta”.
Esse é o enredo de “Eu sou normal”, que tem direção do próprio Lino Costa e a participação dos atores Fátima Souza, Nelson Júnior, Leila Dantas, Cássia Reis e Veralúcia Gondim.
A Casa de Emmanuel fica na Rua Cassiano Lopes, 21, no bairro de Santo Antonio.
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AMAR promove VIII Semear
“Viver conscientemente – oportunidade de ser feliz” é o tema da VIII Semana Espírita (VIII Semear) da Sociedade de Estudos Espíritas Amar, que acontece no período de 21 a 28 de maio deste ano. O programa consta de palestras de Djalma Argollo, Agostinho Nery, Carolina Azevedo, Isabel Guima-rães, André Nepomuceno, Francisco Masan e Sônia Dórea. Haverá também um seminário sobre “Consciência da individuação”, ministrado pelo psicoterapeuta Jordan Campos. A participação nas palestras é gratuita, mas quem quiser assistir ao seminário deverá investir a quantia de R$30,00. A Amar fica na Av. Sete de Setembro, 3.865 – Barra. Mais informações sobre o evento e a entidade estão disponíveis no site www.amar-se.org.br ou podem ser obtidas pelo e-mail amar-se@amar-se.org.br.
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CURTAS
* Uma vasta programação envolvendo a participação de expositores como André Luiz Peixinho, Marcel Mariano, Eleonora Peixinho Guimarães, Lusiane Bahia e Robson Ferrer, dentre outros, comemora os 44 anos de atividade do C. E. Deus Luz e Verdade, festejados no mês de maio.
* A Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem) realiza no dia 15 de maio seu já tradicional Forróbem, animado este ano pela banda de Delmário Ribeiro. Não faltarão os quitutes típicos da época. A festança será no Quartel de Amaralina, a partir das 17h. Os ingressos custam apenas R$10,00, cada um, e estão à venda na Livraria Humberto de Campos, da Cobem, que fica na Rua Bezerra de Menezes, em Brotas (Daniel Lisboa).
* A médica e expositora espírita Eleonora Peixinho Guimarães ministra na FEEB o curso “A arte de envelhecer”. As atividades, que começam no dai 14 de maio, acontecem sempre no segundo sábado de cada mês, das 14 às 17 horas. Mais informações estão disponíveis no site da FEEB (www.feeb.com.br) ou podem ser obtidas pelo telefone 3359-3323.
*****************
EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Peça teatral relata perigos da má utilização da mediunidade
O Centro Espírita Casa de Emmanuel é o palco da encenação da peça “Eu sou normal”, produzida pelo Núcleo Espírita Cornélio Pires, da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem). A apresentação é no dia 21 de maio, às 18h, e os ingressos estão à venda no local ao custo de R$10,00.
De autoria de Lino Costa e Maristela Oliveira, a peça conta a história de Zuleica, uma adivinha que usa a mediunidade em proveito próprio. Ela tem uma auxiliar, Cida, que é médium ostensiva mas não acredita em comunicação com o além-túmulo. Para Cida, “conversar com os mortos é coisa do capeta”.
Esse é o enredo de “Eu sou normal”, que tem direção do próprio Lino Costa e a participação dos atores Fátima Souza, Nelson Júnior, Leila Dantas, Cássia Reis e Veralúcia Gondim.
A Casa de Emmanuel fica na Rua Cassiano Lopes, 21, no bairro de Santo Antonio.
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AMAR promove VIII Semear
“Viver conscientemente – oportunidade de ser feliz” é o tema da VIII Semana Espírita (VIII Semear) da Sociedade de Estudos Espíritas Amar, que acontece no período de 21 a 28 de maio deste ano. O programa consta de palestras de Djalma Argollo, Agostinho Nery, Carolina Azevedo, Isabel Guima-rães, André Nepomuceno, Francisco Masan e Sônia Dórea. Haverá também um seminário sobre “Consciência da individuação”, ministrado pelo psicoterapeuta Jordan Campos. A participação nas palestras é gratuita, mas quem quiser assistir ao seminário deverá investir a quantia de R$30,00. A Amar fica na Av. Sete de Setembro, 3.865 – Barra. Mais informações sobre o evento e a entidade estão disponíveis no site www.amar-se.org.br ou podem ser obtidas pelo e-mail amar-se@amar-se.org.br.
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CURTAS
* Uma vasta programação envolvendo a participação de expositores como André Luiz Peixinho, Marcel Mariano, Eleonora Peixinho Guimarães, Lusiane Bahia e Robson Ferrer, dentre outros, comemora os 44 anos de atividade do C. E. Deus Luz e Verdade, festejados no mês de maio.
* A Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem) realiza no dia 15 de maio seu já tradicional Forróbem, animado este ano pela banda de Delmário Ribeiro. Não faltarão os quitutes típicos da época. A festança será no Quartel de Amaralina, a partir das 17h. Os ingressos custam apenas R$10,00, cada um, e estão à venda na Livraria Humberto de Campos, da Cobem, que fica na Rua Bezerra de Menezes, em Brotas (Daniel Lisboa).
* A médica e expositora espírita Eleonora Peixinho Guimarães ministra na FEEB o curso “A arte de envelhecer”. As atividades, que começam no dai 14 de maio, acontecem sempre no segundo sábado de cada mês, das 14 às 17 horas. Mais informações estão disponíveis no site da FEEB (www.feeb.com.br) ou podem ser obtidas pelo telefone 3359-3323.
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EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Número 16 / Página 3
MEMÓRIA
Maria Dolores e a consolação pelo Espiritismo
Nascida Maria de Carvalho Leite, na cidade sertaneja de Bonfim de Feira (BA), no dia 10 de setembro de 1900, Maria Dolores era filha de Hermenegildo Leite, escrivão da prefeitura, e da doméstica Balmina de Carvalho Leite. Em Bonfim passou a infância junto com três irmãos e duas irmãs. Em 1916, diplomou-se professora pelo Educandário dos Perdões, sendo considerada pelas colegas e professores como adolescente prodígio, graças à rara inteligência.
“A poesia começou a senti-la na cidade natal, ainda quase criança, a transformar-se, mais tarde na poetisa de bons versos que todos conhecemos”.
Reuniu alguns de seus poemas no livro “Ciranda da Vida”, sendo reconhecida na Capital do estado por sua arte, passando a escrever nos jornais “Diário de Notícias” e “O Imparcial”. Neste último, ocupou o cargo de Redatora-Chefe da “Página Feminina”. Durante 13 anos, escrevera nos jornais citados, mostrando um mundo de ternura que trazia dentro de si, adaptando o pseudônimo de “Maria Dolores”. Dolores lecionou no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Daí entendermos seu modo todo especial de ensinar, através dos versos, às almas aflitas. Mas sua vida não poderia ser somente flores: estava-lhe reservada uma prova de sofrimentos morais.
Casara-se com o médico Odilon Machado. Suportando infeliz consórcio durante alguns anos, finalmente deu-se a solução pelo desquite. Não houve filhos desta união, como nunca os teria Maria Dolores. Em sua peregrinação, morou em várias cidades da Bahia, e foi em Itabuna que conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no Brasil; tornou-se sua companheira ajudando-o, ombro a ombro, em suas atividades.
Notamos nos seus versos o quanto sofrera, buscando algo que não encontrava: a complemen-tação afetiva, tal como fora planejado pela providência, para que buscasse o Amor Maior, que ela soube encontrar um dia - Jesus!
Tanto sofrimento não foi capaz de torná-la indiferente ao sofrimento humano. Na imprensa, falava dos direitos humanos e do sofrimento dos menos felizes. Não foi compreendida: tacharam-na de “comunista”, tendo de responder sobre as acusações que lhe faziam, pois fora intimada.
Em menina, fora católica; em adulta, o sofrimento fizera-lhe conhecer a Doutrina de Allan Kardec e veio a consolação, a aceitação do sofrimento. Tornou-se membro integrante da Legião da Boa Vontade, com o seu espírito aberto e cheio de ideais. Fazia campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo que se reunia em sua residência todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios... Chamavam-se “As mensageiras do Bem”. No Natal, faziam campanhas e distribuíam donativos, assim como no Dia das Mães. Dolores costurava enxovais, vendia o que era seu ou empres-tava; às vezes, fazia dívidas para si, a fim de ajudar alguém.
Trazia em si um grande sentido maternal e, como não lhe foi dado o direito da maternidade, adotou seis meninas. Carlos (o esposo) estava na Itália quando Dolores adoecera, a pneumonia manifestara-se de uma forma violenta. No dia 27 de agosto de 1959 ela partia de volta à Pátria Espiritual, de lá enviando seus versos à Terra, em mensagens consoladoras através da psico-grafia de Francisco (Chico) Cândido Xavier e Divaldo Franco.
Maria Dolores e a consolação pelo Espiritismo
Nascida Maria de Carvalho Leite, na cidade sertaneja de Bonfim de Feira (BA), no dia 10 de setembro de 1900, Maria Dolores era filha de Hermenegildo Leite, escrivão da prefeitura, e da doméstica Balmina de Carvalho Leite. Em Bonfim passou a infância junto com três irmãos e duas irmãs. Em 1916, diplomou-se professora pelo Educandário dos Perdões, sendo considerada pelas colegas e professores como adolescente prodígio, graças à rara inteligência.
“A poesia começou a senti-la na cidade natal, ainda quase criança, a transformar-se, mais tarde na poetisa de bons versos que todos conhecemos”.
Reuniu alguns de seus poemas no livro “Ciranda da Vida”, sendo reconhecida na Capital do estado por sua arte, passando a escrever nos jornais “Diário de Notícias” e “O Imparcial”. Neste último, ocupou o cargo de Redatora-Chefe da “Página Feminina”. Durante 13 anos, escrevera nos jornais citados, mostrando um mundo de ternura que trazia dentro de si, adaptando o pseudônimo de “Maria Dolores”. Dolores lecionou no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Daí entendermos seu modo todo especial de ensinar, através dos versos, às almas aflitas. Mas sua vida não poderia ser somente flores: estava-lhe reservada uma prova de sofrimentos morais.
Casara-se com o médico Odilon Machado. Suportando infeliz consórcio durante alguns anos, finalmente deu-se a solução pelo desquite. Não houve filhos desta união, como nunca os teria Maria Dolores. Em sua peregrinação, morou em várias cidades da Bahia, e foi em Itabuna que conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no Brasil; tornou-se sua companheira ajudando-o, ombro a ombro, em suas atividades.
Notamos nos seus versos o quanto sofrera, buscando algo que não encontrava: a complemen-tação afetiva, tal como fora planejado pela providência, para que buscasse o Amor Maior, que ela soube encontrar um dia - Jesus!
Tanto sofrimento não foi capaz de torná-la indiferente ao sofrimento humano. Na imprensa, falava dos direitos humanos e do sofrimento dos menos felizes. Não foi compreendida: tacharam-na de “comunista”, tendo de responder sobre as acusações que lhe faziam, pois fora intimada.
Em menina, fora católica; em adulta, o sofrimento fizera-lhe conhecer a Doutrina de Allan Kardec e veio a consolação, a aceitação do sofrimento. Tornou-se membro integrante da Legião da Boa Vontade, com o seu espírito aberto e cheio de ideais. Fazia campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo que se reunia em sua residência todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios... Chamavam-se “As mensageiras do Bem”. No Natal, faziam campanhas e distribuíam donativos, assim como no Dia das Mães. Dolores costurava enxovais, vendia o que era seu ou empres-tava; às vezes, fazia dívidas para si, a fim de ajudar alguém.
Trazia em si um grande sentido maternal e, como não lhe foi dado o direito da maternidade, adotou seis meninas. Carlos (o esposo) estava na Itália quando Dolores adoecera, a pneumonia manifestara-se de uma forma violenta. No dia 27 de agosto de 1959 ela partia de volta à Pátria Espiritual, de lá enviando seus versos à Terra, em mensagens consoladoras através da psico-grafia de Francisco (Chico) Cândido Xavier e Divaldo Franco.
Número 16 / Página 4
ENTREVISTA
Néa Faro - Uma vida dedicada ao Espiritismo
Sob a inspiração do Espírito Manuel Philomeno e Miranda (foto), Néa Faro fundou, com um grupo de amigos devotados, o Centro Espírita que leva o nome desse Benfeitor, na comunidade da Polêmica, ali perto do Iguatemi. Foi presidente da Casa até o dia 23 de abril de 2011, quando passou o cargo a Anivan Nery. Chegada do Rio de Janeiro, onde atuou no C. E. Léon Denis ao lado de Altivo Pamphiro, ela colaborou por largo tempo nas atividades assistenciais da FEEB na Casa de Petitinga.
1Começo – O fato de terem chegado a mim os livros espíritas foi uma coisa muito boa. Eu achava que aqueles livros eram todos católicos! Eu não sabia... porque em todos eles estava escrito “obra mediúnica”, mas aos seis anos de idade eu não sabia o que era obra mediúnica e, como falavam só de espíritos bons, para mim todos os espíritos bons só poderiam ser santos. Eu lia, por exemplo, a vida de Neio Lúcio e dizia: “Ah, deve ter sido um grande santo!” A própria “Lídia” – é uma das primeiras obras mediúnicas espíritas, de José Surinach (espírito), completou um século essa obra – e eu achando que era a vida de Santa Lídia. Quando fui me confessar, católica que era, muito ligada à Igreja - eu era da Cruzada Eucarística -, o padre confessor me perguntou: “Menina, o que você está lendo?” Eu disse: “A vida de Santa Lídia!” Eu não sabia que não era a vida de Santa Lídia, essa Lídia era uma das primeiras cristãs do século I. Essas coisas assim deram muita felicidade à minha vida!
2Religiosidade – Aos 13 anos eu escrevi uma Ave-Maria, olhando o céu, porque todo domingo eu ficava, por volta das 18 horas, fazendo reflexão e olhando o céu. Era um hábito. E eu escrevi uma Ave-Maria baseada nesse talento que minha avó me deu. Minha avó não era cristã, era budista, mas me ajudou muito em meu entendimento da vida espiritual. Porque eu sempre tive uma vida muito espiritualizada, né? Afinal, eu era católica, lia a Doutrina Espírita e, além de tudo, também tinha que saber todas as coisas de minha avó, que era budista. Então eu transitava por várias religiões, o que me ajudou muito a respeitar as religiões alheias, de todas as pessoas.
3Trabalho – Lembrando-me da “História do Espiritismo”, escrita exatamente pelo autor daquele... Conan Doyle! Sir Arthur Conan Doyle. Ele diz (pela boca de Sherlock Holmes, criação sua) que “todo criminoso volta ao local do crime”. Então, veja que coisa interessante! Quando me tornei adulta e já tinha poder aquisitivo, eu voltei Àqueles lugares onde morei quando pobre para fazer um trabalho de assistência social. Coisas assim, incríveis, que aconteciam em minha vida. E quando retornei, muitas daquelas meninas diziam: “Mas você, Néa, você não morava aqui? Você não era aquela menina que estudava no Instituto de Educação?” Eu disse: “É, mas eu não terminei os estudos porque queria ser professora”. Aí, uma outra dizia: “Então você me carregou no colo!” E eu: “Exatamente! Vovó fazia eu tomar conta das crianças!”
4Gestão de pessoas – A presidência desta Casa... eu nunca pensei em ser nada como presidente. Eu penso, sabe, que é um grupo de amigos reunidos para que a gente construa uma vida melhor, não somente para a gente, mas principalmente para aqueles que caminham conosco, nesta vida, aqui nesta comunidade. E quem dirige uma Casa Espírita terá que dirigi-la sempre com uma visão de uma pessoa que é uma ajudadora – e a ajudadora terá que ser uma mãe. A mulher já nasce mãe, e o homem terá que ser um pai dessas almas que chegam até aqui, porque todos nós que estamos na Casa Espírita somos almas muito, mas muito devedoras ainda à lei do Eterno Bem. Então, tudo que construirmos em prol de uma vida melhor, juntos, será melhor para todos nós.
Néa Faro - Uma vida dedicada ao Espiritismo
Sob a inspiração do Espírito Manuel Philomeno e Miranda (foto), Néa Faro fundou, com um grupo de amigos devotados, o Centro Espírita que leva o nome desse Benfeitor, na comunidade da Polêmica, ali perto do Iguatemi. Foi presidente da Casa até o dia 23 de abril de 2011, quando passou o cargo a Anivan Nery. Chegada do Rio de Janeiro, onde atuou no C. E. Léon Denis ao lado de Altivo Pamphiro, ela colaborou por largo tempo nas atividades assistenciais da FEEB na Casa de Petitinga.
1Começo – O fato de terem chegado a mim os livros espíritas foi uma coisa muito boa. Eu achava que aqueles livros eram todos católicos! Eu não sabia... porque em todos eles estava escrito “obra mediúnica”, mas aos seis anos de idade eu não sabia o que era obra mediúnica e, como falavam só de espíritos bons, para mim todos os espíritos bons só poderiam ser santos. Eu lia, por exemplo, a vida de Neio Lúcio e dizia: “Ah, deve ter sido um grande santo!” A própria “Lídia” – é uma das primeiras obras mediúnicas espíritas, de José Surinach (espírito), completou um século essa obra – e eu achando que era a vida de Santa Lídia. Quando fui me confessar, católica que era, muito ligada à Igreja - eu era da Cruzada Eucarística -, o padre confessor me perguntou: “Menina, o que você está lendo?” Eu disse: “A vida de Santa Lídia!” Eu não sabia que não era a vida de Santa Lídia, essa Lídia era uma das primeiras cristãs do século I. Essas coisas assim deram muita felicidade à minha vida!
2Religiosidade – Aos 13 anos eu escrevi uma Ave-Maria, olhando o céu, porque todo domingo eu ficava, por volta das 18 horas, fazendo reflexão e olhando o céu. Era um hábito. E eu escrevi uma Ave-Maria baseada nesse talento que minha avó me deu. Minha avó não era cristã, era budista, mas me ajudou muito em meu entendimento da vida espiritual. Porque eu sempre tive uma vida muito espiritualizada, né? Afinal, eu era católica, lia a Doutrina Espírita e, além de tudo, também tinha que saber todas as coisas de minha avó, que era budista. Então eu transitava por várias religiões, o que me ajudou muito a respeitar as religiões alheias, de todas as pessoas.
3Trabalho – Lembrando-me da “História do Espiritismo”, escrita exatamente pelo autor daquele... Conan Doyle! Sir Arthur Conan Doyle. Ele diz (pela boca de Sherlock Holmes, criação sua) que “todo criminoso volta ao local do crime”. Então, veja que coisa interessante! Quando me tornei adulta e já tinha poder aquisitivo, eu voltei Àqueles lugares onde morei quando pobre para fazer um trabalho de assistência social. Coisas assim, incríveis, que aconteciam em minha vida. E quando retornei, muitas daquelas meninas diziam: “Mas você, Néa, você não morava aqui? Você não era aquela menina que estudava no Instituto de Educação?” Eu disse: “É, mas eu não terminei os estudos porque queria ser professora”. Aí, uma outra dizia: “Então você me carregou no colo!” E eu: “Exatamente! Vovó fazia eu tomar conta das crianças!”
4Gestão de pessoas – A presidência desta Casa... eu nunca pensei em ser nada como presidente. Eu penso, sabe, que é um grupo de amigos reunidos para que a gente construa uma vida melhor, não somente para a gente, mas principalmente para aqueles que caminham conosco, nesta vida, aqui nesta comunidade. E quem dirige uma Casa Espírita terá que dirigi-la sempre com uma visão de uma pessoa que é uma ajudadora – e a ajudadora terá que ser uma mãe. A mulher já nasce mãe, e o homem terá que ser um pai dessas almas que chegam até aqui, porque todos nós que estamos na Casa Espírita somos almas muito, mas muito devedoras ainda à lei do Eterno Bem. Então, tudo que construirmos em prol de uma vida melhor, juntos, será melhor para todos nós.
