segunda-feira, 13 de junho de 2011

Número 6 / Página 4

CINEMA

Bezerra, um fenômeno nos cinemas


Há alguns anos, o escritor cearense Luciano Klein Filho, espírita, resolveu desenvolver um projeto grandioso: manter viva a memória do médico Adolfo Bezerra de Menezes, nascido no Ceará embora radicado no Rio de Janeiro, onde formou-se em Medicina, casou-se e exerceu atividades de militar e político. Sua vida, porém, tanto pessoal quanto profissionalmente, ganharia relevo ao converter-se à fé no Espiritismo, do qual foi intransigente defensor e cujas idéias divulgou na imprensa e na tribuna da Federação Espírita Brasileira, sendo cognominado o “Kardec brasileiro”.
Essa história, ou boa parte dela, é contada no filme “Bezerra de Menezes: o diário de um espírito”, em cartaz nos cinemas do Brasil desde o dia 29 de agosto, data do nascimento deste que também foi um campeão da caridade e ficou conhecido como “médico dos pobres”.
O filme é um documentário idealizado a partir das pesquisas de Luciano Klein Filho, sob a direção dos cineastas cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel. O elenco traz a participação dos atores “globais” Carlos Vereza, Lúcio Mauro, Ana Rosa e Caio Blat, dentre outros. O mais notável é que esse documentário brasileiro tem quebrado recordes de exibição e não apenas graças ao público espírita, pois, segundo a imprensa especializada tem apurado, muitos expectadores de outras crenças têm visto e gostado do filme, recomendando-o a amigos e parentes.
O fato é que o os resultados têm surpreendido os produtores, que procuram explicações para esse verdadeiro fenômeno de bilheteria. Desde sua estréia, o filme já foi assistido por milhares de pessoas, fazendo com ele permaneça por mais tempo em cartaz, fato só comparável às produções de Xuxa e Renato Aragão.

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Alma gêmea

Euclésia Costa - vice-presidente do C. E. Lar João Batista



A linguagem figurada faz parte do verbete individual do falante da Língua Portuguesa, está incorporada em seu universo lingüístico. São muitas as palavras e expressões usadas nas sentenças formuladas no cotidiano em sentido conotativo, como, por exemplo, “alma gêmea”, que popularizou-se como tema de músicas cantadas por diversos intérpretes da música popular brasileira, por versos de inúmeros poetas e livros de, dentre outros, Dulce Regina Braga, Fausto Oliveira, Marília Borges e Franklin Delano. Enfim, é assunto de artigos, telenovelas, encenações teatrais e bate-papo informal entre amigos.
Buscar entender o significado da expressão “alma gêmea” é transcender, penetrar num universo mágico e subjetivo do sonho, onde emoções e sentimentos são senhores da razão. A palavra “alma” denota essÊncia, princípio da vida, faculdade mental, afetiva e moral do homem; já o vocábulo “gêmea” significa igual, idêntico. A união das duas simboliza “espíritos iguais”, “almas idênticas” que, segundo a cultura popular, estão predestinadas a viver juntas por toda a eternidade, uma não saberia viver e ser feliz se não for ao lado da outra. Vive-se, portanto, a busca da “cara-metade”, que está em algum lugar e cujo lema é : procuro meu par.
A Doutrina Espírita, em O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec em 1857, declara que “alma” é espírito encarnado, princípio inteligente do universo, criado por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente por seus próprios esforços. Esta é individual, pessoal e particular, portanto, não existe um espírito igual ou idêntico a outro. A cada ida e vinda no mundo corpóreo e incorpóreo, a alma vai se depurando e se relacionando com outras, criando laços afetivos e fraternos que se intensificam à medida que os gostos e sentimentos vão se manifestando. AO longo da caminhada evolutiva, além dos espíritos afins, surgem também, nos dois planos, terreno e espiritual, os desafetos como provas de resgate, pois Deus, como pai de amor e bondade, nos oportuniza o reajustamento criando situações onde podemos revisar nossa conduta moral e ética diante de experiências vividas, pois só assim será possível reescrever nossa história.
Os laços de afeto que unem os espíritos que se afinizam farão com que um esteja sempre à procura do outro, independentemente do plano em que estejam. Sendo assim, “alma gêmea”, na linguagem figurada, denota “almas afins”, já que ficou claro que esses espíritos possuem sua individualidade, não são portanto iguais, nem idênticos, têm projetos de vida a serem cumpridos, onde o relacionamento afetivo, o crescimento e a aprendizagem fazem parte de sua caminhada evolutiva.

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