sexta-feira, 10 de junho de 2011

Número 4 / Página 4

ENTREVISTA

Edvaldo César - presidente do Instituto Kardecista da Bahia

“O bem precisa ser socializado”



1 Que é, em sua opinião, o movimento espírita baiano na atualidade?
O nosso movimento, como um todo, ainda encontra-se carente da união, solidariedade e fraternidade entre os trabalhadores, embora exista muito trabalho a ser realizado. Tornar-se-á um movimento forte, coeso, quando houver o que todos almejamos: a fraternidade entre os participantes dos centros, entre os dirigentes e demais trabalhadores, cujo objetivo é o papel da Doutrina no processo de evolução do Ser espiritual. Aí, sim, embora sejamos diversos, caminharemos juntos em busca da Unidade em nós, em torno do “Amai-vos uns aos outros”, como recomenda o nosso mestre e irmão Jesus. Gostaria de sugerir como leitura e estudo o livro “Dimensões espirituais no centro espírita”, de Suely Caldas Schubert (FEB).

2 Em que a atuação de espíritas comprometidos com a causa, como você, pode melhorar o movimento?
Existem companheiros mais comprometidos, cada um busca contribuir de maneiras diversas. O movimento precisa girar em torno do núcleo essencial da Doutrina (que é a transformação moral da humanidade), para que possamos contribuir com a causa e permitir que a grande obra se realize; é necessário união, integração, ajuda mútua, soma de experiências. O que está sendo realizado de bom precisa ser socializado. Na contribuição doutrinária, divulgação e compreensão dos princípios fundamentais (no caso, minha área de atuação, como professor e expositor), fazendo assim o que outros companheiros fizeram por nós quando chegamos ao Centro, necessitados de esclarecimentos sobre a vida. Enfim, dedicação a tão elevados conhecimentos que nos foram confiados por Jesus, principalmente pela vivência.

3 Que tipo de demanda a casa espírita está se preparando para enfrentar em função dos novos tempos, ante a transição planetária para mundo de regeneração?
O Centro, como célula fundamental do Espiritismo, escola, local de trabalho, hospital e casa de oração, deve preparar-se para auxiliar aos trabalhadores atuais, para que sejam adeptos esclarecidos através da fé que proporciona segurança íntima, para que tenhamos condições de oferecer corretamente o consolo e as condições de trabalho de renovação espiritual a quantos cheguem, procurando-o como refúgio para “solucionar” suas dificuldades diante das transformações através da “dor-reparação-evolução” que no momento assola o planeta e a vida pessoal de cada um, apresentando Jesus como orientador espiritual e o Caminho da Verdade e da Vida tão próximo desta humanidade ainda sofrida.

4 Que recomendações é possível fazer a fim de que os trabalhadores melhor se integrem às necessidades de uma casa espírita?
Orientar a participação nos grupos de estudos, para que descubram o potencial que possuem como espíritos imortais que somos, em processo de evolução, onde cada um vai trabalhando de acordo com as suas possibilidades nas tarefas apresentadas na casa espírita - laboratório de crescimento íntimo e escola de almas, como dizem os benfeitores espirituais.

5 Como avaliar a posição dos espíritas diante das exortações espirituais pedindo mais empenho dos trabalhadores da mediunidade?
Os companheiros conscientes da função da faculdade mediúnica, antes de assumirem as tarefas nesta área, devem refletir, analisar e ponderar para que possa ser entendido o significado do empenho solicitado pelos irmãos espirituais - comprometimento, disciplina, trabalho, dedicação e percepção de que a mediunidade atua no dia-a-dia do médium, pois os iluminados não perdem as oportunidades de usar os instrumentos de redenção espiritual. Os que ainda se mantêm distantes dessas exortações não se deram conta do potencial que possuem como alavanca que proporciona o esclarecimento da vida a si e ao próximo. Essa avaliação seria melhor percebida através de um grande encontro de trabalhadores que atuem nessa área, com o objetivo de refletir e conhecer as necessidades gerais.

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