Número 16 / Página 5
CINEMA ESPÍRITA
Só as mães são infelizes?
Lourival Andrade Júnior - professor e tutor de EAD
As Mães de Chico Xavier, conquanto seja um filme de cunho espírita, é apropriado para todas as pessoas que carecem de fé, espe-rança e caridade, para as pessoas desejosas de autoconhecimento e aperfeiçoamento moral.
Nada sei sobre o livro que inspirou os cineastas. Pouco sei sobre a vida e obra de Chico Xavier. Sou um grão de areia embaralhado no deserto de dúvidas, indagações e inquietações. Sou um peregrino nas sendas da doutrina kardecista, um aprendiz dos ensinamentos crísticos. Interessa-me, neste momento, compartilhar a grandiosidade do amor divino e suas manifestações nos mundos material e espiritual.
Ruth, Elisa e Lara são mulheres completamente diferentes, com histórias completamente diferentes, personagens distintas, mas cujos caminhos se cruzam e se entrelaçam – e certamente também se cruzam e se entrelaçam aos nossos, indepen-dentemente do estado em que estejamos.
A morte de um ente queridíssimo engendra aflição, dor, infelicidade. Palavras jamais podem expressar esse imenso sofrimento. Quem vive ou experimenta perdas, especialmente familiares, bem sabe do que estou ponderando. Nessas delicadas circunstâncias, de tamanha aflição, o calor humano e espiritual afaga, consola, liberta. A bondade legada por Chico Xavier trouxe – e continua trazendo – alento ao corpo e espírito. As Mães foram acalentadas no berço do abacateiro, sob a sombra da frondosa esperança, e alimentadas pelos frutos da paz. Afetuosas cartas psicografadas transformando vidas. Daí, o sublime exercício da solidariedade, virtude e doação em todas as suas dimensões.
Drogas, morte prematura, gravidez indesejada e, princi-palmente, dramas maternos, são temas corriqueiros, recorrentes, triviais. São figurinhas carimbadas e, por isso mesmo, nos afastam ou nos aproximam. Já estamos tão calejados! Melhor seria pular estas cenas. Não obstante, urge aí a necessidade de refletir-mos sobre a existência terrena, questionarmos a repetição desses infor-túnios, entendermos nossa missão no seio familiar, revolvermos atitudes, crenças, valores. Afinal, vivemos nas fronteiras do processo evolutivo, cercados de vulnera-bilidade, incertezas e descaminhos!
A humanidade sempre foi acometida de provas e expiações, dificuldades e mazelas, vicissitudes e problemas dos mais diferentes e diversos matizes. O que se coaduna nos novos tempos é a maneira como estamos a lidar com tais episódios, maneiras que nos levem a conclamar uma inteligência suprema; inteligência esta que possa nos guiar, iluminar, instruir, e tecer nossa reforma íntima, o despertar da consciência espiritual.
Quiçá os críticos especializados considerem As Mães de Chico Xavier uma péssima, rudimentar e fraca produção brasileira. A sensível película congrega jornalismo, arte e realidade, no inusitado jogo dos interesses mercadológicos e materialistas. Por um lado, encerram-se ali as comemorações do centenário de Chico Xavier; de outro, abrem-se portas para revelações religiosas, filosóficas e científicas. Desvela-se o véu da reencarnação... Outras veredas para a imortalidade... Seja como for, os orquestradores da trama tocam, com maestria, nossa mente, alma e coração. Quando assistir, leve lenço. Muitos lenços.
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POESIA
Minha menininha!
Eliane
Engravidei!
Chorei!
Choro de emoção
Pelo presente que ganhei.
“Uma meninha!”, exclamou o médico.
“Ela é uma bonequinha”,
É a minha menininha!
A cada dia dá um passo...
Foi ficando crescidinha
Tornou-se uma mulher
A minha menininha.
A mesma aptidão
Que incrível sintonia!
E assim íamos vivendo...
Com muito amor e harmonia.
Um dia o céu se abriu,
E um convite lhe mandou.
Era um convite de Deus,
E ela não o recusou.
Foi morar no paraíso...
Ao lado do Senhor.
Sua missão fora cumprida
Com muito mérito e muito amor.
*****************
Aniversariantes do trimestre:
Janeiro
3 - Jéssica
11 - Jonilda
29 - Anselmo
Fevereiro
2 - Hiolanda
19 - Tânia
28 - Antonio Osvaldo
Março
3 - Cristiane
7 - Jurandir
Se puder viver cem anos
É mister não rejeitar
Fico junto dos que amo
Até meus olhos fechar.
Só as mães são infelizes?
Lourival Andrade Júnior - professor e tutor de EAD
As Mães de Chico Xavier, conquanto seja um filme de cunho espírita, é apropriado para todas as pessoas que carecem de fé, espe-rança e caridade, para as pessoas desejosas de autoconhecimento e aperfeiçoamento moral.
Nada sei sobre o livro que inspirou os cineastas. Pouco sei sobre a vida e obra de Chico Xavier. Sou um grão de areia embaralhado no deserto de dúvidas, indagações e inquietações. Sou um peregrino nas sendas da doutrina kardecista, um aprendiz dos ensinamentos crísticos. Interessa-me, neste momento, compartilhar a grandiosidade do amor divino e suas manifestações nos mundos material e espiritual.
Ruth, Elisa e Lara são mulheres completamente diferentes, com histórias completamente diferentes, personagens distintas, mas cujos caminhos se cruzam e se entrelaçam – e certamente também se cruzam e se entrelaçam aos nossos, indepen-dentemente do estado em que estejamos.
A morte de um ente queridíssimo engendra aflição, dor, infelicidade. Palavras jamais podem expressar esse imenso sofrimento. Quem vive ou experimenta perdas, especialmente familiares, bem sabe do que estou ponderando. Nessas delicadas circunstâncias, de tamanha aflição, o calor humano e espiritual afaga, consola, liberta. A bondade legada por Chico Xavier trouxe – e continua trazendo – alento ao corpo e espírito. As Mães foram acalentadas no berço do abacateiro, sob a sombra da frondosa esperança, e alimentadas pelos frutos da paz. Afetuosas cartas psicografadas transformando vidas. Daí, o sublime exercício da solidariedade, virtude e doação em todas as suas dimensões.
Drogas, morte prematura, gravidez indesejada e, princi-palmente, dramas maternos, são temas corriqueiros, recorrentes, triviais. São figurinhas carimbadas e, por isso mesmo, nos afastam ou nos aproximam. Já estamos tão calejados! Melhor seria pular estas cenas. Não obstante, urge aí a necessidade de refletir-mos sobre a existência terrena, questionarmos a repetição desses infor-túnios, entendermos nossa missão no seio familiar, revolvermos atitudes, crenças, valores. Afinal, vivemos nas fronteiras do processo evolutivo, cercados de vulnera-bilidade, incertezas e descaminhos!
A humanidade sempre foi acometida de provas e expiações, dificuldades e mazelas, vicissitudes e problemas dos mais diferentes e diversos matizes. O que se coaduna nos novos tempos é a maneira como estamos a lidar com tais episódios, maneiras que nos levem a conclamar uma inteligência suprema; inteligência esta que possa nos guiar, iluminar, instruir, e tecer nossa reforma íntima, o despertar da consciência espiritual.
Quiçá os críticos especializados considerem As Mães de Chico Xavier uma péssima, rudimentar e fraca produção brasileira. A sensível película congrega jornalismo, arte e realidade, no inusitado jogo dos interesses mercadológicos e materialistas. Por um lado, encerram-se ali as comemorações do centenário de Chico Xavier; de outro, abrem-se portas para revelações religiosas, filosóficas e científicas. Desvela-se o véu da reencarnação... Outras veredas para a imortalidade... Seja como for, os orquestradores da trama tocam, com maestria, nossa mente, alma e coração. Quando assistir, leve lenço. Muitos lenços.
*******************
POESIA
Minha menininha!
Eliane
Engravidei!
Chorei!
Choro de emoção
Pelo presente que ganhei.
“Uma meninha!”, exclamou o médico.
“Ela é uma bonequinha”,
É a minha menininha!
A cada dia dá um passo...
Foi ficando crescidinha
Tornou-se uma mulher
A minha menininha.
A mesma aptidão
Que incrível sintonia!
E assim íamos vivendo...
Com muito amor e harmonia.
Um dia o céu se abriu,
E um convite lhe mandou.
Era um convite de Deus,
E ela não o recusou.
Foi morar no paraíso...
Ao lado do Senhor.
Sua missão fora cumprida
Com muito mérito e muito amor.
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Aniversariantes do trimestre:
Janeiro
3 - Jéssica
11 - Jonilda
29 - Anselmo
Fevereiro
2 - Hiolanda
19 - Tânia
28 - Antonio Osvaldo
Março
3 - Cristiane
7 - Jurandir
Se puder viver cem anos
É mister não rejeitar
Fico junto dos que amo
Até meus olhos fechar.
Número 16 / Página 6
DOUTRINA
Instrução da mulher
Um Espírito
“Neste momento a instrução da mulher é uma das mais graves questões, porque não contribuirá pouco para realizar as grandes ideias de liberdade, que dormitam nos fundos dos corações.
Honra aos homens corajosos que tomaram a sua iniciativa! eles podem, de antemão, estar certos do sucesso de seus trabalhos. Sim, soou a hora da libertação da mulher; ela quer ser livre e para isto deve libertar a sua inteligência dos erros e dos preconceitos do passado. É pelo estudo que ela alargará o círculo de seus conhecimentos estreitos e mesquinhos. Livre, ela fundará a sua religião sobre a moral, que é de todos os tempos e de todos os países. Ela quer ser, ela será a companheira inteligente do homem, sua conselheira, sua amiga, a instrutora de seus filhos, e não um joguete, do qual se servem como uma coisa, e que depois deixam de lado para tomar uma outra.
Ela quer trazer a sua pedra ao edifício social, que se ergue neste momento ao poderoso sopro do progresso.
É verdade que, uma vez instruída, ela escapa das mãos daqueles que dela fazem um instrumento. Como um pássaro cativo, ela quebra a sua gaiola e voa para os vastos campos do infinito. É verdade que, pelo conhecimento das leis imutáveis que regem os mundos, ela compreenderá Deus de modo diferente do que lhe ensinam; não acreditará mais num Deus vingador, parcial e cruel, porque sua razão lhe dirá que a vingança, a parcialidade e a crueldade não podem conciliar-se com a justiça e a bondade; o seu Deus – dela – será todo amor, mansuetude e perdão.
Mais tarde ela conhecerá os laços de solidariedade que unem os povos entre si, e os aplicará em seu redor, espalhando com profusão tesouros de caridade, de amor e de benevolência para todos. Seja qual for a seita a que pertença, saberá que todos os homens são irmãos, e que o mais forte não recebeu a força senão para proteger o fraco e o elevar na sociedade ao verdadeiro lugar que deve ocupar.
Sim, a mulher é um ser perfectível como o homem, e suas aspirações são legítimas; seu pensamento é livre e nenhum poder do mundo tem o direito de a escravizar ao sabor de seus interesses ou de suas paixões. Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa que todas as leis humanas: a do progresso, à qual toda a Criação está submetida.”
Observação – Temos dito e repetido muitas vezes: a emancipação da mulher será a consequência da difusão do Espiritismo, porque ele funda os seus direitos, não numa ideia filosófica generosa, mas sobre a própria identidade do Espírito. Provando que não há Espíritos homens e Espíritos mulheres, que todos têm a mesma essência, a mesma origem e o mesmo destino, ele consagra a igualdade dos direitos. A grande lei da reencarnação vem, além disso, sancionar este princípio. Desde que os mesmos Espíritos podem encarnar, ora como homens, ora como mulheres, disso resulta que o homem que escraviza a mulher poderá ser escravizado por sua vez; que, assim, trabalhando pela emancipação das mulheres, os homens trabalham pela emancipação geral e, por conseguinte, em proveito próprio. As mulheres têm, pois, um interesse direto na propagação do Espiritismo, porque ele fornece em apoio de sua causa os mais poderosos argumentos que jamais foram invocados. (Vide a Revista Espírita, janeiro de 1866; junho de 1867).
Allan Kardec
Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos - Ano XI, 1868 (n.º 4 - abril de 1868)
******************
Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
Instrução da mulher
Um Espírito
“Neste momento a instrução da mulher é uma das mais graves questões, porque não contribuirá pouco para realizar as grandes ideias de liberdade, que dormitam nos fundos dos corações.
Honra aos homens corajosos que tomaram a sua iniciativa! eles podem, de antemão, estar certos do sucesso de seus trabalhos. Sim, soou a hora da libertação da mulher; ela quer ser livre e para isto deve libertar a sua inteligência dos erros e dos preconceitos do passado. É pelo estudo que ela alargará o círculo de seus conhecimentos estreitos e mesquinhos. Livre, ela fundará a sua religião sobre a moral, que é de todos os tempos e de todos os países. Ela quer ser, ela será a companheira inteligente do homem, sua conselheira, sua amiga, a instrutora de seus filhos, e não um joguete, do qual se servem como uma coisa, e que depois deixam de lado para tomar uma outra.
Ela quer trazer a sua pedra ao edifício social, que se ergue neste momento ao poderoso sopro do progresso.
É verdade que, uma vez instruída, ela escapa das mãos daqueles que dela fazem um instrumento. Como um pássaro cativo, ela quebra a sua gaiola e voa para os vastos campos do infinito. É verdade que, pelo conhecimento das leis imutáveis que regem os mundos, ela compreenderá Deus de modo diferente do que lhe ensinam; não acreditará mais num Deus vingador, parcial e cruel, porque sua razão lhe dirá que a vingança, a parcialidade e a crueldade não podem conciliar-se com a justiça e a bondade; o seu Deus – dela – será todo amor, mansuetude e perdão.
Mais tarde ela conhecerá os laços de solidariedade que unem os povos entre si, e os aplicará em seu redor, espalhando com profusão tesouros de caridade, de amor e de benevolência para todos. Seja qual for a seita a que pertença, saberá que todos os homens são irmãos, e que o mais forte não recebeu a força senão para proteger o fraco e o elevar na sociedade ao verdadeiro lugar que deve ocupar.
Sim, a mulher é um ser perfectível como o homem, e suas aspirações são legítimas; seu pensamento é livre e nenhum poder do mundo tem o direito de a escravizar ao sabor de seus interesses ou de suas paixões. Ela reclama sua parte de atividade intelectual, e a obterá, porque há uma lei mais poderosa que todas as leis humanas: a do progresso, à qual toda a Criação está submetida.”
Observação – Temos dito e repetido muitas vezes: a emancipação da mulher será a consequência da difusão do Espiritismo, porque ele funda os seus direitos, não numa ideia filosófica generosa, mas sobre a própria identidade do Espírito. Provando que não há Espíritos homens e Espíritos mulheres, que todos têm a mesma essência, a mesma origem e o mesmo destino, ele consagra a igualdade dos direitos. A grande lei da reencarnação vem, além disso, sancionar este princípio. Desde que os mesmos Espíritos podem encarnar, ora como homens, ora como mulheres, disso resulta que o homem que escraviza a mulher poderá ser escravizado por sua vez; que, assim, trabalhando pela emancipação das mulheres, os homens trabalham pela emancipação geral e, por conseguinte, em proveito próprio. As mulheres têm, pois, um interesse direto na propagação do Espiritismo, porque ele fornece em apoio de sua causa os mais poderosos argumentos que jamais foram invocados. (Vide a Revista Espírita, janeiro de 1866; junho de 1867).
Allan Kardec
Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos - Ano XI, 1868 (n.º 4 - abril de 1868)
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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
Número 16 / Página 7
HUMOR
Curiosidades
* William Crookes foi o cientista britânico que descobriu o tálio, anunciado em 1861, elemento químico de número atómico 81. Por esse trabalho, sua reputação ficou solidamente estabelecida e ele foi nomeado membro da Royal Society em 1863. Durante três anos investigou e realizou experiências cintíficas, através da médium Sra. Florence Cook, com a materialização do espírito Katie King, nos seguintes critérios: "Deve ser na minha própria casa e com minha própria seleção de amigos e espectadores, sob minhas próprias condições e podendo eu fazer o que achar melhor quanto a dispositivos". Na ultima aparição o espírito pediu uma tesoura e ofereceu um pedaço do seu vestido a cada um dos presentes, mais uma madeixa de cabelo ao Sr. Crooks.
* Quando, em 1321, Dante Alighieri morreu, não foi possível encontrar partes do manuscrito de sua obra-prima, A Divina Comédia. Durante meses os seus filhos Jacopo e Piero, revistaram a casa e todos os papeis do pai. Tinham desistido da busca quando Jacopo sonhou que vira o seu pai vestido de branco e inundado de uma luz etérea. Perguntou à visão se o poema fora completado. Dante acenou afirmativamente e mostrou a Jacopo um local secreto no seu antigo quarto. Tendo como testemunha um advogado amigo de Dante, Jacopo dirigiu-se ao local indicado no sonho.
Por detrás de um cortinado fixado na parede encontraram um postigo. No interior do esconderijo havia alguns papeis cobertos de bolor. Retiraram-nos cuidadosamente, e os limparam com uma escova e conseguiram ler as palavras de Dante. Assim completou "A Divina Comédia". Se não fosse uma visão espiritual surgida num sonho, um dos maiores poemas do mundo teria provavelmente permanecido incompleto. (Fonte - Seleções de Readers Digest)
*******************
Charge
Curiosidades
* William Crookes foi o cientista britânico que descobriu o tálio, anunciado em 1861, elemento químico de número atómico 81. Por esse trabalho, sua reputação ficou solidamente estabelecida e ele foi nomeado membro da Royal Society em 1863. Durante três anos investigou e realizou experiências cintíficas, através da médium Sra. Florence Cook, com a materialização do espírito Katie King, nos seguintes critérios: "Deve ser na minha própria casa e com minha própria seleção de amigos e espectadores, sob minhas próprias condições e podendo eu fazer o que achar melhor quanto a dispositivos". Na ultima aparição o espírito pediu uma tesoura e ofereceu um pedaço do seu vestido a cada um dos presentes, mais uma madeixa de cabelo ao Sr. Crooks.
* Quando, em 1321, Dante Alighieri morreu, não foi possível encontrar partes do manuscrito de sua obra-prima, A Divina Comédia. Durante meses os seus filhos Jacopo e Piero, revistaram a casa e todos os papeis do pai. Tinham desistido da busca quando Jacopo sonhou que vira o seu pai vestido de branco e inundado de uma luz etérea. Perguntou à visão se o poema fora completado. Dante acenou afirmativamente e mostrou a Jacopo um local secreto no seu antigo quarto. Tendo como testemunha um advogado amigo de Dante, Jacopo dirigiu-se ao local indicado no sonho.
