CULTURA
As duas portas
Jéssica Néri - diretora do Departamento de Comunicação Social do Centro Espírita Lar João Batista
É muito comum ouvirmos nos centros espíritas que chegamos à Doutrina por duas portas: a do amor ou a da dor. A maioria de nós chegou pela segunda porta, através da dor. Os sofrimentos angústias e incertezas que permeiam nossas existências, acabam por ser os grandes impulsionados de nossa busca pelo conforto espiritual. Mas será que não existe uma outra alternativa? Será que só através do sofrimento reconhecemos os benefícios que a fé pode nos trazer?
Em meio às atividades habituais dos centros espíritas – passes, mediúnicas, doutrinárias, grupos de estudo – existe uma que está adquirindo cada vez mais espaço: a Evangeli-zação. Seja infantil ou juvenil, o trabalho de evangelização nas casas espíritas é essencial para a renovação do quadro de trabalhadores destas casas. É de pequeno que se aprende e cabe a nós, espíritas, arregaçarmos as mangas para ensinar.
Mas não devemos acreditar que a função da Evangelização é formar futuros espíritas. Nossas portas devem estar abertas a todos, especialmente aos mais carentes. No trabalho como evangelizadora que realizo no Lar João Batista desde 2005, observo que as crianças e jovens que mais necessitam de suporte são filhos de pessoas que não freqüentam o centro. Quando digo “suporte”, me refiro não só às instruções doutrinárias, mas, principalmente, ao afeto. A evangelização, enquanto prática dos ensinamentos do Evangelho, é, acima de tudo, doação de afeto. As crianças e jovens precisam se sentir queridos para estarem abertos aos ensinamentos que temos a lhes oferecer e só através do carinho e da confiança é que podemos conseguir resultados satisfatórios.
Através deste trabalho, temos oportunidades de transmitir aos evangelizandos ensinamentos que lhes poderão ser úteis por toda a sua existência terrena – e principalmente após ela. É possível que não vejamos as sementes que plantamos germinarem, mas devemos ter em mente que, o mais importante, é dar a eles o conhecimento necessário para que possam ter consciência das escolhas que farão futuramente.
Assim como a maioria, cheguei à Doutrina Espírita através da dor, com apenas 16 anos. Naquela época acreditava que o mundo era um lugar hostil, sempre pronto a me fazer cobranças. Ficava esperando que “milagres” caíssem do céu, mas nunca fazia nada em prol de ninguém, nem de mim mesma. Tive que assistir a muitas doutrinárias até perceber que se quisermos receber as graças que o mundo pode nos oferecer, temos que fazer algo para merecer isso. Só quem planta gratidão pode recebê-la. Vejo na Evangelização uma forma de retribuir ao mundo o aprendizado que a Doutrina me ofertou, ensinando às crianças o pouco que sei. Talvez elas, um dia, possam se orgulhar em dizer que chegaram à Doutrina pela Porta do Amor.
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POESIA
Meu sonho
Angélica Santos
Como um pássaro voando
me vejo sempre a sonhar
voando em busca de um mundo
que me permita amar
Amar o mundo em que vivo
tirando-o da escravidão
dos vícios e dos infortúnios
das mágoas e da solidão
Mostrar para os meus semelhantes
que sozinhos não avançamos
que o sol nasce mais brilhante
quando ao bem nos dedicamos
Dediquemos, pois, a nossa vida
ajudando mentes a brilhar
pelos caminhos tortuosos
em que devemos marchar
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Programação de Atividades do C. E. Lar João Batista
Reuniões doutrinárias:
Segunda-feira - 20 horas;
Quinta-feira - 16 horas.
Passes:
Segunda a sexta - 16 às 18 horas;
Quarta-feira - 10 às 11 horas;
Quinta-feira - 19 às 20 horas;
Sábado - 15h30 às 16h30.
Entrevistas:
Quarta-feira - 9 às 11 horas;
Sexta-feira - 15h30 às 18 horas.
Evangelização (inclusive pré-juventude):
Sábado - 8h30 às 10.
Curso básico:
Quinta-feira - 20 às 21h30;
Domingo (a partir de maio) - 9h30 às 11 horas.
Grupos de estudo:
Terça-feira - 20 às 21h30;
Quarta-feira - 9 às 10 horas;
Quinta-feira - 20 às 21 horas;
Sexta-feira - 15 às 16 horas;
Sábado - 15 às 16 (turma 1) e 17 às 18 horas (turma 2).
Escola mediúnica:
Quinta-feira - 20 às 21 horas;
Sábado - 15 às 16h30.
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