segunda-feira, 13 de junho de 2011

Número 5 / Página 4

ENTREVISTA

Maria Schüller em cinco tempos
Maria Schüller é fundadora e dirigente do Grupo Espírita a Serviço do Amor (GESA), localizado no bairro da Caixa D´Água


1Que é o Espiritismo em sua vida?
— É um norte, como o é a Doutrina Espírita, acredito, para quem a tem como roteiro de vida. Quando a encontrei, minha vida tomou outra direção, enxerguei um objetivo maior, em todos os aspectos. É algo que transcende os objetivos menores. Isso dá uma motivação muito grande para se viver. Você descobre coisas novas, recebe novas respostas e vai em busca de mais, recebendo sempre, pois quanto mais se descobre, mais indagações surgem e mais se procura. É algo que dá moticvação para realizarmos mais coisas na vida. E coisas importantes.

2Que contribuição dá o GESA ao movimento espírita baiano?
— O GESA oferece o apio e a força de seu trabalho para o engajamento no movimento espírita, especialmente no fortalecimento do federativismo, junto à FEEB, participando dos eventos. Nosso trabalho se dá principalmente no sentido de ajudar na realização desses eventos. Sempre que necessário a Casa participa com voluntários na administração da FEEB, colaborando com sua diretoria. Eu, por exemplo, sou membro do Conselho Superior da Fundação José Petitinga. Também contribuímos através do teatro, algo marcante para o movimento, ocupando alguns espaços com peças espíritas tanto para o público espírita quanto para a comunidade em geral, o que tem repercutido favoravel-mente. Atualmente, temos nos ocupado mais com a realização de oficinas de teatro, como forma de proporcionar autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

3O que significa a psicopictografia em seu aprendizado mediúnico?
— Quando desabrochou, foi uma coisa maravilhosa em minha vida. Eu me reconhecia médium de psicofonia e psicografia, intuitiva... de forma muito aguçada. Jamais me imaginei na pintura mediúnica. Então, foi uma surpresa. Demorei para me convencer de que não era uma fascinação. Tinha medo de ser algo de minha vaidade, porque trata-se de uma categoria especial de mediunidade, segundo O Livro dos Médiuns. Como não tenho habilidade para as artes plásticas, só para o teatro, achei difícil que acontecesse comigo. Mas é muito prazeroso ser médium dos artistas. Vivo momentos belos, agradáveis... você vê algo delicado e tocante, sensibilizando as pessoas. Muitos vêem apenas o fenômeno, mas a gente que faz e o público que assiste vemos diferentemente: há emoção, lidamos com muitas energias e sentimos mais fortemente a ligação com os espíritos.

4Que lições o século XXI oferece ao espírito encarnado?
— Creio que a maior lição é a da necessidade da prática da alteridade por parte de nós, espíritas; de estarmos atentos ao outro, às nossas relações. Claro que primeiramente o indivíduo precisa voltar-se para si mesmo, pois é necessário aperfeiçoar-se moral e eticamente. A globalização, trazendo a pujança da tecnologia e o fenômeno da Internet, chama nossa atenção para isso. A gente se vê não mais isolado, agora, sempre com o outro e em contextos específicos. Convém despertarmos para essa nova realidade, para que as coisas tenham resultado efetivo e mais abrangente.

5O que dizer a quem chega hoje ao conhecimento da Doutrina Espírita?
— É interessante notar que as pessoas  ultimamente estão buscando muito a Doutrina para encontrar apoio para seus problemas emergenciais. Quando começamos, há 20 anos, nosso foco era o estudo e as pessoas correspondiam a isso, nossa casa costumava atrair muita gente. Hoje, talvez por haver mais centros espíritas, vemos a situação diferente. A busca, agora, é por respostas imediatas, sem se pensar que isso pode vir com o estudo da Doutrina. Isso pede flexibilidade aos dirigentes de casas espíritas: é dar acolhimento, orientação para a superação das dificuldades e oferecer a Doutrina de forma mais... Antes, éramos muito exigentes, as pessoas tinham de se dar por inteiro. Hoje compreende-se a dificuldade decorrente das condições de insegurança e de transporte, por exemplo, de forma que o centro espírita aceita o que as pessoas podem oferecer ante tal situação, dando em troca o suporte de energia e esclarecimento.

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