Por detrás de um cortinado fixado na parede encontraram um postigo. No interior do esconderijo havia alguns papeis cobertos de bolor. Retiraram-nos cuidadosamente, e os limparam com uma escova e conseguiram ler as palavras de Dante. Assim completou "A Divina Comédia". Se não fosse uma visão espiritual surgida num sonho, um dos maiores poemas do mundo teria provavelmente permanecido incompleto. (Fonte - Seleções de Readers Digest)
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Charge
Número 16 / Página 8
OPINIÃO
A lição começa em casa
Francisco Muniz - jornalista e avô
Sem ideias para escrever este artigo, peço sugestões a amigos espíritas e as mulheres é que opinam. Rita sugere “algo a respeito da família, do papel dos pais no crescimento dos filhos, de até onde a gente pode interferir...”, enquanto Fátima Christina aponta um assunto “voltado para a educação - escola e pais - como dar limites?” Como se vê, são temas correlatos e se complementam com uma das sugestões de uma outra Fátima, que pretende eu escreva sobre “o estudar como fator de transformação” ou, mais especificamente, “estudar e o crescimento espiritual”, principalmente em razão dos tempos de transição que já vivemos no planeta desde o século passado e se intensifica neste terceiro milênio.
São temas pertinentes, convenhamos, e eis que acordo de madrugada matutando acerca do impositivo e então me recordo que há aproximadamente 10 anos comentei, no posfácio ao livro “Os novos tempos chegaram”, que o amigo espírita feirense Evilásio Menezes publicou pela editora DPL, algumas linhas relativas à pedagogia espírita. Dizia, naquela ocasião, que a evangelização de crianças e jovens no âmbito da casa espírita deveria ser acompanhada necessariamente pela instrução moral dos familiares, especialmente seus pais, para se garantir esse aprendizado diferenciado, motivando a troca de pensamentos e ideias voltados para a harmonia geral.
Em seu livro Evilásio Menezes iniciou a exploração de uma temática que iria aprofundar em “Pedagogia da consciência”, sua mais recente obra, agora publicada pela Editora EME. “Os novos tempos chegaram”, dentre várias informações, traz-nos ao conhecimento um curioso diálogo transcorrido na Grécia clássica dos filósofos, numa certa residência onde um pai interroga seu filho a respeito da educação que este recebe por conta de um certo filósofo. O menino, contudo, escusa-se de responder à inquirição paterna informando não poder fazê-lo naquele momento. Mas o pai insiste, afinal, é seu filho e quer que as instruções que receba sejam as melhores, de modo que insiste com seu garoto. Este, porém, mantém-se na recusa e por fim seu pai se irrita e enfurecido ante o que pensa ser a rebeldia do filho, desfere-lhe uma sonora bofetada no rosto. O garoto, então, chorando e afagando a face dolorida, exclama: “Eis aí, meu pai, o que tenho aprendido: a respeitar os mais velhos, a perdoar os ofensores, a fazer o bem até mesmo a quem me faz o mal!”
Desde tempos os mais remotos, não é tarefa muito fácil educar os filhos, pois ora os mimamos em demasia, ora negamos-lhe a necessária cota de carinho e das duas formas provocamos dramas motivados pela carência de atenção que no futuro poderão se manifestar até mesmo como incentivo à criminalidade. Mas como caminhar o caminho do meio, oferecendo aos espíritos reencarnantes o devido esclarecimento sem derrapar na excessiva liberalidade nem na repressão castradora? Como observar os limites apontados pela amiga Rita?
Na atualidade, psicólogos e pedagogos se debruçam com maior ênfase sobre o problema e há que louvarmos importantes contribuições literárias como a de Içami Tiba, que em “Quem ama, educa” oferece informações técnicas sobre como não transformar os filhos em criaturinhas tiranas na família nem adultos de caráter malformado, representando um peso para a sociedade. A contribuição espírita, no entanto, precisa ser seriamente considerada, porquanto se o profissionais leigos vêm a expressão do problema, o Espiritismo preconiza suas causas na origem de fato, que é a personalidade da alma imortal, viajora do tempo e do espaço e assim realizando seu lento aprendizado de conformação moral ante os ideais de engrandecimento que somente a consciência burilada poderá avaliar. Enquanto tal não se dá, é compreensível que os seres se comportem de maneira inadequada quanto aos valores que devem nortear uma sociedade harmonizada, cabendo aos líderes, a começar pelos pais, o papel de bons condutores,
A ação evangelizadora levada a efeito na intimidade da Casa Espírita deverá, portanto, transcender seus limites físicos e encontrar eco nos lares de suas redondezas, especialmente no de seus frequentadores, mesmo aqueles que o sejam eventuais, preconizando o imprescindível culto doméstico do Evangelho e o comparecimento ao menos às reuniões públicas de esclarecimento, cujos temas deverão sempre abordar os conceitos de transformação de hábitos, sentimentos e maneira de ver o mundo, facilitando aos pais a tarefa de serem exemplos para aqueles que eles desejam serem também, um dia, pessoas de bem.
A lição começa em casa
Francisco Muniz - jornalista e avô
Sem ideias para escrever este artigo, peço sugestões a amigos espíritas e as mulheres é que opinam. Rita sugere “algo a respeito da família, do papel dos pais no crescimento dos filhos, de até onde a gente pode interferir...”, enquanto Fátima Christina aponta um assunto “voltado para a educação - escola e pais - como dar limites?” Como se vê, são temas correlatos e se complementam com uma das sugestões de uma outra Fátima, que pretende eu escreva sobre “o estudar como fator de transformação” ou, mais especificamente, “estudar e o crescimento espiritual”, principalmente em razão dos tempos de transição que já vivemos no planeta desde o século passado e se intensifica neste terceiro milênio.
São temas pertinentes, convenhamos, e eis que acordo de madrugada matutando acerca do impositivo e então me recordo que há aproximadamente 10 anos comentei, no posfácio ao livro “Os novos tempos chegaram”, que o amigo espírita feirense Evilásio Menezes publicou pela editora DPL, algumas linhas relativas à pedagogia espírita. Dizia, naquela ocasião, que a evangelização de crianças e jovens no âmbito da casa espírita deveria ser acompanhada necessariamente pela instrução moral dos familiares, especialmente seus pais, para se garantir esse aprendizado diferenciado, motivando a troca de pensamentos e ideias voltados para a harmonia geral.
Em seu livro Evilásio Menezes iniciou a exploração de uma temática que iria aprofundar em “Pedagogia da consciência”, sua mais recente obra, agora publicada pela Editora EME. “Os novos tempos chegaram”, dentre várias informações, traz-nos ao conhecimento um curioso diálogo transcorrido na Grécia clássica dos filósofos, numa certa residência onde um pai interroga seu filho a respeito da educação que este recebe por conta de um certo filósofo. O menino, contudo, escusa-se de responder à inquirição paterna informando não poder fazê-lo naquele momento. Mas o pai insiste, afinal, é seu filho e quer que as instruções que receba sejam as melhores, de modo que insiste com seu garoto. Este, porém, mantém-se na recusa e por fim seu pai se irrita e enfurecido ante o que pensa ser a rebeldia do filho, desfere-lhe uma sonora bofetada no rosto. O garoto, então, chorando e afagando a face dolorida, exclama: “Eis aí, meu pai, o que tenho aprendido: a respeitar os mais velhos, a perdoar os ofensores, a fazer o bem até mesmo a quem me faz o mal!”
Desde tempos os mais remotos, não é tarefa muito fácil educar os filhos, pois ora os mimamos em demasia, ora negamos-lhe a necessária cota de carinho e das duas formas provocamos dramas motivados pela carência de atenção que no futuro poderão se manifestar até mesmo como incentivo à criminalidade. Mas como caminhar o caminho do meio, oferecendo aos espíritos reencarnantes o devido esclarecimento sem derrapar na excessiva liberalidade nem na repressão castradora? Como observar os limites apontados pela amiga Rita?
Na atualidade, psicólogos e pedagogos se debruçam com maior ênfase sobre o problema e há que louvarmos importantes contribuições literárias como a de Içami Tiba, que em “Quem ama, educa” oferece informações técnicas sobre como não transformar os filhos em criaturinhas tiranas na família nem adultos de caráter malformado, representando um peso para a sociedade. A contribuição espírita, no entanto, precisa ser seriamente considerada, porquanto se o profissionais leigos vêm a expressão do problema, o Espiritismo preconiza suas causas na origem de fato, que é a personalidade da alma imortal, viajora do tempo e do espaço e assim realizando seu lento aprendizado de conformação moral ante os ideais de engrandecimento que somente a consciência burilada poderá avaliar. Enquanto tal não se dá, é compreensível que os seres se comportem de maneira inadequada quanto aos valores que devem nortear uma sociedade harmonizada, cabendo aos líderes, a começar pelos pais, o papel de bons condutores,
A ação evangelizadora levada a efeito na intimidade da Casa Espírita deverá, portanto, transcender seus limites físicos e encontrar eco nos lares de suas redondezas, especialmente no de seus frequentadores, mesmo aqueles que o sejam eventuais, preconizando o imprescindível culto doméstico do Evangelho e o comparecimento ao menos às reuniões públicas de esclarecimento, cujos temas deverão sempre abordar os conceitos de transformação de hábitos, sentimentos e maneira de ver o mundo, facilitando aos pais a tarefa de serem exemplos para aqueles que eles desejam serem também, um dia, pessoas de bem.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Número 15 / Capa
EDITORIAL
Bem-vindo, 2011!
Angélica Santos
Estamos começando uma nova trajetória, como sempre acontece no início de um novo ano, sendo essa uma tônica em todas as pessoas, em todas as formas de ação; por isso levantamos a bandeira do esforço e da cidadania, visando a colaborar com afinco para o crescimento do nosso movimento, começando por dar o exemplo, programando novas ações para os trabalhos a se realizar no Lar João Batista.
Há muito que se operar para que nossa Doutrina venha a fazer muito mais do que já foi feito, elaborando a união, se para tanto nos capacitarmos colaborando e buscando entre nossos companheiros de jornada a solidariedade que, crescendo através dos tempos, faz-se necessária neste momento de violência, conturbação e desamor. Comecemos este novo período visando à união entre os seguidores de Kardec, buscando dentro de nós o homem solidário que sempre existiu.
Que cada qual, de per si, amplie os trabalhos nas casas de amor em que militamos, optando cada vez mais pelos ensinos da Doutrina, especialmente no esclarecimento e na vivência do Evangelho.
As perspectivas para o momento nos trazem a necessidade de refletir sobre tudo eu hoje vivenciamos em relação ao planeta, e ao mesmo tempo meditar sobre os valores contidos na causa espírita, chegando sem dúvida â conclusão de que precisamos colocar na sociedade o manancial dos conhecimentos que nos foram facultados.
A aproximação e convivência com a comunidade em que estamos instalados são ações que devemos buscar e por em prática no decorrer do Ano Novo – que em breve estará velho. Não podemos deixar o nosso ideal fenecer. Que 2011 seja um período de bonança e de paz entre os seguidores desta Doutrina de amor e solidariedade, dando-nos condições de nos aproximarmos cada vez mais.
******************
Leia nesta edição:
* Autor baiano colabora para o entendimento da pedagogia espírita em livro recém-lançado. Página 5
* Diretora do Círculo Espírita da Oração comenta lacuna deixada por Elzio Ferreira de Souza no movimento espírita baiano. Página 4
* Quando “Jesus não faz nada”, a confusão se instala entre a mãe zelosa e a filha incompreendida. Página 7
* A médium fluminense Yvonne do Amaral Pereira deixou grande contribuição para o estudo da mediunidade. Página 3
* Em fevereiro de 2011 a FEEB reinaugura as novas instalações da sede histórica, a Casa de Petitinga, depois de dois anos em reforma. Página 2
Bem-vindo, 2011!
Angélica Santos
Estamos começando uma nova trajetória, como sempre acontece no início de um novo ano, sendo essa uma tônica em todas as pessoas, em todas as formas de ação; por isso levantamos a bandeira do esforço e da cidadania, visando a colaborar com afinco para o crescimento do nosso movimento, começando por dar o exemplo, programando novas ações para os trabalhos a se realizar no Lar João Batista.
Há muito que se operar para que nossa Doutrina venha a fazer muito mais do que já foi feito, elaborando a união, se para tanto nos capacitarmos colaborando e buscando entre nossos companheiros de jornada a solidariedade que, crescendo através dos tempos, faz-se necessária neste momento de violência, conturbação e desamor. Comecemos este novo período visando à união entre os seguidores de Kardec, buscando dentro de nós o homem solidário que sempre existiu.
Que cada qual, de per si, amplie os trabalhos nas casas de amor em que militamos, optando cada vez mais pelos ensinos da Doutrina, especialmente no esclarecimento e na vivência do Evangelho.
As perspectivas para o momento nos trazem a necessidade de refletir sobre tudo eu hoje vivenciamos em relação ao planeta, e ao mesmo tempo meditar sobre os valores contidos na causa espírita, chegando sem dúvida â conclusão de que precisamos colocar na sociedade o manancial dos conhecimentos que nos foram facultados.
A aproximação e convivência com a comunidade em que estamos instalados são ações que devemos buscar e por em prática no decorrer do Ano Novo – que em breve estará velho. Não podemos deixar o nosso ideal fenecer. Que 2011 seja um período de bonança e de paz entre os seguidores desta Doutrina de amor e solidariedade, dando-nos condições de nos aproximarmos cada vez mais.
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Leia nesta edição:
* Autor baiano colabora para o entendimento da pedagogia espírita em livro recém-lançado. Página 5
* Diretora do Círculo Espírita da Oração comenta lacuna deixada por Elzio Ferreira de Souza no movimento espírita baiano. Página 4
* Quando “Jesus não faz nada”, a confusão se instala entre a mãe zelosa e a filha incompreendida. Página 7
* A médium fluminense Yvonne do Amaral Pereira deixou grande contribuição para o estudo da mediunidade. Página 3
* Em fevereiro de 2011 a FEEB reinaugura as novas instalações da sede histórica, a Casa de Petitinga, depois de dois anos em reforma. Página 2
Número 15 / Página 2
MOVIMENTO
Federação reinaugura a Casa de Petitinga
A Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB) recebe autoridades baianas às 10h do dia 25 de fevereiro para a reinauguração de sua sede histórica no Terreiro de Jesus. E no dia 27 será a vez dos espiritistas receberem de volta a Casa de Petitinga, após dois anos fechada para reforma de suas instalações. A obra, que custou cerca de R$2 milhões, foi realizada pela Fundação José Petitinga e FEEB, através de convênio com o Ministério da Cultura e patrocínio da Pirelli. Os trabalhos ficaram a cargo da construtura Serravalle. A reforma ainda teve apoio do governo estadual, através do IPAC e Fundação Cultural.
A sede histórica reabre suas portas à comunidade retomando as atividades sociais e doutrinárias/espirituais. As novas instalações contam com moderno mobiliário, levador para idosos, salão doutrinário climatizado, salas para estudo, biblioteca com aproximadamente cinco mil obras espíritas e não-espíritas, livraria com títulos diversos, lanchonete e gabinete médico para atendimento gratuito à comunidade do entorno do Centro Histórico de Salvador.
A Casa de Petitinga retoma assim suas atividades assistenciais e integra-se ao acervo arquitetônico e cultural do centro antigo de Salvador. Esse atendimento preconiza a assistência às pessoas carentes da área do Pelourinho, com a oferta de cursos de capacitação a jovens e o atendimento socioespiritual e material a idosos.
*********************
CURTAS
* Merece ser conhecido e divulgado o site www.bahiaespirita.com.br. A idéia nasceu da necessidade de informar a programação do Centro Espírita Pão e Luz, onde milita o confrade Jorge Lyrio Mendes. “As pessoas sempre perguntam sobre as atividades, as datas e horários. Mas por outro lado, montar e custear um site para um centro apenas seria perder a oportunidade de fazer mais”, diz ele. Por essa razão, o site abre espaço para a divulgação de toda e qualquer casa espírita interessada, bastando para isso encaminhar as informações pelo e-mail divulgue@bahiaespirita.com.br.
* O programa Encontro com Divaldo é transmitido todos os domingos (canal 1) às 15h, horário de Brasília, pela TV CEI e reproduzido no site da Mansão do Caminho, onde se encontra uma galeria com todos os programas já exibidos.
* Por falar em Divaldo Franco, ele será o palestrante na comemoração dos 95 anos da Federação Espírita do Estado da Bahia, no dia 25 de dezembro, no Centro de Convenções da Bahia, às 10 horas.
* Em benefício de sua creche, a Sociedade Campo da Paz comercializa palestras e seminários realizados por Claudio Emmanuel Abdala gravados em DVD.
******************
EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Federação reinaugura a Casa de Petitinga
A Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB) recebe autoridades baianas às 10h do dia 25 de fevereiro para a reinauguração de sua sede histórica no Terreiro de Jesus. E no dia 27 será a vez dos espiritistas receberem de volta a Casa de Petitinga, após dois anos fechada para reforma de suas instalações. A obra, que custou cerca de R$2 milhões, foi realizada pela Fundação José Petitinga e FEEB, através de convênio com o Ministério da Cultura e patrocínio da Pirelli. Os trabalhos ficaram a cargo da construtura Serravalle. A reforma ainda teve apoio do governo estadual, através do IPAC e Fundação Cultural.
A sede histórica reabre suas portas à comunidade retomando as atividades sociais e doutrinárias/espirituais. As novas instalações contam com moderno mobiliário, levador para idosos, salão doutrinário climatizado, salas para estudo, biblioteca com aproximadamente cinco mil obras espíritas e não-espíritas, livraria com títulos diversos, lanchonete e gabinete médico para atendimento gratuito à comunidade do entorno do Centro Histórico de Salvador.
A Casa de Petitinga retoma assim suas atividades assistenciais e integra-se ao acervo arquitetônico e cultural do centro antigo de Salvador. Esse atendimento preconiza a assistência às pessoas carentes da área do Pelourinho, com a oferta de cursos de capacitação a jovens e o atendimento socioespiritual e material a idosos.
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CURTAS
* Merece ser conhecido e divulgado o site www.bahiaespirita.com.br. A idéia nasceu da necessidade de informar a programação do Centro Espírita Pão e Luz, onde milita o confrade Jorge Lyrio Mendes. “As pessoas sempre perguntam sobre as atividades, as datas e horários. Mas por outro lado, montar e custear um site para um centro apenas seria perder a oportunidade de fazer mais”, diz ele. Por essa razão, o site abre espaço para a divulgação de toda e qualquer casa espírita interessada, bastando para isso encaminhar as informações pelo e-mail divulgue@bahiaespirita.com.br.
* O programa Encontro com Divaldo é transmitido todos os domingos (canal 1) às 15h, horário de Brasília, pela TV CEI e reproduzido no site da Mansão do Caminho, onde se encontra uma galeria com todos os programas já exibidos.
* Por falar em Divaldo Franco, ele será o palestrante na comemoração dos 95 anos da Federação Espírita do Estado da Bahia, no dia 25 de dezembro, no Centro de Convenções da Bahia, às 10 horas.
* Em benefício de sua creche, a Sociedade Campo da Paz comercializa palestras e seminários realizados por Claudio Emmanuel Abdala gravados em DVD.
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EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Número 15 / Página 3
MEMÓRIA
Yvonne do Amaral Pereira
“Uma heroína silenciosa”
Pedro Camilo - expositor e escritor espírita
Tendo nascido a 24 de dezembro de 1900, com 29 dias de vida a pequenina “Yphone”, como fora inicialmente registrada, sofrera um súbito acesso de tosse, seguido de sufocação, ficando como morta. Chamado o médico da pequena Villa de Santa Thereza de Valença, onde nascera, hoje cidade de Rio das Flores, sul do Estado do Rio de Janeiro, a morte por súbita sufocação foi constatada, e a certidão de óbito lavrada. Afinal, já se contavam seis horas consecutivas de rigidez cadavérica, corpo arroxeado e demais características próprias a um defunto.
