Creuza Lage, presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia
(Entrevista concedida originalmente à revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira)
Como foram os momentos iniciais do Espiritismo no Estado da Bahia?
Na Cidade do Salvador aconteceram as primeiras lutas em prol da implantação do Espiritismo no Brasil. Luís Olímpio Teles de Menezes, professor, oficial da Biblioteca Pública e jornalista, fundou em 1865 o primeiro núcleo brasileiro – o Grupo Familiar de Espiritismo – e, em 1869, criou o primeiro periódico da propaganda espírita em terras brasileiras – O Eco de Além-Túmulo. Outras figuras importantes juntaram-se ao grande pioneiro, como José Petitinga e Manoel Philomeno de Miranda. A criação da União Espírita da Bahia, como marco histórico do federativismo baiano, e a posterior agregação à união das Sociedades Espíritas da Bahia, deram vez ao surgimento da atual Federação Espírita do Estado da Bahia.
E agora, no que consiste o Movimento Espírita na Bahia?
O Movimento espírita na Bahia, em tempos atuais, reflete o trabalho de companheiros abnegados que agregaram à tarefa suas experiências, espírito de renúncia e compromisso com os princípios kardequianos. Figuras como Francisco Bispo dos Anjos, Ildefonso do espírito Santo, Jayme Batista e Divaldo Franco são testemunhos vivos das lutas em prol da implantação do federativismo na Bahia e da difusão do Movimento dentro dos objetivos unificadores da FEB. Lançaram, esses companheiros, as bases do Movimento Espírita baiano, consolidadas pela ações dos novos trabalhadores, como Adilton Pugliese e Edinólia Peixinho. No momento, temos um trabalho mais atuante junto às instituições espíritas, buscando consolidar uma rede de relações que permita atingirmos os princípios do Movimento: união dos espíritas, unidade dos princípios e organização do Movimento. Dentro desse escopo foram construídas as diretrizes que balizarão o trabalho federativo.
Quais as principais linhas de ação da FEEB?
A Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB), considerando suas finalidades, definiu, para a gestão administrativa de 2006 a 2009, sua visão e missão, seguidas de diretrizes balizadoras de suas ações. A missão: contribuir para o aperfeiçoamento das Casas Espíritas no seu propósito de difundir solidariamente o Espiritismo, no meio social, estimulando a moralização do Homem; a visão: ser reconhecida como instituição presente em todo o Estado da Bahia, através de ações que propiciem a união dos espíritas, a unidade doutrinária e a qualidade do Movimento.
A FEEB desenvolve anualmente uma Agenda Federativa que vem se consolidando e procura reproduzir a estrutura de federativismo da FEB. Os exemplos mais marcantes são a Caravana Baiana da Fraternidade, os Encontros Macrorregionais, os Seminários do Saber Espírita, e o Encontro Estadual de Dirigentes Espíritas.
Outras ações estão representadas pelos denominados Projetos Federativos, que constituem atividades oferecidas ao Movimento pela Diretoria de Qualificação e Orientação Doutrinária, através de suas coordenadorias e setores. São eles o Programa Integrado de Ação Espírita (PAI); o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE); a Capacitação Administrativa para Dirigentes Espíritas (CADE); o Projeto Manoel Philomeno de Miranda (Seminário pra Multiplicadores de Atividades Mediúnicas); o projeto da Rede Social Espírita; a campanha Família, Vida e Paz; e os cursos para passistas e expositores espíritas.
Qual a atividade mais expressiva promovida pela FEEB?
O Congresso Espírita da Bahia tem ao longo dos anos se consolidado como a atividade mais conhecida e esperada pelo Movimento e simpatizantes do Espiritismo. No decorrer de suas 12 edições, o congresso já reuniu mais de 50 mil participantes e tem sido a forma mais expressiva de divulgação do Espiritismo na Bahia. Atrai palestrantes de renome no Brasil e fez surgir outras figuras no cenário nacional. Embora a abrangência do congresso, uma atividade muito importante promovida pela FEEB é a Confraternização das Juventudes Espíritas da Bahia (Conjeb). A qualidade desse evento e seu investimento tornam-no particularmente caro ao Movimento Espírita na Bahia.
Quais as suas expectativas com o Ano do Sesquicentenário?
Maior investimento do Movimento Espírita na qualificação das Casas Espíritas; mais visibilidade do Espiritismo na mídia; maior inserção dos espíritas nos diferentes segmentos da sociedade; sensibilização dos espíritas para a união e a unificação do Movimento; um fortalecimento do Movimento na busca da unidade de princípios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário