ENTREVISTA
Néa Faro - Uma vida dedicada ao Espiritismo
Sob a inspiração do Espírito Manuel Philomeno e Miranda (foto), Néa Faro fundou, com um grupo de amigos devotados, o Centro Espírita que leva o nome desse Benfeitor, na comunidade da Polêmica, ali perto do Iguatemi. Foi presidente da Casa até o dia 23 de abril de 2011, quando passou o cargo a Anivan Nery. Chegada do Rio de Janeiro, onde atuou no C. E. Léon Denis ao lado de Altivo Pamphiro, ela colaborou por largo tempo nas atividades assistenciais da FEEB na Casa de Petitinga.
1Começo – O fato de terem chegado a mim os livros espíritas foi uma coisa muito boa. Eu achava que aqueles livros eram todos católicos! Eu não sabia... porque em todos eles estava escrito “obra mediúnica”, mas aos seis anos de idade eu não sabia o que era obra mediúnica e, como falavam só de espíritos bons, para mim todos os espíritos bons só poderiam ser santos. Eu lia, por exemplo, a vida de Neio Lúcio e dizia: “Ah, deve ter sido um grande santo!” A própria “Lídia” – é uma das primeiras obras mediúnicas espíritas, de José Surinach (espírito), completou um século essa obra – e eu achando que era a vida de Santa Lídia. Quando fui me confessar, católica que era, muito ligada à Igreja - eu era da Cruzada Eucarística -, o padre confessor me perguntou: “Menina, o que você está lendo?” Eu disse: “A vida de Santa Lídia!” Eu não sabia que não era a vida de Santa Lídia, essa Lídia era uma das primeiras cristãs do século I. Essas coisas assim deram muita felicidade à minha vida!
2Religiosidade – Aos 13 anos eu escrevi uma Ave-Maria, olhando o céu, porque todo domingo eu ficava, por volta das 18 horas, fazendo reflexão e olhando o céu. Era um hábito. E eu escrevi uma Ave-Maria baseada nesse talento que minha avó me deu. Minha avó não era cristã, era budista, mas me ajudou muito em meu entendimento da vida espiritual. Porque eu sempre tive uma vida muito espiritualizada, né? Afinal, eu era católica, lia a Doutrina Espírita e, além de tudo, também tinha que saber todas as coisas de minha avó, que era budista. Então eu transitava por várias religiões, o que me ajudou muito a respeitar as religiões alheias, de todas as pessoas.
3Trabalho – Lembrando-me da “História do Espiritismo”, escrita exatamente pelo autor daquele... Conan Doyle! Sir Arthur Conan Doyle. Ele diz (pela boca de Sherlock Holmes, criação sua) que “todo criminoso volta ao local do crime”. Então, veja que coisa interessante! Quando me tornei adulta e já tinha poder aquisitivo, eu voltei Àqueles lugares onde morei quando pobre para fazer um trabalho de assistência social. Coisas assim, incríveis, que aconteciam em minha vida. E quando retornei, muitas daquelas meninas diziam: “Mas você, Néa, você não morava aqui? Você não era aquela menina que estudava no Instituto de Educação?” Eu disse: “É, mas eu não terminei os estudos porque queria ser professora”. Aí, uma outra dizia: “Então você me carregou no colo!” E eu: “Exatamente! Vovó fazia eu tomar conta das crianças!”
4Gestão de pessoas – A presidência desta Casa... eu nunca pensei em ser nada como presidente. Eu penso, sabe, que é um grupo de amigos reunidos para que a gente construa uma vida melhor, não somente para a gente, mas principalmente para aqueles que caminham conosco, nesta vida, aqui nesta comunidade. E quem dirige uma Casa Espírita terá que dirigi-la sempre com uma visão de uma pessoa que é uma ajudadora – e a ajudadora terá que ser uma mãe. A mulher já nasce mãe, e o homem terá que ser um pai dessas almas que chegam até aqui, porque todos nós que estamos na Casa Espírita somos almas muito, mas muito devedoras ainda à lei do Eterno Bem. Então, tudo que construirmos em prol de uma vida melhor, juntos, será melhor para todos nós.
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