Nem um choro era ouvido, nem um gemido. Sua mãe, com o amor que abunda nos corações maternos, não acreditava na morte da pequenina, e como sua fé fosse maior do que um grão de mostarda, orou a Maria Santíssima, Mãe de Jesus, rogando-lhe a intervenção sublime, para que a filhinha fosse trazida à vida. Certa de ser atendida, encerra seu apelo, dizendo:
- E como prova do meu reconhecimento por essa caridade que me fareis eu vo-la entregarei para sempre. Renunciarei aos meus direitos sobre ela a partir deste momento! Ela é vossa! Eu vo-la entrego! E seja qual for o destino que a esperar, uma vez retorne à vida, estarei serena e confiante, porque será previsto pela vossa proteção.
Diante de tão comovedora prece, a Misericórdia Divina compadeceu-se e fez a criancinha despertar com grito estridente, marco das duras provas em que mergulharia durante décadas de sofrimento...
“Aos quatro anos de idade já eu me comunicava com Espíritos desencarnados, através da visão e da audição: via-os e falava com eles.”, declara Tuti, como tão carinhosamente era chamada pelos familiares, em “Recordações da Mediunidade”, obra autobiográfica orientada por Dr. Bezerra de Menezes. Bezerra começou a acompanhá-la desde 1912, e sobre relação com O Médico dos Pobres, ela afirmaria mais tarde: “Em toda a minha vida ele tem me guiado, aconselhado. Enfim, o Dr. Bezerra acabou de me criar e é ele quem ‘manda’ na minha vida; quem me dirige é ele.”
Também por volta dos 12 anos, recebeu de seu pai, espírita antes mesmo do seu nascimento, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, obras estudadas e vividas por ela durante toda sua existência.
Muitos Espíritos, além de Bezerra, secundaram-lhe na grande tarefa mediúnica realizada, como Eurípedes Barsanulfo, na cura de paralíticos, dentre outros; Inácio Bittencourt, que, juntamente com Bezerra e outros, orientava o receituário homeopático; Camilo Castelo Branco e Lev Tolstoi, ambos ditando-lhes obras psicográ-ficas; Léon Denis e Chopin, orientadores prestimosos; Roberto de Canalejas, antigo afeto; e Charles, guia e pai de outros tempos. Este último foi o que mais a marcou, pois nutriam uma afeição recíproca que varava a noite dos séculos, unidos por profundos laços de amor.
A recordação de existências pretéritas foi-lhe marca indelével. Ao todo foram cinco experiências relatadas psicograficamente por Charles, sendo duas em “Sublimação”, cuja autoria é dividida com Lev Tolstoi, também autor de “Ressurreição e Vida”, e na trilogia “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers” e “O Drama da Bretanha”. Era pretensão de Charles escrever sobre a encarnação que precedeu esta última, mas o Espírito Dr. Bezerra de Menezes interveio, asseverando que seria humilhação demasiada para uma única criatura.
Dedicou-se com afinco ao trabalho com suicidas, através da psicofonia e do desdobramento, posto ter cometido, algumas vezes, esse ato insano em outras existências. Mas foi com “Memórias de um Suicida”, psicografia de Camilo Castelo Branco, que Yvonne celebrizou-se no meio espírita. Seu exemplo de prudência e bom senso, guardando a obra por quase trinta anos para certificar-se de quanto ali foi escrito, mereceu gratas considerações de Chico Xavier, que mui sabiamente a designou “Uma Heroína Silenciosa”.
Além das obras citadas, a abençoada faculdade de Yvonne do Amaral Pereira brindou a literatura espírita com as seguintes pérolas: “Dramas da Obsessão” e “A Tragédia de Santa Maria” (ditadas por Bezerra de Menezes), “Nas Telas do Infinito” (de Dr. Bezerra e Camilo Castelo Branco), “Amor e Ódio” (de Charles), “Devassando o Invisível” e “Cânticos do Coração” vols. I e II, sob assistência espiritual.
Notabilizou-se também pelas belíssimas crônicas escritas do próprio punho, sob o pseudônimo de Frederico Francisco (singela homenagem a Fréderic-François Chopin), algumas das quais encontram-se reunidas no livro “À Luz do Consolador”, compilado e editado pela Federação Espírita Brasileira em 1997.
Por tudo que significa, o nome de Yvonne do Amaral Pereira para sempre ficará registrado na história do Espiritismo no Brasil, e quiçá no mundo. Afinal, foram quase 84 anos (seu desenlace se deu a 9 de março de 1984, no Rio) de apostolado mediúnico, de fidelidade a Jesus e a Maria Santíssima, tutora e guardiã, sendo sua vida verdadeira ode ao amor, demonstrando a excelência da Doutrina Espírita na tarefa de redenção das almas arrependidas e decididas à edificação do Reino dos Céus em si mesmas!
Yvonne do Amaral Pereira
“Uma heroína silenciosa”
Pedro Camilo - expositor e escritor espírita
Tendo nascido a 24 de dezembro de 1900, com 29 dias de vida a pequenina “Yphone”, como fora inicialmente registrada, sofrera um súbito acesso de tosse, seguido de sufocação, ficando como morta. Chamado o médico da pequena Villa de Santa Thereza de Valença, onde nascera, hoje cidade de Rio das Flores, sul do Estado do Rio de Janeiro, a morte por súbita sufocação foi constatada, e a certidão de óbito lavrada. Afinal, já se contavam seis horas consecutivas de rigidez cadavérica, corpo arroxeado e demais características próprias a um defunto.
Nem um choro era ouvido, nem um gemido. Sua mãe, com o amor que abunda nos corações maternos, não acreditava na morte da pequenina, e como sua fé fosse maior do que um grão de mostarda, orou a Maria Santíssima, Mãe de Jesus, rogando-lhe a intervenção sublime, para que a filhinha fosse trazida à vida. Certa de ser atendida, encerra seu apelo, dizendo:
- E como prova do meu reconhecimento por essa caridade que me fareis eu vo-la entregarei para sempre. Renunciarei aos meus direitos sobre ela a partir deste momento! Ela é vossa! Eu vo-la entrego! E seja qual for o destino que a esperar, uma vez retorne à vida, estarei serena e confiante, porque será previsto pela vossa proteção.
Diante de tão comovedora prece, a Misericórdia Divina compadeceu-se e fez a criancinha despertar com grito estridente, marco das duras provas em que mergulharia durante décadas de sofrimento...
“Aos quatro anos de idade já eu me comunicava com Espíritos desencarnados, através da visão e da audição: via-os e falava com eles.”, declara Tuti, como tão carinhosamente era chamada pelos familiares, em “Recordações da Mediunidade”, obra autobiográfica orientada por Dr. Bezerra de Menezes. Bezerra começou a acompanhá-la desde 1912, e sobre relação com O Médico dos Pobres, ela afirmaria mais tarde: “Em toda a minha vida ele tem me guiado, aconselhado. Enfim, o Dr. Bezerra acabou de me criar e é ele quem ‘manda’ na minha vida; quem me dirige é ele.”
Também por volta dos 12 anos, recebeu de seu pai, espírita antes mesmo do seu nascimento, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, obras estudadas e vividas por ela durante toda sua existência.
Muitos Espíritos, além de Bezerra, secundaram-lhe na grande tarefa mediúnica realizada, como Eurípedes Barsanulfo, na cura de paralíticos, dentre outros; Inácio Bittencourt, que, juntamente com Bezerra e outros, orientava o receituário homeopático; Camilo Castelo Branco e Lev Tolstoi, ambos ditando-lhes obras psicográ-ficas; Léon Denis e Chopin, orientadores prestimosos; Roberto de Canalejas, antigo afeto; e Charles, guia e pai de outros tempos. Este último foi o que mais a marcou, pois nutriam uma afeição recíproca que varava a noite dos séculos, unidos por profundos laços de amor.
A recordação de existências pretéritas foi-lhe marca indelével. Ao todo foram cinco experiências relatadas psicograficamente por Charles, sendo duas em “Sublimação”, cuja autoria é dividida com Lev Tolstoi, também autor de “Ressurreição e Vida”, e na trilogia “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers” e “O Drama da Bretanha”. Era pretensão de Charles escrever sobre a encarnação que precedeu esta última, mas o Espírito Dr. Bezerra de Menezes interveio, asseverando que seria humilhação demasiada para uma única criatura.
Dedicou-se com afinco ao trabalho com suicidas, através da psicofonia e do desdobramento, posto ter cometido, algumas vezes, esse ato insano em outras existências. Mas foi com “Memórias de um Suicida”, psicografia de Camilo Castelo Branco, que Yvonne celebrizou-se no meio espírita. Seu exemplo de prudência e bom senso, guardando a obra por quase trinta anos para certificar-se de quanto ali foi escrito, mereceu gratas considerações de Chico Xavier, que mui sabiamente a designou “Uma Heroína Silenciosa”.
Além das obras citadas, a abençoada faculdade de Yvonne do Amaral Pereira brindou a literatura espírita com as seguintes pérolas: “Dramas da Obsessão” e “A Tragédia de Santa Maria” (ditadas por Bezerra de Menezes), “Nas Telas do Infinito” (de Dr. Bezerra e Camilo Castelo Branco), “Amor e Ódio” (de Charles), “Devassando o Invisível” e “Cânticos do Coração” vols. I e II, sob assistência espiritual.
Notabilizou-se também pelas belíssimas crônicas escritas do próprio punho, sob o pseudônimo de Frederico Francisco (singela homenagem a Fréderic-François Chopin), algumas das quais encontram-se reunidas no livro “À Luz do Consolador”, compilado e editado pela Federação Espírita Brasileira em 1997.
Por tudo que significa, o nome de Yvonne do Amaral Pereira para sempre ficará registrado na história do Espiritismo no Brasil, e quiçá no mundo. Afinal, foram quase 84 anos (seu desenlace se deu a 9 de março de 1984, no Rio) de apostolado mediúnico, de fidelidade a Jesus e a Maria Santíssima, tutora e guardiã, sendo sua vida verdadeira ode ao amor, demonstrando a excelência da Doutrina Espírita na tarefa de redenção das almas arrependidas e decididas à edificação do Reino dos Céus em si mesmas!
Número 15 / Página 4
ENTREVISTA
Saudade de Elzio Ferreira de Souza
Doutor Elzio (foto), como era mais conhecido no movimento espírita baiano, desencarnou em 2006, aos 80 anos de idade, deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida. Para falar sobre ele, entrevistamos a médium Diana Santiago, atualmente diretora-tesoureira do Círculo Espírita da Oração, a “Casinha”, onde conviveu por mais de 20 anos com nosso homenageado, cuja memória reverenciamos neste momento. Diana é também musicista e professora universitária.
1 – Quem era de fato Elzio Ferreira de Souza?
Essa é uma pergunta difícil! No livro Nosso Lar, aprendemos que o bônus-hora "representa a possibilidade (...) de remunerar alguém que se encontre em nossas realizações, mas o critério quanto ao valor da hora pertence exclusivamente a Deus". De modo similar, penso que somente Deus sabe quem é de fato uma pessoa. Acredito, contudo, poder afirmar que, para nós do Círculo Espírita da Oração (que preferimos denominar de Casinha, como ele mesmo fazia), o irmão Elzio Ferreira de Souza foi sempre o exemplo do fiel seguidor de Jesus. Ele era sobretudo uma pessoa de profunda dedicação à oração, que conseguia estabelecer duradoura sintonia com os mentores da espiritualidade junto aos quais se comprometeu com o trabalho espírita. Era um incansável trabalhador em prol das ideias espíritas, principalmente na divulgação do livro. Mentalidade aberta, dedicada ao estudo aprofundado das obras de Kardec, trabalhar com ele na revisão dos livros e nas atividades doutrinárias da Casinha foi um aprendizado imorredouro.
2 – O Círculo Espírita da Oração, ou “a Casinha”, como ele dizia, ressente-se hoje da ausência física de Dr. Elzio?
É claro que tivemos que nos adaptar a não tê-lo fisicamente do nosso lado, mas, sua presença é percebida com frequencia na Casinha e, com certeza, ele pode agir com muito mais desenvoltura no mundo espiritual, pois, "desligado dos liames da matéria", pode decerto atuar num nível de abrangência mais amplo.
3 – Tendo convivido com o Dr. Elzio Ferreira de Souza, de que modo você prefere recordar-se dele?
Tive a oportunidade de conviver vinte e três anos no trabalho espírita com Dr. Elzio. Apesar de ser eu mesma uma acadêmica, afeita desde criança ao estudo e, por isso, tendo encontrado em Dr. Elzio desde que o conheci um estímulo para o aprimoramento intelectual, prefiro recordá-lo como o homem de profunda capacidade de oração. Há grande diferença entre um intelectual e um sábio. Considero Dr. Elzio um sábio, no sentido de "espírito de sabedoria" dado no Livro dos Espíritos, em que prevalece a moral sobre o intelecto. Mesmo se suas ideias pudessem parecer estranhas para muitos, mesmo que possa ter errado em uma ou outra avaliação e/ou decisão (só o tempo poderá dizer), sua capacidade de interpretar o legado kardequiano e, sobretudo, o Evangelho de Jesus passava sempre pelo crivo da oração. Recordo-me dele, em resumo, como o indivíduo que examinava os textos que lesse com o critério da razão, seguindo a recomendação de Kardec, mas, sobretudo, como o indivíduo que se banhava na luz da oração para nela encontrar o alimento que o sustentava e guiava em quaisquer decisões. No convívio na Terra, raramente encontramos pessoas assim, pois nosso planeta ainda é um local onde joio e trigo medram lado a lado. Agradeço a Deus poder ter convivido com ele e, espero, aprendido com ele a orar e a servir.
4 – Quatro anos após sua desencarnação, que legado Dr. Elzio deixou para o movimento espírita baiano?
Indubitavelmente, o maior legado de Dr. Elzio ao movimento espírita baiano foi aquele propiciado por sua atividade como diretor da Livraria Vinha de Luz, na Casa de Petitinga (FEEB). Se os livros de Yoguin, seu mentor, não são, penso, apreciados e valorizados o quanto deveriam - pois discorrem sobre problemas doutrinários a partir de ângulos inéditos no movimento espírita brasileiro - seu trabalho como divulgador de livros lançou raízes duradouras no movimento espírita baiano. Sua forma de atuação nesta área, sua visão doutrinária aliada à capacidade de selecionar obras que enriquecessem os horizontes dos frequentadores daquela livraria em vários aspectos (filosóficos, religiosos e científicos), sua incansável busca por novos lançamentos em várias línguas, possibilitaram a transformação de consciências, ampliando os horizontes intelectuais e espirituais de pelo menos duas gerações de espíritas. Se considerarmos que os beneficiados desta sua atuação se encontram dispersos por todo o estado e muitos deles são inclusive palestrantes e escritores, percebe-se o impacto obtido por sua tarefa.
Saudade de Elzio Ferreira de Souza
Doutor Elzio (foto), como era mais conhecido no movimento espírita baiano, desencarnou em 2006, aos 80 anos de idade, deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida. Para falar sobre ele, entrevistamos a médium Diana Santiago, atualmente diretora-tesoureira do Círculo Espírita da Oração, a “Casinha”, onde conviveu por mais de 20 anos com nosso homenageado, cuja memória reverenciamos neste momento. Diana é também musicista e professora universitária.
1 – Quem era de fato Elzio Ferreira de Souza?
Essa é uma pergunta difícil! No livro Nosso Lar, aprendemos que o bônus-hora "representa a possibilidade (...) de remunerar alguém que se encontre em nossas realizações, mas o critério quanto ao valor da hora pertence exclusivamente a Deus". De modo similar, penso que somente Deus sabe quem é de fato uma pessoa. Acredito, contudo, poder afirmar que, para nós do Círculo Espírita da Oração (que preferimos denominar de Casinha, como ele mesmo fazia), o irmão Elzio Ferreira de Souza foi sempre o exemplo do fiel seguidor de Jesus. Ele era sobretudo uma pessoa de profunda dedicação à oração, que conseguia estabelecer duradoura sintonia com os mentores da espiritualidade junto aos quais se comprometeu com o trabalho espírita. Era um incansável trabalhador em prol das ideias espíritas, principalmente na divulgação do livro. Mentalidade aberta, dedicada ao estudo aprofundado das obras de Kardec, trabalhar com ele na revisão dos livros e nas atividades doutrinárias da Casinha foi um aprendizado imorredouro.
2 – O Círculo Espírita da Oração, ou “a Casinha”, como ele dizia, ressente-se hoje da ausência física de Dr. Elzio?
É claro que tivemos que nos adaptar a não tê-lo fisicamente do nosso lado, mas, sua presença é percebida com frequencia na Casinha e, com certeza, ele pode agir com muito mais desenvoltura no mundo espiritual, pois, "desligado dos liames da matéria", pode decerto atuar num nível de abrangência mais amplo.
3 – Tendo convivido com o Dr. Elzio Ferreira de Souza, de que modo você prefere recordar-se dele?
Tive a oportunidade de conviver vinte e três anos no trabalho espírita com Dr. Elzio. Apesar de ser eu mesma uma acadêmica, afeita desde criança ao estudo e, por isso, tendo encontrado em Dr. Elzio desde que o conheci um estímulo para o aprimoramento intelectual, prefiro recordá-lo como o homem de profunda capacidade de oração. Há grande diferença entre um intelectual e um sábio. Considero Dr. Elzio um sábio, no sentido de "espírito de sabedoria" dado no Livro dos Espíritos, em que prevalece a moral sobre o intelecto. Mesmo se suas ideias pudessem parecer estranhas para muitos, mesmo que possa ter errado em uma ou outra avaliação e/ou decisão (só o tempo poderá dizer), sua capacidade de interpretar o legado kardequiano e, sobretudo, o Evangelho de Jesus passava sempre pelo crivo da oração. Recordo-me dele, em resumo, como o indivíduo que examinava os textos que lesse com o critério da razão, seguindo a recomendação de Kardec, mas, sobretudo, como o indivíduo que se banhava na luz da oração para nela encontrar o alimento que o sustentava e guiava em quaisquer decisões. No convívio na Terra, raramente encontramos pessoas assim, pois nosso planeta ainda é um local onde joio e trigo medram lado a lado. Agradeço a Deus poder ter convivido com ele e, espero, aprendido com ele a orar e a servir.
4 – Quatro anos após sua desencarnação, que legado Dr. Elzio deixou para o movimento espírita baiano?
Indubitavelmente, o maior legado de Dr. Elzio ao movimento espírita baiano foi aquele propiciado por sua atividade como diretor da Livraria Vinha de Luz, na Casa de Petitinga (FEEB). Se os livros de Yoguin, seu mentor, não são, penso, apreciados e valorizados o quanto deveriam - pois discorrem sobre problemas doutrinários a partir de ângulos inéditos no movimento espírita brasileiro - seu trabalho como divulgador de livros lançou raízes duradouras no movimento espírita baiano. Sua forma de atuação nesta área, sua visão doutrinária aliada à capacidade de selecionar obras que enriquecessem os horizontes dos frequentadores daquela livraria em vários aspectos (filosóficos, religiosos e científicos), sua incansável busca por novos lançamentos em várias línguas, possibilitaram a transformação de consciências, ampliando os horizontes intelectuais e espirituais de pelo menos duas gerações de espíritas. Se considerarmos que os beneficiados desta sua atuação se encontram dispersos por todo o estado e muitos deles são inclusive palestrantes e escritores, percebe-se o impacto obtido por sua tarefa.
Número 15 / Página 5
LITERATURA
Livro de autor baiano é auxílio para compreensão da pedagogia espírita
Um livro será sempre grandioso e útil pelo conteúdo. Um belo livro o será nem tanto pela capa bem trabalhada, mas pelo que nele se lê de uma capa a outra. Tampouco será um livro interessante pelo nome do autor ou pelo título pomposo ou despretensioso, mas simplesmente pela mensagem de renovação e elevação que traga, revelando-se um nobre amigo de quem se encontre sem rumo, ao sabor das vagas tempestuosas da vida. Um livro espírita, certamente.
Um livro assim a Editora EME, de Capivari (SP), lançou recentemente, sob o título de “Pedagogia da consciência” e de autoria do escritor, expositor e dirigente espírita Evilásio Menezes (foto), de Feira de Santana. O título já diz do que se trata: através da análise das propostas educativas do Espiritismo, em comparação com os conceitos voltados para o aprimoramento do ser expendidos por pensadores como Wilhelm Dilthey e Herculano Pires, por exemplo, o autor enfatiza a necessidade de ampliação da consciência como forma de se vivenciar com alguma eficácia os ensinos evangélicos e assim atender aos impositivos da Lei de Evolução.
Evilásio Menezes é dirigente da Sociedade Espírita Verdade e União (SEVU), de Lustosa, distrito do município de Teodoro Sampaio, próximo a Feira de Santana. Ele é autor de outra obra de peso, “Os novos tempos chegaram” (DPL, 2002), na qual esboça os conceitos explorados em “Pedagogia da consciência”. São livros genuinamente espíritas, embora as editoras os vendam respectivamente como “esotérico” e de “auto ajuda”. Ainda assim, são preciosos auxiliares na tarefa de auto-aprimoramento a que o ser é chamado a realizar nos moldes da Doutrina Espírita
Com eles, os estudantes do Espiritismo, especialmente aqueles já preparados para dar um passo além em sua reforma interior, encontrará meios para (re)avaliar com profundidade suas disposições morais, fazendo da própria vida um eco das palavras do Cristo e das lições provindas da Espiritualidade. A essência da mensagem de Evilásio Menezes, no vigoroso ensaio que é sua “Pedagogia da consciência”, é a necessidade de se romper os vínculos com o tradicionalismo vazio que ainda prende o espírito a seu passado muitas vezes doentio e que por isso impede a vivência da condição de imortalidade que lhe é própria.
********************
POESIA
Sobre as águas
Francisco Muniz
... e lá fui eu andar sobre
as águas
como o Cristo, pleno de confiança
como Pedro, vencendo os temores
lá fui eu...
pesava-me o corpo assaz material
mas a consciência leve suavizava o peso
e lá fui eu...
no mar sem ondas como o lago
de antigamente
andei sobre as águas
sobre as águas flutuei
eu, espírito imortal
viajante do tempo e do espaço
sobre as águas caminhei
*******************
Aniversariantes do trimestre:
Outubro
5 – Celeste
15 – Dalva
19 – Terezinha
21 – Celina
27 – Clélia
30 – Nalva
Novembro
15 – Erotildes
18 – Ivan
Dezembro
7 – Conceição
19 – Carmelita
25 – Josenês
30 – Auri
“Devemos aprender com o tempo
Tudo que ele oferece
Do contrário estaremos vivendo
O tempo que não nos merece.”
Livro de autor baiano é auxílio para compreensão da pedagogia espírita
Um livro será sempre grandioso e útil pelo conteúdo. Um belo livro o será nem tanto pela capa bem trabalhada, mas pelo que nele se lê de uma capa a outra. Tampouco será um livro interessante pelo nome do autor ou pelo título pomposo ou despretensioso, mas simplesmente pela mensagem de renovação e elevação que traga, revelando-se um nobre amigo de quem se encontre sem rumo, ao sabor das vagas tempestuosas da vida. Um livro espírita, certamente.
Um livro assim a Editora EME, de Capivari (SP), lançou recentemente, sob o título de “Pedagogia da consciência” e de autoria do escritor, expositor e dirigente espírita Evilásio Menezes (foto), de Feira de Santana. O título já diz do que se trata: através da análise das propostas educativas do Espiritismo, em comparação com os conceitos voltados para o aprimoramento do ser expendidos por pensadores como Wilhelm Dilthey e Herculano Pires, por exemplo, o autor enfatiza a necessidade de ampliação da consciência como forma de se vivenciar com alguma eficácia os ensinos evangélicos e assim atender aos impositivos da Lei de Evolução.
Evilásio Menezes é dirigente da Sociedade Espírita Verdade e União (SEVU), de Lustosa, distrito do município de Teodoro Sampaio, próximo a Feira de Santana. Ele é autor de outra obra de peso, “Os novos tempos chegaram” (DPL, 2002), na qual esboça os conceitos explorados em “Pedagogia da consciência”. São livros genuinamente espíritas, embora as editoras os vendam respectivamente como “esotérico” e de “auto ajuda”. Ainda assim, são preciosos auxiliares na tarefa de auto-aprimoramento a que o ser é chamado a realizar nos moldes da Doutrina Espírita
Com eles, os estudantes do Espiritismo, especialmente aqueles já preparados para dar um passo além em sua reforma interior, encontrará meios para (re)avaliar com profundidade suas disposições morais, fazendo da própria vida um eco das palavras do Cristo e das lições provindas da Espiritualidade. A essência da mensagem de Evilásio Menezes, no vigoroso ensaio que é sua “Pedagogia da consciência”, é a necessidade de se romper os vínculos com o tradicionalismo vazio que ainda prende o espírito a seu passado muitas vezes doentio e que por isso impede a vivência da condição de imortalidade que lhe é própria.
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POESIA
Sobre as águas
Francisco Muniz
... e lá fui eu andar sobre
as águas
como o Cristo, pleno de confiança
como Pedro, vencendo os temores
lá fui eu...
pesava-me o corpo assaz material
mas a consciência leve suavizava o peso
e lá fui eu...
no mar sem ondas como o lago
de antigamente
andei sobre as águas
sobre as águas flutuei
eu, espírito imortal
viajante do tempo e do espaço
sobre as águas caminhei
*******************
Aniversariantes do trimestre:
Outubro
5 – Celeste
15 – Dalva
19 – Terezinha
21 – Celina
27 – Clélia
30 – Nalva
Novembro
15 – Erotildes
18 – Ivan
Dezembro
7 – Conceição
19 – Carmelita
25 – Josenês
30 – Auri
“Devemos aprender com o tempo
Tudo que ele oferece
Do contrário estaremos vivendo
O tempo que não nos merece.”
Número 15 / Página 6
DOUTRINA
Mensagem sobre o amor
José Hermínio Araújo - segundo tesoureiro do C. E. Lar João Batista
Amor é a transformação dos instintos dentro da escala evolutiva.
O amor é tão sublime que caminha silenciosa-mente dentro da cons-ciência.
O amor não cobra nada em troca das boas ações agilizadas em favor de um bem-estar.
O amor jamais acaba, pois ele transcende pra o infinito, alimentando a imortalidade para onde quer que se encaminhe.
O amor é tão imensurável que vai lapidando a alma para alcançar os cumes do Universo, transformando os entendimentos em sabedoria, resignando as dores em confiança no futuro.
O amor ensina a se buscar a oração, para se seguir nos caminhos de Jesus e alcançar a satisfação do Ser Divino.
E não se tem uma definição exata para o amor devido a nosso vocabulário ser muito pobre, para que se enxergue a lamparina que está sempre acesa dentro dos corações.
E sem que se percebam as transformações que se vão processando com o mais simples gesto de atenção, de carinho, de um sorriso, de um afago, pelo pedido de perdão para aquele que foi magoado, de silêncio... O caminhar da Natureza é silencioso e harmonioso, nas boas ações realizadas com todos aqueles que fazem parte do convívio de cada um.
**********************
“Amor é quando alguém te magoa e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus
sentimentos.” (Matthew, 6 anos)
**********************
Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
Mensagem sobre o amor
José Hermínio Araújo - segundo tesoureiro do C. E. Lar João Batista
Amor é a transformação dos instintos dentro da escala evolutiva.
O amor é tão sublime que caminha silenciosa-mente dentro da cons-ciência.
O amor não cobra nada em troca das boas ações agilizadas em favor de um bem-estar.
O amor jamais acaba, pois ele transcende pra o infinito, alimentando a imortalidade para onde quer que se encaminhe.
O amor é tão imensurável que vai lapidando a alma para alcançar os cumes do Universo, transformando os entendimentos em sabedoria, resignando as dores em confiança no futuro.
O amor ensina a se buscar a oração, para se seguir nos caminhos de Jesus e alcançar a satisfação do Ser Divino.
E não se tem uma definição exata para o amor devido a nosso vocabulário ser muito pobre, para que se enxergue a lamparina que está sempre acesa dentro dos corações.
E sem que se percebam as transformações que se vão processando com o mais simples gesto de atenção, de carinho, de um sorriso, de um afago, pelo pedido de perdão para aquele que foi magoado, de silêncio... O caminhar da Natureza é silencioso e harmonioso, nas boas ações realizadas com todos aqueles que fazem parte do convívio de cada um.
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“Amor é quando alguém te magoa e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus
sentimentos.” (Matthew, 6 anos)
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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
Número 15 / Página 7
HUMOR
Charge
*******************
O engano de Jesus
Do site do jornal espírita Correio Fraterno (www.correiofraterno.com.br)
– Mãe, lembra da Luzia, irmã da Sílvia?
– Lembro, filha.
– A Sílvia e eu estamos desconfiadas que ela enganou Jesus direitinho.
– Como assim, Laurinha? Não pode falar desse jeito! Jesus nunca é enganado!
– Ah, mãe! Você não viu o que a Luzia aprontou e Jesus não fez nada. Ele viu tudo e ficou caladinho, depois, só porque ela é pequena e faz cara de criança chorona, ele não fez nada.
– Laurinha, você não pode falar desse jeito de Jesus.
– Mãe, a gente aprende que não pode mentir e não pode enganar ninguém. Eu e a Sílvia sabemos muito bem que a Luzia está só enganando os outros, mas já falei pra Sílvia contar tudo pra sua mãe, já que Jesus não faz nada.
– Laurinha! Mas que história mais estranha é essa! Desde quando você é na Terra a representante de Jesus?
Laurinha foi para o quarto, sentou-se em sua escrivaninha e ficou pensando. Pegou uns papéis, fez algumas anotações e, não demorou, sua mãe, intrigada, voltou a tocar no assunto:
– Está mais tranquila agora?
– Sim. Pensei e fiz umas anotações.
– Que anotações?
– Anotei que a Luzia pegou todos os nossos brinquedos e jogou no jardim, mudou o penteado das nossas bonecas e rabiscou nossos desenhos. Quando Jesus viu, ela saiu correndo, sentou no sofá e falou que estava assistindo desenho. Quando D. Marta chegou, deu bronca na gente. Jesus não fez nada!
– Laurinha, Jesus tem mais o que fazer do que se preocupar com briga de criança; a Luzia só tem cinco anos! Eu achei que essa história já havia acabado.
– Está bem, mãe. Fale com a Sílvia aqui no telefone! Alô! Sílvia, minha mãe não está acreditando em mim. Fala com ela.
Laurinha passou o telefone para a mãe:
– Sílvia, tudo bem? Sua mãe está? Preciso conversar com ela. Você e Laurinha estão com muita imaginação. Precisam parar de envolver Jesus em tudo quanto é história.
– Mas é verdade, tia. Quer ver? Fala aqui com ele.
Ouve-se uma voz grossa, de homem, do outro lado da linha:
– Alô!
– Quem está falando?
– É Jesus, o jardineiro!
*********************
CURIOSIDADES
* O espanhol Miguel Vives y Vives (1842-1906) conheceu o Espiritismo em 1871, quando ao se encontrar muito enfermo foi conduzido a um grupo espírita que o curou. Dedicando-se à Doutrina, destacou-se como médium de incorporação, psicógrafo e de curas. Foi o primeiro a introduzir o Espiritismo no teatro. Fundou o Centro Espiritista de Tarrasa, sua cidade natal, com o nome de “Fraternidad Humana”.
* O grupo espírita “Confucius” foi fundado em 2 de agosto de 1873, no Rio de Janeiro. O nome do grupo foi dado em homenagem a um espírito que vinha, desde algum tempo, ensinando elevados princípios de moral em reuniões particulares. Característica interessante dessa primeira sociedade espírita juridicamente constituída no Brasil era a preponderância de pessoas ligadas à homeopatia.
* A famosa “Prece de Cáritas”, de autoria do Espírito Cáritas, foi psicografada em Bordeaux, França, através da médium Mme. W. Krell, a 25 de dezembro de 1873. Repetida por gerações de espíritas, é ainda hoje uma das preces mais difundidas no âmbito da Doutrina. Mme. W. Krell era uma das grandes médiuns de seu tempo, tendo psicografado com perfeição tanto poesias de eminentes nomes da literatura francesa como, na prosa, textos do Espírito de Verdade, Dumas, Lacordaire, Lamennais, Pascal, Esopo, Fénelon e diversos outros. As mulheres em geral não eram muito frequentes nas comunicações, mas entre elas se destacava Cáritas, que preferia temas religiosos. Vale lembrar que o nome escolhido pelo Espírito significa, em latim, “Caridade”.
Charge
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O engano de Jesus
Do site do jornal espírita Correio Fraterno (www.correiofraterno.com.br)
– Mãe, lembra da Luzia, irmã da Sílvia?
– Lembro, filha.
– A Sílvia e eu estamos desconfiadas que ela enganou Jesus direitinho.
– Como assim, Laurinha? Não pode falar desse jeito! Jesus nunca é enganado!
– Ah, mãe! Você não viu o que a Luzia aprontou e Jesus não fez nada. Ele viu tudo e ficou caladinho, depois, só porque ela é pequena e faz cara de criança chorona, ele não fez nada.
– Laurinha, você não pode falar desse jeito de Jesus.
– Mãe, a gente aprende que não pode mentir e não pode enganar ninguém. Eu e a Sílvia sabemos muito bem que a Luzia está só enganando os outros, mas já falei pra Sílvia contar tudo pra sua mãe, já que Jesus não faz nada.
– Laurinha! Mas que história mais estranha é essa! Desde quando você é na Terra a representante de Jesus?
Laurinha foi para o quarto, sentou-se em sua escrivaninha e ficou pensando. Pegou uns papéis, fez algumas anotações e, não demorou, sua mãe, intrigada, voltou a tocar no assunto:
– Está mais tranquila agora?
– Sim. Pensei e fiz umas anotações.
– Que anotações?
– Anotei que a Luzia pegou todos os nossos brinquedos e jogou no jardim, mudou o penteado das nossas bonecas e rabiscou nossos desenhos. Quando Jesus viu, ela saiu correndo, sentou no sofá e falou que estava assistindo desenho. Quando D. Marta chegou, deu bronca na gente. Jesus não fez nada!
– Laurinha, Jesus tem mais o que fazer do que se preocupar com briga de criança; a Luzia só tem cinco anos! Eu achei que essa história já havia acabado.
– Está bem, mãe. Fale com a Sílvia aqui no telefone! Alô! Sílvia, minha mãe não está acreditando em mim. Fala com ela.
Laurinha passou o telefone para a mãe:
– Sílvia, tudo bem? Sua mãe está? Preciso conversar com ela. Você e Laurinha estão com muita imaginação. Precisam parar de envolver Jesus em tudo quanto é história.
– Mas é verdade, tia. Quer ver? Fala aqui com ele.
Ouve-se uma voz grossa, de homem, do outro lado da linha:
– Alô!
– Quem está falando?
– É Jesus, o jardineiro!
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CURIOSIDADES
* O espanhol Miguel Vives y Vives (1842-1906) conheceu o Espiritismo em 1871, quando ao se encontrar muito enfermo foi conduzido a um grupo espírita que o curou. Dedicando-se à Doutrina, destacou-se como médium de incorporação, psicógrafo e de curas. Foi o primeiro a introduzir o Espiritismo no teatro. Fundou o Centro Espiritista de Tarrasa, sua cidade natal, com o nome de “Fraternidad Humana”.
* O grupo espírita “Confucius” foi fundado em 2 de agosto de 1873, no Rio de Janeiro. O nome do grupo foi dado em homenagem a um espírito que vinha, desde algum tempo, ensinando elevados princípios de moral em reuniões particulares. Característica interessante dessa primeira sociedade espírita juridicamente constituída no Brasil era a preponderância de pessoas ligadas à homeopatia.
* A famosa “Prece de Cáritas”, de autoria do Espírito Cáritas, foi psicografada em Bordeaux, França, através da médium Mme. W. Krell, a 25 de dezembro de 1873. Repetida por gerações de espíritas, é ainda hoje uma das preces mais difundidas no âmbito da Doutrina. Mme. W. Krell era uma das grandes médiuns de seu tempo, tendo psicografado com perfeição tanto poesias de eminentes nomes da literatura francesa como, na prosa, textos do Espírito de Verdade, Dumas, Lacordaire, Lamennais, Pascal, Esopo, Fénelon e diversos outros. As mulheres em geral não eram muito frequentes nas comunicações, mas entre elas se destacava Cáritas, que preferia temas religiosos. Vale lembrar que o nome escolhido pelo Espírito significa, em latim, “Caridade”.
Número 15 / Página 8
OPINIÃO
Natal e privilégios
Francisco Muniz - jornalista e avô
“Se o plano superior já te permite pisar na Seara Espírita, não te limites à prece.” (Emmanuel) [5]
Eis que é de novo Natal e o Homem vem mais uma vez meditar acerca do Cristo, relembrando o nascimento do menino Jesus na simplicidade da manjedoura, fato que por si só deveria lançar-nos a projetos diferenciados dos que temos abrigado na mente e no peito. Talvez não haja, na História, exemplo mais expressivo do convite à reforma interior e, pela compreensão dos ensinamentos cristãos/evangélicos, à renúncia de si mesmo como forma de, com brevidade, realizar a construção do Reino de Deus no coração de cada um. Significa tomar para si a túnica do servidor e abrir mão dos privilégios e recompensas pretendidos por quem acredita que todo trabalho deva ter reconhecimento.
No capítulo 20 do Evangelho de Mateus [4], os versículos 20 a 23 tratam de uma interessantíssima conversa que Jesus teve com Salomé, a mãe dos apóstolos João e Tiago. Era desejo dela que o Mestre concedesse destaque a seus filhos, não no panorama ilusório do mundo, mas no próprio Reino do Senhor. “Não sabeis o que pedis”, Ele repostou, para afinal explicar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir”.
É próprio da natureza humana, marcada por uma estreita, pequena compreensão de sua natureza espiritual, ansiar pelos privilégios e honrarias, colocando-se o Homem na condição de julgar-se merecedor de todas as benesses a despeito mesmo das necessidades de seus semelhantes. E ainda que o Cristo tenha vindo pessoalmente indicar o caminho mais seguro para se alcançar tais benefícios, o egoísmo, ou seja, o culto de si mesmo empana a consciência de si e o Homem, então, gira seguidamente em torno dele próprio, repetindo experiências até finalmente despertar para a verdade e integrar-se ao pensamento renovador.
A vontade tem papel preponderante nesse processo e por isso o ser precisa estar consciente sempre do que quer, a fim de encontrar-se bem conduzido no caminho que deve percorrer com vistas à própria elevação, que em suma representa a libertação das ilusões da matéria. “O objetivo maior da vida é despertar em cada um de nós os valores que o Pai nos deu para cultivar”, diz o Espírito Irmão Jerônimo [1], mentor do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade. Segundo esse orientador espiritual, “muitas pessoas deixaram de ser escravas dos homens. Entretanto, continuam sendo escravas do pensamento, o que é bem pior”. Devemos compreender, então, que ele se refere ao pensamento desagregador, posto que inferior e distante daquele objetivo sublime.
O filósofo Huberto Rohden [3] identifica três espécies de homens: o profano, o asceta e o espiritual. Do primeiro, citando Santo Agostinho, diz que “é um cego que corre vigorosamente, mas sem saber para onde – magni passus extra viam, grandes passos... fora do caminho”. O asceta, por seu turno, “é um vidente que, paralisado de medo, prefere recolher-se a uma caverna, longe das maldades do mundo”. Já o homem espiritual “é um vidente que anda seguro e firme nos caminhos do mundo profano, sem de profanar, mas irradiando para seus semelhantes a luz da sua vidência e a força da sua santidade”.
Vemos aí o que pode ser o querer do homem enquanto realiza sua ascensão espiritual, que é algo além do desejo que marca a fase inicial da evolução dos seres e deve se aproximar do esforço consciente que chamamos aspiração, para a realização do reino de Deus no próprio coração, conforme nos convida o Cristo. Ainda segundo Rohden [2], esse algo além é o dever, a que o homem profano foge trocando-o pelo prazer. “O querer o prazer é do ego”, ressalta o filósofo, apontando para um conflito entre querer e dever, “porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno”. Para Rohden, “enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar sua infelicidade com toda espécie de prazeres e paliativos”.
Refletir sobre nós mesmos a partir de tais parâmetros será importante para vivermos cotidianamente o verdadeiro Natal do Cristo, colocando-nos na posição do servidor de todos, conforme Sua conclamação.
Fontes:
1. Santana, Bernadete de Oliveira. Querer é Poder (pelo Espírito Irmão Jerônimo).
2. Rohden, Huberto. A Experiência Cósmica. Martin Claret.
3. ___________. Profanos e Iniciados. Alvorada.
4. A Bíblia de Jerusalém. Paulinas.
5. Agenda Renascer 2009. EME.
Natal e privilégios
Francisco Muniz - jornalista e avô
“Se o plano superior já te permite pisar na Seara Espírita, não te limites à prece.” (Emmanuel) [5]
Eis que é de novo Natal e o Homem vem mais uma vez meditar acerca do Cristo, relembrando o nascimento do menino Jesus na simplicidade da manjedoura, fato que por si só deveria lançar-nos a projetos diferenciados dos que temos abrigado na mente e no peito. Talvez não haja, na História, exemplo mais expressivo do convite à reforma interior e, pela compreensão dos ensinamentos cristãos/evangélicos, à renúncia de si mesmo como forma de, com brevidade, realizar a construção do Reino de Deus no coração de cada um. Significa tomar para si a túnica do servidor e abrir mão dos privilégios e recompensas pretendidos por quem acredita que todo trabalho deva ter reconhecimento.
No capítulo 20 do Evangelho de Mateus [4], os versículos 20 a 23 tratam de uma interessantíssima conversa que Jesus teve com Salomé, a mãe dos apóstolos João e Tiago. Era desejo dela que o Mestre concedesse destaque a seus filhos, não no panorama ilusório do mundo, mas no próprio Reino do Senhor. “Não sabeis o que pedis”, Ele repostou, para afinal explicar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir”.
É próprio da natureza humana, marcada por uma estreita, pequena compreensão de sua natureza espiritual, ansiar pelos privilégios e honrarias, colocando-se o Homem na condição de julgar-se merecedor de todas as benesses a despeito mesmo das necessidades de seus semelhantes. E ainda que o Cristo tenha vindo pessoalmente indicar o caminho mais seguro para se alcançar tais benefícios, o egoísmo, ou seja, o culto de si mesmo empana a consciência de si e o Homem, então, gira seguidamente em torno dele próprio, repetindo experiências até finalmente despertar para a verdade e integrar-se ao pensamento renovador.
A vontade tem papel preponderante nesse processo e por isso o ser precisa estar consciente sempre do que quer, a fim de encontrar-se bem conduzido no caminho que deve percorrer com vistas à própria elevação, que em suma representa a libertação das ilusões da matéria. “O objetivo maior da vida é despertar em cada um de nós os valores que o Pai nos deu para cultivar”, diz o Espírito Irmão Jerônimo [1], mentor do Centro Espírita Deus, Luz e Verdade. Segundo esse orientador espiritual, “muitas pessoas deixaram de ser escravas dos homens. Entretanto, continuam sendo escravas do pensamento, o que é bem pior”. Devemos compreender, então, que ele se refere ao pensamento desagregador, posto que inferior e distante daquele objetivo sublime.
O filósofo Huberto Rohden [3] identifica três espécies de homens: o profano, o asceta e o espiritual. Do primeiro, citando Santo Agostinho, diz que “é um cego que corre vigorosamente, mas sem saber para onde – magni passus extra viam, grandes passos... fora do caminho”. O asceta, por seu turno, “é um vidente que, paralisado de medo, prefere recolher-se a uma caverna, longe das maldades do mundo”. Já o homem espiritual “é um vidente que anda seguro e firme nos caminhos do mundo profano, sem de profanar, mas irradiando para seus semelhantes a luz da sua vidência e a força da sua santidade”.
Vemos aí o que pode ser o querer do homem enquanto realiza sua ascensão espiritual, que é algo além do desejo que marca a fase inicial da evolução dos seres e deve se aproximar do esforço consciente que chamamos aspiração, para a realização do reino de Deus no próprio coração, conforme nos convida o Cristo. Ainda segundo Rohden [2], esse algo além é o dever, a que o homem profano foge trocando-o pelo prazer. “O querer o prazer é do ego”, ressalta o filósofo, apontando para um conflito entre querer e dever, “porque o homem não harmonizou ainda o seu ego externo com o seu Eu interno”. Para Rohden, “enquanto o querer do ego está em conflito com o dever do Eu, o homem é infeliz, e tenta sufocar sua infelicidade com toda espécie de prazeres e paliativos”.
Refletir sobre nós mesmos a partir de tais parâmetros será importante para vivermos cotidianamente o verdadeiro Natal do Cristo, colocando-nos na posição do servidor de todos, conforme Sua conclamação.
Fontes:
1. Santana, Bernadete de Oliveira. Querer é Poder (pelo Espírito Irmão Jerônimo).
2. Rohden, Huberto. A Experiência Cósmica. Martin Claret.
3. ___________. Profanos e Iniciados. Alvorada.
4. A Bíblia de Jerusalém. Paulinas.
5. Agenda Renascer 2009. EME.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Número 14 / Capa
EDITORIAL
Angélica Santos
Graças ao grande empenho da Federação Espírita do Estado da Bahia, acontece anualmente o Encontro Estadual de Espiritismo, visando a reunir um bom número de espíritas da capital e do interior para avaliar e discutir assuntos que levem ao bom senso de como direcionar o movimento a se conduzir unificado, trabalhando em conjunto os valores preconizados por Kardec para, desse modo, vivenciarmos com uniformidade a ação e o aconhecimento nos nossos meios.
Acredito que seja essa uma oportunidade para juntos avaliarmos e falar o que realmente não entendemos em relação à condução dos trabalhos existentes e dessa maneira podermos traçar idéias que nos levem a um consenso que julguemos seja o melhor para todos, em um ambiente de fraternidade e compreensão, sob a batuta da FEEB. Sairemos, assim, mais fortalecidos, baseados na prática coletiva que, sem dúvida alguma, pode beneficiar o individual.
É preciso união e perseverança entre nós, que fazemos esse movimento, trabalhando com o desejo sincero de vê-lo crescer. A casa de que participo segue as diretrizes que há muito adquiri fazendo parte desse trabalho na capital e no interior, e foi ótimo que isso acontecesse, pois assim pude ter conhecimento dos valores preconizados por Jesus, que nos auxiliam na estrada evolutiva de nossa caminhada. O Encontro Estadual de Espiritismo 2010 traz uma programação que com certeza nos despertará da letargia em que nos encontramos.
Vamos ao encontro ouvir e compreender o que resultará das discussões que na certa ocorrerão, a fim de chegarmos a uma conclusão que venha a modernizar os nossos trabalhos coletivamente. Esperamos por vocês.
*******************
Leia nesta edição:
* Artigo destaca a importância da música no processo de elevação espiritual. Página 6
* O Encontro Estadual de Espiritismo deste ano vai funcionar como um minicongresso no Centro de Convenções. Página 2
* Conceituada liderança do movimento espírita baiano, Creuza Lage está de volta à presidência da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem). Página 4
* Contribuição do cearense Manuel Viana de Carvalho para a divulgação e fortalecimento dos postulados espíritas no Brasil não tem paralelo. Página 3
* Curiosidades sobre os filmes “Nosso Lar” e “Chico Xavier” estão na Página 7
Angélica Santos
Graças ao grande empenho da Federação Espírita do Estado da Bahia, acontece anualmente o Encontro Estadual de Espiritismo, visando a reunir um bom número de espíritas da capital e do interior para avaliar e discutir assuntos que levem ao bom senso de como direcionar o movimento a se conduzir unificado, trabalhando em conjunto os valores preconizados por Kardec para, desse modo, vivenciarmos com uniformidade a ação e o aconhecimento nos nossos meios.
Acredito que seja essa uma oportunidade para juntos avaliarmos e falar o que realmente não entendemos em relação à condução dos trabalhos existentes e dessa maneira podermos traçar idéias que nos levem a um consenso que julguemos seja o melhor para todos, em um ambiente de fraternidade e compreensão, sob a batuta da FEEB. Sairemos, assim, mais fortalecidos, baseados na prática coletiva que, sem dúvida alguma, pode beneficiar o individual.
É preciso união e perseverança entre nós, que fazemos esse movimento, trabalhando com o desejo sincero de vê-lo crescer. A casa de que participo segue as diretrizes que há muito adquiri fazendo parte desse trabalho na capital e no interior, e foi ótimo que isso acontecesse, pois assim pude ter conhecimento dos valores preconizados por Jesus, que nos auxiliam na estrada evolutiva de nossa caminhada. O Encontro Estadual de Espiritismo 2010 traz uma programação que com certeza nos despertará da letargia em que nos encontramos.
Vamos ao encontro ouvir e compreender o que resultará das discussões que na certa ocorrerão, a fim de chegarmos a uma conclusão que venha a modernizar os nossos trabalhos coletivamente. Esperamos por vocês.
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Leia nesta edição:
* Artigo destaca a importância da música no processo de elevação espiritual. Página 6
* O Encontro Estadual de Espiritismo deste ano vai funcionar como um minicongresso no Centro de Convenções. Página 2
* Conceituada liderança do movimento espírita baiano, Creuza Lage está de volta à presidência da Casa de Oração Bezerra de Menezes (Cobem). Página 4
* Contribuição do cearense Manuel Viana de Carvalho para a divulgação e fortalecimento dos postulados espíritas no Brasil não tem paralelo. Página 3
* Curiosidades sobre os filmes “Nosso Lar” e “Chico Xavier” estão na Página 7
Número 14 / Página 2
MOVIMENTO
Encontro de Espiritismo será no Centro de Convenções
Com a participação especial do médium e tribuno Divaldo Franco, que fará a conferência de abertura, o Encontro Estadual de Espiritismo deste ano vai acontecer no Centro de Convenções, em Salvador, no período de 19 a 21 de novembro. O evento, voltado para o público interessado na Doutrina Espírita e também para os dirigentes, trabalhadores adminis-trativos e demais coordenadores das atividades comuns aos centros espíritas, vai discutir o tema “Consciência espírita em evolução”.
Além de Divaldo, a programação do encontro conta com palestras de expositores como Antonio César Perri de Carvalho, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Ney Prieto Peres (SP), Marta Antunes (FEB) e Lúcia Moysés (RJ). Na oportunidade, a diretoria da FEEB vai dar notícias sobre o evento de reinauguração da Casa de Petitinga, totalmente restaurada e adaptada ao contexto atual do movimento espírita; acerca da programação dos eventos comemo-rativos dos 150 anos de O Livro dos Médiuns; e sobre o Congresso Espírita, em 2011.
As lideranças espíritas estão convidadas a apresentar com os membros de sua instituição resumos de trabalhos setoriais, por exposição falada ou pôster, para se formar um mosaico de ações espíritas relevantes, lembrando que o foco é sempre evolução. Tais trabalhos poderão ser enviados através dos e-mails andrepeixinho@bol.com.br ou feeb@veloxmail.com.br, até o dia 20 de outubro; a divulgação dos trabalhos selecionados será no site da FEEB (http://www.feeb.org.br), a partir do dia 4 de novembro.
De acordo com André Luiz Peixinho, presidente da FEEB (foto), o Encontro Estadual de Espiritismo constitui a síntese das atividades federativas e servirá para o planejamento da programação a ser desenvolvida no próximo ano.
Pretende-se com isso compartilhar experiências nos moldes de relatos de casos de sucesso, revisões biblio-gráficas, posters, momentos de atualização do conhe-cimento, meditação e arte. Também é intenção divulgar parti-cularmente algumas das produções de conhecimento a partir dos grupos de estudos criados para fazer sínteses do saber espírita. “Estamos também interessados”, diz Peixinho, “em divulgar pesquisas consistentemente organizadas, centradas nos princípios espíritas, como forma de estimular a gênese de novos conhecimentos”.
******************
CURTAS
* O Centro de Cultura Espírita Luz da Manhã, instalado na Boa Vista de São Caetano, completa, no dia 3 de outubro, seis anos de luta em prol da divulgação e vivência dos postulados da Doutrina Espírita. Em comemoração, realizará no dia 10 do mês de aniversário um seminário sobre “A dor e o sofrimento na evolução humana”, a cargo do expositor Costa Júnior, do Núcleo Espírita da Polícia Militar (Nepom). As atividades se desenvolverão das 8h30 às 12h. O Luz da Manhã tem na direção Cleonice Pinheiro, fundadora da instituição. Os contatos podem ser feitos pelos telefones 3304-2434 e 8837-3796 ou através dos e-mails cceluzdamanha@yahoo.com.br e cceluzdamanha@hotmail.com.
* A cidade de Valência, na Espanha, sedia no período de 10 a 12 de outubro o 6.° Congresso Espírita Mundial, discutindo o tema “Somos espíritos imortais”. A promoção é do Conselho Espírita Internacional (CEI) e a realização está a cargo da Federação Espírita Espanhola. As atividades serão transmitidas em vídeo pela Internet, no endereço http://2010.kardec.es ou através da TV CEI - www.tvcei.com.
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EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Encontro de Espiritismo será no Centro de Convenções
Com a participação especial do médium e tribuno Divaldo Franco, que fará a conferência de abertura, o Encontro Estadual de Espiritismo deste ano vai acontecer no Centro de Convenções, em Salvador, no período de 19 a 21 de novembro. O evento, voltado para o público interessado na Doutrina Espírita e também para os dirigentes, trabalhadores adminis-trativos e demais coordenadores das atividades comuns aos centros espíritas, vai discutir o tema “Consciência espírita em evolução”.
Além de Divaldo, a programação do encontro conta com palestras de expositores como Antonio César Perri de Carvalho, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Ney Prieto Peres (SP), Marta Antunes (FEB) e Lúcia Moysés (RJ). Na oportunidade, a diretoria da FEEB vai dar notícias sobre o evento de reinauguração da Casa de Petitinga, totalmente restaurada e adaptada ao contexto atual do movimento espírita; acerca da programação dos eventos comemo-rativos dos 150 anos de O Livro dos Médiuns; e sobre o Congresso Espírita, em 2011.
As lideranças espíritas estão convidadas a apresentar com os membros de sua instituição resumos de trabalhos setoriais, por exposição falada ou pôster, para se formar um mosaico de ações espíritas relevantes, lembrando que o foco é sempre evolução. Tais trabalhos poderão ser enviados através dos e-mails andrepeixinho@bol.com.br ou feeb@veloxmail.com.br, até o dia 20 de outubro; a divulgação dos trabalhos selecionados será no site da FEEB (http://www.feeb.org.br), a partir do dia 4 de novembro.
De acordo com André Luiz Peixinho, presidente da FEEB (foto), o Encontro Estadual de Espiritismo constitui a síntese das atividades federativas e servirá para o planejamento da programação a ser desenvolvida no próximo ano.
Pretende-se com isso compartilhar experiências nos moldes de relatos de casos de sucesso, revisões biblio-gráficas, posters, momentos de atualização do conhe-cimento, meditação e arte. Também é intenção divulgar parti-cularmente algumas das produções de conhecimento a partir dos grupos de estudos criados para fazer sínteses do saber espírita. “Estamos também interessados”, diz Peixinho, “em divulgar pesquisas consistentemente organizadas, centradas nos princípios espíritas, como forma de estimular a gênese de novos conhecimentos”.
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CURTAS
* O Centro de Cultura Espírita Luz da Manhã, instalado na Boa Vista de São Caetano, completa, no dia 3 de outubro, seis anos de luta em prol da divulgação e vivência dos postulados da Doutrina Espírita. Em comemoração, realizará no dia 10 do mês de aniversário um seminário sobre “A dor e o sofrimento na evolução humana”, a cargo do expositor Costa Júnior, do Núcleo Espírita da Polícia Militar (Nepom). As atividades se desenvolverão das 8h30 às 12h. O Luz da Manhã tem na direção Cleonice Pinheiro, fundadora da instituição. Os contatos podem ser feitos pelos telefones 3304-2434 e 8837-3796 ou através dos e-mails cceluzdamanha@yahoo.com.br e cceluzdamanha@hotmail.com.
* A cidade de Valência, na Espanha, sedia no período de 10 a 12 de outubro o 6.° Congresso Espírita Mundial, discutindo o tema “Somos espíritos imortais”. A promoção é do Conselho Espírita Internacional (CEI) e a realização está a cargo da Federação Espírita Espanhola. As atividades serão transmitidas em vídeo pela Internet, no endereço http://2010.kardec.es ou através da TV CEI - www.tvcei.com.
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EXPEDIENTE
Centro Espírita Lar João Batista
Rua Prediliano Pita, 58 - Fazenda Garcia - Salvador (BA) - Tel.: 3332-3733
Diretoria
Presidente – Angélica Souza Santos; Vice-Presidente – Erotildes de Jesus Silva; 1º. Secretário – Vera Myrtes de Oliveira Vargas; 2º. Secretário – Carolina Edith Santos Monteiro Lopes; 1ª. Tesoureira – Lindinalva Socorro de Souza; 2ª. Tesoureira – Jorsé Hermínio Araújo Pereira; Conselho Fiscal – Celina Pires Gomes, Auri Magalhães do Nascimento e Izabel Maria Teles Tavares; Departamento Assistencial e Promoção Social – Jane Selma Néri dos Reis; Departamento Comunicação Social – Jéssica Néri dos Reis Neves; Departamento Doutrinário – Ivan Cezar Pimentel do Nascimento; Departamento Infanto-Juvenil – Nadja Apóstolo; Departamento Mediúnico – Clélia Catay Medrado;
Departamento Patrimonial – Jurandir Sena.
Tribuna Espírita de Salvador
Jornalista responsável - Angélica S. Santos - MTb 1013; Editores - Angélica Santos e Francisco Muniz;
Revisão - Euclésia Costa e Lindinalva Souza; Tiragem - 1.000 exemplares; Periodicidade - trimestral;
Contatos - tesalvador@gmail.com ou angel.santos29@yahoo.com.br / telefax: 3332-3733.
Número 14 / Página 3
MEMÓRIA
Viana de Carvalho: um mágico da palavra
Nascido na cidade de Icó, Estado do Ceará, aos 10 de dezembro de 1874, era filho do professor Tomás Antônio de Carvalho e de D. Josefa Viana de Carvalho. Desencarnou a bordo do navio “Íris”, sendo o seu corpo sepultado na Bahia, aparentemente em Salvador. Era o dia 13 de outubro de 1926. Numa época quando a divulgação da Doutrina Espírita ensaiava os seus primeiros passos e encontrava pela frente a mais obstinada oposição, o Major Dr. Manuel Vianna de Carvalho, com pulso firme e animado do mais vivo idealismo, desbravava o terreno para nele lançar a semente generosa da propaganda.
Como espírita foi dos mais animosos. O seu nome representou verdadeira bandeira no campo da disseminação do Espiritismo. O que ele fez, em vários anos de luta e de atividades intensíssimas, é algo que ainda não se pode colocar em dados estatísticos, tal o gigantismo da tarefa por ele desenvolvida em todo o país. Sua palavra era atraente e arrebatadora, conseguindo, entre os espíritas uma penetração inusitada e inconfundível. Como conferencista era dos mais requisitados; como polemista, um dos mais salientes. Seu verbo inspirado, sua voz harmoniosa, sua animação, assumiam, às vezes, tonalidades e aspectos impressionantes. Foi na realidade um mágico da palavra, esteta do sentimento.
Embora desde 1891 tivesse dado início à sua gigantesca tarefa de divulgação do Espiritismo, ela somente tomou vulto após ter-se matriculado no curso superior da antiga Escola Militar da Praia Vermelha, em 11 de fevereiro de 1895. Nessa época funcionava no Rio de Janeiro o “Centro da União Espírita de Propaganda no Brasil”. Integrando-se nesse grupo, Viana passou a proferir conferências que conseguiam atrair compactos auditórios de mais de 500 pessoas. No ano de 1896 foi transferido para Porto Alegre, como aluno da Escola Militar que ali funcionava.
Naquela capital sulina o Espiritismo já era difundido por alguns pioneiros, dentre eles Joaquim Xavier Carneiro, dirigente do Grupo Espírita Allan Kardec, que dada a sua austeridade de costumes e práticas humanitárias exercia enorme influência. De posse de uma lista com nome e endereço de simpatizantes do Espiritismo, Viana conseguiu reunir todos numa casa abandonada, desprovida de mesas e cadeiras. De pé, os freqüentadores das reuniões ouviam, com verdadeiro enlevo, o seu verbo inflamado. Posteriormente conseguiu formar um núcleo de estudos que passou a funcionar no andar térreo de uma casa no centro da cidade.
Em 1898 publicou a sua primeira produção literária “Facetas”, contos e fantasias. Em seguida publicou “Coloridos e Modulações”. Nesse mesmo ano foi transferido para o Rio de Janeiro, onde recomeçou as preleções no Centro da União Espírita e em outros grupos, participando de um congresso e encetando numerosas viagens ao interior do Estado do Rio de Janeiro. Transferido para Cuiabá, Mato Grosso, ali fundou o Centro Espírita Cuiabano. Em 1907, regressou ao Rio de Janeiro a fim de matricular-se no curso de engenharia da Escola do Realengo, tornando-se o orador oficial da Federação Espírita Brasileira, realizando ainda viagens aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Foi ainda colaborador assíduo da revista “Reformador”.
Após concluir o curso de engenharia militar, rumou para Fortaleza, Estado do Ceará, em abril de 1910. Ali iniciou uma série de conferências espíritas na Loja Maçônica e, no dia 10 de junho, fundou o Centro Espírita Cearense. Não satisfeito com as atividades desenvolvidas, criou ainda os jornais “Combate” e “Lábaro”, o primeiro destinado a contestar os argumentos do clero católico, que nessa época desencadeava uma campanha difamatória contra o Espiritismo, através do órgão “Cruzeiro do Sul”; a segunda publicação destinada a difundir o Espiritismo. Através dos jornais “O Unitário”, “A República” e “Jornal do Ceará”, manteve vivas polêmicas, refutando argumentos infundados sobre o Espiritismo. Suas atividades em Fortaleza perduraram até novembro de 1911, quando, por imposição do serviço militar, foi transferido para Curitiba, no Paraná, onde sustentou o mesmo nível de atividades, publicando artigos diários no “Diário da Manhã”.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1912, deu início a um persistente trabalho de unificação dos grupos espíritas, do qual resultou a fundação posterior da “União Espírita Suburbana”, sob a presidência de Manuel Fernandes Figueira. Em princípios de 1913, foi servir em Maceió, onde proferiu numerosas conferências e encetou verdadeira jornada no sentido de reorganizar os grupos espíritas dispersos ou com falta de orientação. Pouco depois era transferido para Recife, Pernambuco, onde deu prosseguimento à sua tarefa de divulgação, publicando numerosos trabalhos, fazendo conferências e mantendo polêmicas que abalaram os meios religiosos da cidade. Regressando ao Rio, Viana retomou a pregação da Doutrina Espírita nos subúrbios, o que fez de 1914 a 1916, quando foi transferido para Santa Maria da Boca do Monte, no Rio Grande do Sul. Ali também teve a oportunidade de reorganizar e fundar vários grupos espíritas e de realizar conferências que foram publicadas no “Diário do Interior”, e posteriormente em outros órgãos da imprensa gaúcha.
Em 1917, de novo no Rio de Janeiro, desenvolveu intensa campanha contra as fraudes e trapaças dos pseudo- espíritas. No ano seguinte voltou para Santa Maria da Boca do Monte, em comissão do Governo Federal, junto à 9a. Brigada de Infantaria, desenvolvendo durante 15 meses intensa difusão do Espiritismo.
Em 1919, novamente em Maceió, foi surpreendido com as atividades dos detratores do Espiritismo, os quais tentaram proibir-lhe as palestras e até mesmo expulsá-lo. Removido para o Paraná, em meados desse mesmo ano, realizou em Curitiba conferências no Teatro Alemão, na sede da Federação Espírita do Paraná e em outras instituições. Através do “Diário da Tarde” publicou uma série de artigos doutrinários que tiveram muita penetração. Da capital paranaense foi para S. Paulo, onde proferiu várias palestras, muitas delas com o comparecimento de mais de mil pessoas.
Viana de Carvalho: um mágico da palavra
Nascido na cidade de Icó, Estado do Ceará, aos 10 de dezembro de 1874, era filho do professor Tomás Antônio de Carvalho e de D. Josefa Viana de Carvalho. Desencarnou a bordo do navio “Íris”, sendo o seu corpo sepultado na Bahia, aparentemente em Salvador. Era o dia 13 de outubro de 1926. Numa época quando a divulgação da Doutrina Espírita ensaiava os seus primeiros passos e encontrava pela frente a mais obstinada oposição, o Major Dr. Manuel Vianna de Carvalho, com pulso firme e animado do mais vivo idealismo, desbravava o terreno para nele lançar a semente generosa da propaganda.
Como espírita foi dos mais animosos. O seu nome representou verdadeira bandeira no campo da disseminação do Espiritismo. O que ele fez, em vários anos de luta e de atividades intensíssimas, é algo que ainda não se pode colocar em dados estatísticos, tal o gigantismo da tarefa por ele desenvolvida em todo o país. Sua palavra era atraente e arrebatadora, conseguindo, entre os espíritas uma penetração inusitada e inconfundível. Como conferencista era dos mais requisitados; como polemista, um dos mais salientes. Seu verbo inspirado, sua voz harmoniosa, sua animação, assumiam, às vezes, tonalidades e aspectos impressionantes. Foi na realidade um mágico da palavra, esteta do sentimento.
Embora desde 1891 tivesse dado início à sua gigantesca tarefa de divulgação do Espiritismo, ela somente tomou vulto após ter-se matriculado no curso superior da antiga Escola Militar da Praia Vermelha, em 11 de fevereiro de 1895. Nessa época funcionava no Rio de Janeiro o “Centro da União Espírita de Propaganda no Brasil”. Integrando-se nesse grupo, Viana passou a proferir conferências que conseguiam atrair compactos auditórios de mais de 500 pessoas. No ano de 1896 foi transferido para Porto Alegre, como aluno da Escola Militar que ali funcionava.
Naquela capital sulina o Espiritismo já era difundido por alguns pioneiros, dentre eles Joaquim Xavier Carneiro, dirigente do Grupo Espírita Allan Kardec, que dada a sua austeridade de costumes e práticas humanitárias exercia enorme influência. De posse de uma lista com nome e endereço de simpatizantes do Espiritismo, Viana conseguiu reunir todos numa casa abandonada, desprovida de mesas e cadeiras. De pé, os freqüentadores das reuniões ouviam, com verdadeiro enlevo, o seu verbo inflamado. Posteriormente conseguiu formar um núcleo de estudos que passou a funcionar no andar térreo de uma casa no centro da cidade.
Em 1898 publicou a sua primeira produção literária “Facetas”, contos e fantasias. Em seguida publicou “Coloridos e Modulações”. Nesse mesmo ano foi transferido para o Rio de Janeiro, onde recomeçou as preleções no Centro da União Espírita e em outros grupos, participando de um congresso e encetando numerosas viagens ao interior do Estado do Rio de Janeiro. Transferido para Cuiabá, Mato Grosso, ali fundou o Centro Espírita Cuiabano. Em 1907, regressou ao Rio de Janeiro a fim de matricular-se no curso de engenharia da Escola do Realengo, tornando-se o orador oficial da Federação Espírita Brasileira, realizando ainda viagens aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Foi ainda colaborador assíduo da revista “Reformador”.
Após concluir o curso de engenharia militar, rumou para Fortaleza, Estado do Ceará, em abril de 1910. Ali iniciou uma série de conferências espíritas na Loja Maçônica e, no dia 10 de junho, fundou o Centro Espírita Cearense. Não satisfeito com as atividades desenvolvidas, criou ainda os jornais “Combate” e “Lábaro”, o primeiro destinado a contestar os argumentos do clero católico, que nessa época desencadeava uma campanha difamatória contra o Espiritismo, através do órgão “Cruzeiro do Sul”; a segunda publicação destinada a difundir o Espiritismo. Através dos jornais “O Unitário”, “A República” e “Jornal do Ceará”, manteve vivas polêmicas, refutando argumentos infundados sobre o Espiritismo. Suas atividades em Fortaleza perduraram até novembro de 1911, quando, por imposição do serviço militar, foi transferido para Curitiba, no Paraná, onde sustentou o mesmo nível de atividades, publicando artigos diários no “Diário da Manhã”.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1912, deu início a um persistente trabalho de unificação dos grupos espíritas, do qual resultou a fundação posterior da “União Espírita Suburbana”, sob a presidência de Manuel Fernandes Figueira. Em princípios de 1913, foi servir em Maceió, onde proferiu numerosas conferências e encetou verdadeira jornada no sentido de reorganizar os grupos espíritas dispersos ou com falta de orientação. Pouco depois era transferido para Recife, Pernambuco, onde deu prosseguimento à sua tarefa de divulgação, publicando numerosos trabalhos, fazendo conferências e mantendo polêmicas que abalaram os meios religiosos da cidade. Regressando ao Rio, Viana retomou a pregação da Doutrina Espírita nos subúrbios, o que fez de 1914 a 1916, quando foi transferido para Santa Maria da Boca do Monte, no Rio Grande do Sul. Ali também teve a oportunidade de reorganizar e fundar vários grupos espíritas e de realizar conferências que foram publicadas no “Diário do Interior”, e posteriormente em outros órgãos da imprensa gaúcha.
Em 1917, de novo no Rio de Janeiro, desenvolveu intensa campanha contra as fraudes e trapaças dos pseudo- espíritas. No ano seguinte voltou para Santa Maria da Boca do Monte, em comissão do Governo Federal, junto à 9a. Brigada de Infantaria, desenvolvendo durante 15 meses intensa difusão do Espiritismo.
Em 1919, novamente em Maceió, foi surpreendido com as atividades dos detratores do Espiritismo, os quais tentaram proibir-lhe as palestras e até mesmo expulsá-lo. Removido para o Paraná, em meados desse mesmo ano, realizou em Curitiba conferências no Teatro Alemão, na sede da Federação Espírita do Paraná e em outras instituições. Através do “Diário da Tarde” publicou uma série de artigos doutrinários que tiveram muita penetração. Da capital paranaense foi para S. Paulo, onde proferiu várias palestras, muitas delas com o comparecimento de mais de mil pessoas.
Número 14 / Página 4
ENTREVISTA
Creuza Lage volta à presidência da Cobem
1 - O que representa para você e para a Cobem seu retorno a uma nova gestão na presidência da Casa?
Para mim representa uma oportunidade oferecida pelos trabalhadores encarnados e desencarnados que militam na Cobem, com vistas ao meu desenvolvimento espiritual. A gestão de uma Casa Espírita exige do presidente desenvolver a cada dia o seu caráter de servidor de todos. Para a Cobem fica difícil de responder. Somente os resultados, que toda equipe administrativa apresentar ao longo dessa nova gestão, definirão o seu papel e importância para a Casa.
2 - Que mudanças a Cobem necessita para sua boa administração e como pretende implementá-las?
A Cobem tem sido ao longo desses anos administrada com competência e dedicação pelos presidentes anteriores. O nosso papel agora é consolidar o que vem dando bons resultados, estabelecer ajustes onde se façam necessários e estimular a criatividade de toda equipe admi-nistrativa para as novas formas de gestão da Casa Espírita. Investir sempre na qualificação intelecto- moral dos seus trabalhadores para que a missão da Cobem junto à comunidade onde atua insira-se no plano dos benfeitores espirituais para o movi-mento espírita da Bahia. Nosso plano de gestão foi organizado de forma participativa, tendo como diretrizes básicas a trilogia de Joanna de Angelis (espiritizar, qualificar e humanizar); seus valores são trabalho, solida-riedade e tolerância, cuja imple-mentação procura seguir a orientação de Dr. Bezerra de Menezes: “Urgente, mas não apressada”.
3 - Apesar de ocupar a presidência da Cobem, você ainda exerce um cargo na FEEB. Há dificuldade em compatibilizar as tarefas?
Não. A compatibilização se faz tranqüila, pois em cada função não perdemos o foco. Conhecemos as competências e responsabilidades de cada função, assim estamos consciente e focada nos objetivos e metas de cada espaço, quando ali estamos atuando.
Assim não confundo a presidência da Cobem na FEEB, nem sou Diretor da FEEB na instituição espírita. Por outro lado, o tempo é dividido de forma a otimizar as atividades de uma e de outra Instituição. E o mais importante, trabalho sempre em equipe e nos dois
espaços conto sempre com o suporte dos Companheiros.
4 - Você acredita que os novos tempos imponham uma nova forma de comportamento no seio do movimento espírita baiano? Em que sentido?
Os Espíritos Superiores têm nos enviado mensagens sobre a importância do movimento espírita e o papel importante que nós espíritas temos na sua qualidade. As mensagens de Bezerra de Menezes sobre a união e a unificação são inúmeras e todas elas solicitam atitudes consentâneas com os ensinamentos do Mestre Jesus. “Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num
Evangelho de feitos, chamando por nós. Necessário, em razão disso, aprofundar o pensamento na Obra de Allan Kardec para poder viver Jesus em toda ple-nitude.” (Bezerra de Menezes - psi-cofonia de Divaldo Franco. Reformador. 1976.) Neste contexto, o movimento espírita baiano vem investindo de forma crescente em ações federativas de sensibilização à união e unificação das instituições espíritas. A Caravana da Baiana da Fraternidade objetiva estabelecer laços de afeto e de amorosidade entre os trabalhadores das diferentes instituições e sen-sibilizar os espíritas para a totalidade do movimento e seu papel no for-talecimento da Casa Espírita. Os Encontros Macrorregionais reúnem as Casas Espíritas para a troca de experiências e nos Encontros Estaduais de Espiritismo organizam-se conjun-tamente os planos e projetos anuais. Desse modo colocamos em ação a seguinte assertiva: “A razão de ser do Movimento só pode ser a divulgação e a prática da Doutrina”. É nesse sentido que todas as potencialidades dos espíritas devem ser canalizadas para a difusão e a vivência dos princípios doutrinários.
5 - No tocante às propostas de renovação que o Espiritismo traz para os Homens, qual o principal desafio que as criaturas são chamadas a enfrentar neste momento?
O desafio é viver os postulados do Espiritismo e para que estes gerem mudanças nos indivíduos é preciso conhecê-los através do estudo e da reflexão. Como a maioria de nós tem dificuldade com essas propostas, faz-se necessário que a Casa Espírita ofereça os estímulos de orientação doutrinária para que um número maior de pessoas possa sair da acomodação enfrentando o desafio da transfor-mação, da mudança, pelo amor.
6 - Quem é Creuza Lage?
Creuza Lage é apenas um espírito lutando para cumprir o seu plano reencarnatório com dignidade, com erros, com acertos, mas envidando esforços para olhar os companheiros de romagem terrena com a consciência tranqüila do trabalho contínuo, do respeito às diferenças e de uma certeza no potencial que possuímos para mudar e crescer.
Creuza Lage volta à presidência da Cobem
1 - O que representa para você e para a Cobem seu retorno a uma nova gestão na presidência da Casa?
Para mim representa uma oportunidade oferecida pelos trabalhadores encarnados e desencarnados que militam na Cobem, com vistas ao meu desenvolvimento espiritual. A gestão de uma Casa Espírita exige do presidente desenvolver a cada dia o seu caráter de servidor de todos. Para a Cobem fica difícil de responder. Somente os resultados, que toda equipe administrativa apresentar ao longo dessa nova gestão, definirão o seu papel e importância para a Casa.
2 - Que mudanças a Cobem necessita para sua boa administração e como pretende implementá-las?
A Cobem tem sido ao longo desses anos administrada com competência e dedicação pelos presidentes anteriores. O nosso papel agora é consolidar o que vem dando bons resultados, estabelecer ajustes onde se façam necessários e estimular a criatividade de toda equipe admi-nistrativa para as novas formas de gestão da Casa Espírita. Investir sempre na qualificação intelecto- moral dos seus trabalhadores para que a missão da Cobem junto à comunidade onde atua insira-se no plano dos benfeitores espirituais para o movi-mento espírita da Bahia. Nosso plano de gestão foi organizado de forma participativa, tendo como diretrizes básicas a trilogia de Joanna de Angelis (espiritizar, qualificar e humanizar); seus valores são trabalho, solida-riedade e tolerância, cuja imple-mentação procura seguir a orientação de Dr. Bezerra de Menezes: “Urgente, mas não apressada”.
3 - Apesar de ocupar a presidência da Cobem, você ainda exerce um cargo na FEEB. Há dificuldade em compatibilizar as tarefas?
Não. A compatibilização se faz tranqüila, pois em cada função não perdemos o foco. Conhecemos as competências e responsabilidades de cada função, assim estamos consciente e focada nos objetivos e metas de cada espaço, quando ali estamos atuando.
Assim não confundo a presidência da Cobem na FEEB, nem sou Diretor da FEEB na instituição espírita. Por outro lado, o tempo é dividido de forma a otimizar as atividades de uma e de outra Instituição. E o mais importante, trabalho sempre em equipe e nos dois
espaços conto sempre com o suporte dos Companheiros.
4 - Você acredita que os novos tempos imponham uma nova forma de comportamento no seio do movimento espírita baiano? Em que sentido?
Os Espíritos Superiores têm nos enviado mensagens sobre a importância do movimento espírita e o papel importante que nós espíritas temos na sua qualidade. As mensagens de Bezerra de Menezes sobre a união e a unificação são inúmeras e todas elas solicitam atitudes consentâneas com os ensinamentos do Mestre Jesus. “Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num
Evangelho de feitos, chamando por nós. Necessário, em razão disso, aprofundar o pensamento na Obra de Allan Kardec para poder viver Jesus em toda ple-nitude.” (Bezerra de Menezes - psi-cofonia de Divaldo Franco. Reformador. 1976.) Neste contexto, o movimento espírita baiano vem investindo de forma crescente em ações federativas de sensibilização à união e unificação das instituições espíritas. A Caravana da Baiana da Fraternidade objetiva estabelecer laços de afeto e de amorosidade entre os trabalhadores das diferentes instituições e sen-sibilizar os espíritas para a totalidade do movimento e seu papel no for-talecimento da Casa Espírita. Os Encontros Macrorregionais reúnem as Casas Espíritas para a troca de experiências e nos Encontros Estaduais de Espiritismo organizam-se conjun-tamente os planos e projetos anuais. Desse modo colocamos em ação a seguinte assertiva: “A razão de ser do Movimento só pode ser a divulgação e a prática da Doutrina”. É nesse sentido que todas as potencialidades dos espíritas devem ser canalizadas para a difusão e a vivência dos princípios doutrinários.
5 - No tocante às propostas de renovação que o Espiritismo traz para os Homens, qual o principal desafio que as criaturas são chamadas a enfrentar neste momento?
O desafio é viver os postulados do Espiritismo e para que estes gerem mudanças nos indivíduos é preciso conhecê-los através do estudo e da reflexão. Como a maioria de nós tem dificuldade com essas propostas, faz-se necessário que a Casa Espírita ofereça os estímulos de orientação doutrinária para que um número maior de pessoas possa sair da acomodação enfrentando o desafio da transfor-mação, da mudança, pelo amor.
6 - Quem é Creuza Lage?
Creuza Lage é apenas um espírito lutando para cumprir o seu plano reencarnatório com dignidade, com erros, com acertos, mas envidando esforços para olhar os companheiros de romagem terrena com a consciência tranqüila do trabalho contínuo, do respeito às diferenças e de uma certeza no potencial que possuímos para mudar e crescer.
Número 14 / Página 5
NOTÍCIAS
Lar João Batista forma turma do Curso Básico de Espiritismo
Ivan Cézar
Em cumprimento de sua programação anual, o Lar João Batista formou no dia 28 de agosto mais uma turma do Curso Básico de Espiritismo. Ao todo, foram 20 formandos, incluindo o “mascote” Gabriel Silva, então com sete meses de idade! Durante todo o curso, os alunos tiveram noções básicas sobre os principais temas da Doutrina Espírita, tais como Deus, espíritos, fluidos, obsessão, mediunidade, reencarnação e leis morais. As aulas contaram com o apoio de palestrantes do movimento espírita, tanto trabalhadores do Lar João Batista como de outras casas, a exemplo de Isaurinha Barbosa, Glória Pita, Lacerda, Cláudio Emanuel, Fábio Mota, Salete Matos e Arlísio Souza, dentre outros.
Na ocasião do encerramento, a presidente do Lar, Angélica Santos, falou sobre o que significa o movimento espírita e parabenizou os formandos pelo primeiro passo dado para compreensão da Doutrina, alertando-os, inclusive, que a partir de agora o caminho é a prática baseada no estudo constante e sistematizado. Os formandos também foram apresentados à diretoria da Casa e conheceram as atribuições de cada departamento através do organograma. Para os formandos, o curso foi bastante valioso. As palavras ditas por Waulycia Mota, Alyne Consenza e Jarivaldo Bispo, em consonância com todo o grupo, foram de agradecimento, focando o fato das elucidações dadas pelos temas e o grande trabalho desempenhado pelos palestrantes. A confraternização foi encerrada pela prece de Jarivaldo Bispo e em seguida, foi servido um coffee break.
Em conjunto com outros trabalhadores da casa, esses formandos iniciaram a 11 de setembro o curso de fluidoterapia e, a partir da conclusão dessa atividade, já poderão ser cadastrados como trabalhadores voluntários do Lar João Batista. No ano que vem começam os estudos baseados nas apostilas do ESDE (FEB), quando aprenderão, de forma mais aprofundada, sobre a temática espírita, iniciando com a mediunidade. Espera-se, de acordo com o que se observou no decorrer de 2010, que uma parte dessas pessoas possa, realmente, abraçar a causa espírita e buscar a reforma íntima, trabalhando para se melhorar e prestar serviços voluntários no Lar, seja com o atendimento às crianças, aos idosos, na fluidoterapia, no campo mediúnico... Depende somente dos esforços de cada um.
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“Medicina no futuro: a terapia integral” é o título do 10.° Seminário de Ciência Espírita que o Lar João Batista realizará nos dias 12 e 13 de novembro. A conferência de abertura será proferida pela psicoterapeuta Solange Meinking. As inscrições estão abertas na sede da Casa: Rua Prediliano Pita, 58 - Garcia, ou pelo telefone 3332-3733.
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POESIA
Ramos de amor
O amor que ilumina a gente
Não olha passado escuro
É um facho de luz ardente
Em marcha para o futuro
Amor que ao perdão se ajusta
Ao brilhante mal comparo
Quando mais brilha mais custa
Quanto mais belo mais raro
Amor que mágoa arrosta
Sofre tudo sempre amando
Paixão afirma que gosta
Mas não se sabe até quando
O amor, se podes frui-lo
Com serviço à Humanidade,
Recorda um rio tranqüilo
No rumo da Eternidade
No Além a dor que me invade
Que instrui mas não asserena
É a saudade da saudade
Que nunca valeu a pena
Amor, – o sol que se reparte
Mostra ser, em toda parte
A onipresença do mestre Jesus
Do livro “Orvalho de Luz”, de Francisco C. Xavier
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Aniversariantes do trimestre:
Julho
10 - Elenói e Leda
11 - Aline de Jesus
27 - Alzira
Agosto
11 - Danúsia
Setembro
7 - Maria Helena
9 - Ana Paula
11 - Érico
12 - Francisco
23 - Lindinalva
29 - Valmira
Aniversário que se faz todo ano
No corpo que temos a agradecer
Possível seja ano de mais engano
No nosso prematuro envelhecer
Lar João Batista forma turma do Curso Básico de Espiritismo
Ivan Cézar
Em cumprimento de sua programação anual, o Lar João Batista formou no dia 28 de agosto mais uma turma do Curso Básico de Espiritismo. Ao todo, foram 20 formandos, incluindo o “mascote” Gabriel Silva, então com sete meses de idade! Durante todo o curso, os alunos tiveram noções básicas sobre os principais temas da Doutrina Espírita, tais como Deus, espíritos, fluidos, obsessão, mediunidade, reencarnação e leis morais. As aulas contaram com o apoio de palestrantes do movimento espírita, tanto trabalhadores do Lar João Batista como de outras casas, a exemplo de Isaurinha Barbosa, Glória Pita, Lacerda, Cláudio Emanuel, Fábio Mota, Salete Matos e Arlísio Souza, dentre outros.
Na ocasião do encerramento, a presidente do Lar, Angélica Santos, falou sobre o que significa o movimento espírita e parabenizou os formandos pelo primeiro passo dado para compreensão da Doutrina, alertando-os, inclusive, que a partir de agora o caminho é a prática baseada no estudo constante e sistematizado. Os formandos também foram apresentados à diretoria da Casa e conheceram as atribuições de cada departamento através do organograma. Para os formandos, o curso foi bastante valioso. As palavras ditas por Waulycia Mota, Alyne Consenza e Jarivaldo Bispo, em consonância com todo o grupo, foram de agradecimento, focando o fato das elucidações dadas pelos temas e o grande trabalho desempenhado pelos palestrantes. A confraternização foi encerrada pela prece de Jarivaldo Bispo e em seguida, foi servido um coffee break.
Em conjunto com outros trabalhadores da casa, esses formandos iniciaram a 11 de setembro o curso de fluidoterapia e, a partir da conclusão dessa atividade, já poderão ser cadastrados como trabalhadores voluntários do Lar João Batista. No ano que vem começam os estudos baseados nas apostilas do ESDE (FEB), quando aprenderão, de forma mais aprofundada, sobre a temática espírita, iniciando com a mediunidade. Espera-se, de acordo com o que se observou no decorrer de 2010, que uma parte dessas pessoas possa, realmente, abraçar a causa espírita e buscar a reforma íntima, trabalhando para se melhorar e prestar serviços voluntários no Lar, seja com o atendimento às crianças, aos idosos, na fluidoterapia, no campo mediúnico... Depende somente dos esforços de cada um.
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“Medicina no futuro: a terapia integral” é o título do 10.° Seminário de Ciência Espírita que o Lar João Batista realizará nos dias 12 e 13 de novembro. A conferência de abertura será proferida pela psicoterapeuta Solange Meinking. As inscrições estão abertas na sede da Casa: Rua Prediliano Pita, 58 - Garcia, ou pelo telefone 3332-3733.
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POESIA
Ramos de amor
O amor que ilumina a gente
Não olha passado escuro
É um facho de luz ardente
Em marcha para o futuro
Amor que ao perdão se ajusta
Ao brilhante mal comparo
Quando mais brilha mais custa
Quanto mais belo mais raro
Amor que mágoa arrosta
Sofre tudo sempre amando
Paixão afirma que gosta
Mas não se sabe até quando
O amor, se podes frui-lo
Com serviço à Humanidade,
Recorda um rio tranqüilo
No rumo da Eternidade
No Além a dor que me invade
Que instrui mas não asserena
É a saudade da saudade
Que nunca valeu a pena
Amor, – o sol que se reparte
Mostra ser, em toda parte
A onipresença do mestre Jesus
Do livro “Orvalho de Luz”, de Francisco C. Xavier
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Aniversariantes do trimestre:
Julho
10 - Elenói e Leda
11 - Aline de Jesus
27 - Alzira
Agosto
11 - Danúsia
Setembro
7 - Maria Helena
9 - Ana Paula
11 - Érico
12 - Francisco
23 - Lindinalva
29 - Valmira
Aniversário que se faz todo ano
No corpo que temos a agradecer
Possível seja ano de mais engano
No nosso prematuro envelhecer
Número 14 / Página 6
DOUTRINA
Música e elevação espiritual
Francisco Muniz - jornalista e avô
Antigamente — e não faz muito tempo assim —, costumava-se cantar muito na casa espírita, como forma de criar um clima propício para a atuação dos Espíritos coordenadores e executores das tarefas em benefício de encarnados e desencarnados. Eram hinos singelos, de uma simplicidade que lhes emprestava uma beleza ímpar, pela suavidade e amplitude das letras, ainda que as melodias, algumas vezes, fossem emprestadas de canções populares um tanto quanto conhecidas. Esse hábito está atualmente em desuso e só se canta em momentos especiais, assim mesmo utilizando o recurso dos grupos vocais, enquanto a massa de frequentadores se mantém na condição de ouvinte.
Tudo tem sua razão de ser e hoje sabemos que nem todo mundo é um Pavarotti e, como na canção de João Gilberto, facilmente desafinamos, provocando uma desarmonia sonora que, em vez de ajudar no trabalho espiritual, causa uma perturbação terrível no panorama astral, comprometendo tanto o tratamento quanto a integridade dos equipamentos utilizados pelos Espíritos na realização de delicados processos cirúrgicos. Os Espíritos têm, então, de fazer um esforço redobrado para neutralizar as vibrações perturbadoras, com a finalidade de que os trabalhos em desenvolvimento sofram o mínimo prejuízo possível.
Ainda assim, é preciso reconhecer que a música é um precioso recurso terapêutico do ponto de vista espiritual e psicológico, recomendável para a harmonização interior que proporciona a sintonia com o Alto. Bem se vê que não falamos de qualquer tipo de som, mas de música propriamente, aquela que eleva o pensamento e enleva a alma, uma vez que o que mais ouvimos atualmente, especialmente na Bahia, é só barulho, um arremedo de música que, ao invés de propiciar a sintonia com os Espíritos Superiores, explora os instintos primitivos e mantém a criatura descuidada nos círculos vibracionais inferiores.
Fazemos tais reflexões em lembrança do último capítulo do livro “Boa Nova”, em que Humberto de Campos descreve os últimos dias de Maria, a mãe de Jesus, na Terra e relata sua desencarnação. Uma caravana de Espíritos abnegados recepciona a Santíssima em sua reentrada no plano espiritual e ela deseja rever os panoramas da Palestina onde sofreu e se alegrou com seu filho bem-amado. Depois, Maria externa a intenção de ir até Roma, onde sabe que os seguidores do Cristo são martirizados no circo.
A comitiva então se desloca à pátria dos césares e Maria penetra uma das celas onde os fiéis esperam, aglomerados e tristes, o momento de adentrar a arena. A mãe do Senhor aproxima-se de uma jovem, toca em sua fronte e diz, na acústica do pensamento da moça: “Canta, minha filha!” A menina, subitamente inspirada, inicia timidamente um hino. Em seguida, os demais se contagiam e engrossam o coro. Quando a porta da prisão se abre, chegado o momento do sacrifício, todos marcham cantando louvores a Deus, preparados para entregar o corpo às feras...
Léon Denis, em seu livro “O grande enigma”, vem falar da música das esferas, informando que todo movimento no universo, como o dos astros em sua caminhada cósmica, orbitando uns aos outros, é vibração musical. Ouvidos treinados conseguem captar essas harmonias. Talvez por isso o filósofo Huberto Rohden dissesse que a Música, tanto quanto a Matemática e a Mística, é uma das linguagens de Deus.
Como se depreende, a música vem a ser um poderoso contributo para a harmonização tanto dos ambientes quanto das criaturas em demanda do equilíbrio psicofísico e espiritual, predispondo à oração e à meditação. O Espírito André Luiz, no livro “Nosso Lar”, dá-nos um precioso exemplo nesse sentido. Retornando ao hospital, depois de sua primeira viagem de aeróbus, o “repórter do Além” ouve, com seu enfermeiro, em plena via pública, belas melodias atravessando o ar, recebendo de Lísias a seguinte explicação:
“— Essas músicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes de “Nosso lar”. Após consecutivas observações, reconheceu a Governadoria que a música intensifica o rendimento do serviço, em todos os setores de esforço construtivo. Desde então, ninguém trabalha em “Nosso Lar” sem esse estímulo de alegria.”
Cantar, pois, elevando a alma, é processo de cura, uma vez que, como diz o ditado, “quem canta, seus males espanta”, diferentemente de quando preferimos, desatentos, ficar entoando lamentações, desconhecedores de que quem canta seus males, espanta...
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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
Música e elevação espiritual
Francisco Muniz - jornalista e avô
Antigamente — e não faz muito tempo assim —, costumava-se cantar muito na casa espírita, como forma de criar um clima propício para a atuação dos Espíritos coordenadores e executores das tarefas em benefício de encarnados e desencarnados. Eram hinos singelos, de uma simplicidade que lhes emprestava uma beleza ímpar, pela suavidade e amplitude das letras, ainda que as melodias, algumas vezes, fossem emprestadas de canções populares um tanto quanto conhecidas. Esse hábito está atualmente em desuso e só se canta em momentos especiais, assim mesmo utilizando o recurso dos grupos vocais, enquanto a massa de frequentadores se mantém na condição de ouvinte.
Tudo tem sua razão de ser e hoje sabemos que nem todo mundo é um Pavarotti e, como na canção de João Gilberto, facilmente desafinamos, provocando uma desarmonia sonora que, em vez de ajudar no trabalho espiritual, causa uma perturbação terrível no panorama astral, comprometendo tanto o tratamento quanto a integridade dos equipamentos utilizados pelos Espíritos na realização de delicados processos cirúrgicos. Os Espíritos têm, então, de fazer um esforço redobrado para neutralizar as vibrações perturbadoras, com a finalidade de que os trabalhos em desenvolvimento sofram o mínimo prejuízo possível.
Ainda assim, é preciso reconhecer que a música é um precioso recurso terapêutico do ponto de vista espiritual e psicológico, recomendável para a harmonização interior que proporciona a sintonia com o Alto. Bem se vê que não falamos de qualquer tipo de som, mas de música propriamente, aquela que eleva o pensamento e enleva a alma, uma vez que o que mais ouvimos atualmente, especialmente na Bahia, é só barulho, um arremedo de música que, ao invés de propiciar a sintonia com os Espíritos Superiores, explora os instintos primitivos e mantém a criatura descuidada nos círculos vibracionais inferiores.
Fazemos tais reflexões em lembrança do último capítulo do livro “Boa Nova”, em que Humberto de Campos descreve os últimos dias de Maria, a mãe de Jesus, na Terra e relata sua desencarnação. Uma caravana de Espíritos abnegados recepciona a Santíssima em sua reentrada no plano espiritual e ela deseja rever os panoramas da Palestina onde sofreu e se alegrou com seu filho bem-amado. Depois, Maria externa a intenção de ir até Roma, onde sabe que os seguidores do Cristo são martirizados no circo.
A comitiva então se desloca à pátria dos césares e Maria penetra uma das celas onde os fiéis esperam, aglomerados e tristes, o momento de adentrar a arena. A mãe do Senhor aproxima-se de uma jovem, toca em sua fronte e diz, na acústica do pensamento da moça: “Canta, minha filha!” A menina, subitamente inspirada, inicia timidamente um hino. Em seguida, os demais se contagiam e engrossam o coro. Quando a porta da prisão se abre, chegado o momento do sacrifício, todos marcham cantando louvores a Deus, preparados para entregar o corpo às feras...
Léon Denis, em seu livro “O grande enigma”, vem falar da música das esferas, informando que todo movimento no universo, como o dos astros em sua caminhada cósmica, orbitando uns aos outros, é vibração musical. Ouvidos treinados conseguem captar essas harmonias. Talvez por isso o filósofo Huberto Rohden dissesse que a Música, tanto quanto a Matemática e a Mística, é uma das linguagens de Deus.
Como se depreende, a música vem a ser um poderoso contributo para a harmonização tanto dos ambientes quanto das criaturas em demanda do equilíbrio psicofísico e espiritual, predispondo à oração e à meditação. O Espírito André Luiz, no livro “Nosso Lar”, dá-nos um precioso exemplo nesse sentido. Retornando ao hospital, depois de sua primeira viagem de aeróbus, o “repórter do Além” ouve, com seu enfermeiro, em plena via pública, belas melodias atravessando o ar, recebendo de Lísias a seguinte explicação:
“— Essas músicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes de “Nosso lar”. Após consecutivas observações, reconheceu a Governadoria que a música intensifica o rendimento do serviço, em todos os setores de esforço construtivo. Desde então, ninguém trabalha em “Nosso Lar” sem esse estímulo de alegria.”
Cantar, pois, elevando a alma, é processo de cura, uma vez que, como diz o ditado, “quem canta, seus males espanta”, diferentemente de quando preferimos, desatentos, ficar entoando lamentações, desconhecedores de que quem canta seus males, espanta...
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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Doutrinárias – Segunda-feira, 20 horas; Quinta-feira, 16 horas.
Passes - segunda-feira, 16 às 18 horas; terça-feira, 16h30 às 18h; quarta-feira, 10 às 11 e 16 às 18h; quinta-feira, 17 às 18 e 19 às 20h; sexta-feira, 16 às 18h; sábado, 15h30 às 16h30.
Entrevistas - quarta-feira, 10 às 11 horas; sexta-feira, 15h30 às 17h30.
Escola mediúnica - quinta-feira, 20 às 21 horas; sábado, 15 às 16h30.
Curso básico - quinta-feira, 20 às 21h30; domingo, 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo - terça-feira, 20 às 21h30; quarta-feira, 9 às 10h; quinta-feira, 20 às 21h30; sexta-feira, 15 às 16h.
Evangelização – sábado, 8h30 às 10 horas.
Pré-requisito para acesso a grupos de estudo: ter o curso básico.
“O amor que compreende o erro é êmulo do amor que educa, da mesma forma que o amor que perdoa promove o amor que salva.”
(Joanna de Angelis)
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