sexta-feira, 10 de junho de 2011

Número 4 / Página 3

DOUTRINA

Morte: refúgio? Fuga? Alívio? Ou...

Euclésia Costa - vice-presidente do C. E. Lar João Batista


Na primeira metade do século XIX surge no cenário literário rbasileiro um novo estilo de época, o Romantismo, que no primeiro momento se insurgiu contra a sociedade industrial que desper-sonalizava o homem. Os jovens escritores nacionalistas, ufanistas, foram consegrados pela crítica, pois existia uma identificação do público leitor com os ideais contidos no projeto político-social dos nossos poetas.
Em segundo momento, denominam-se byronianos, ultra-românticos ou poetas do mal do século, pois, afastados do projeto inicial e sem proposta para defender, aproximam-se dos ideais de uma das correntes européias lideradas por Lord Byron, um inglês que defendia a boêmia, sexo desregrado, desilusão pela vida e obsessão pela morte, que representada a solução dos problemas.
Apresentavam uma poesia cheia de amargura, melancolia, angústia, pessimismo, lamentações, tristezas... enfim, macabra, trágica e sombria: “Minha alma é triste como a flor que morre / Perdida à beira de um riacho ingrato” (Casimiro de Abreu). Encontravam na morte um refúgio para seu grito de dor, onde o espírito deixa a matéria sofredora e segue rumo a outro mundo. A morte é passagem pára um mundo onde a vida é diferente, jubilosa: “Livre dos vícios, livre dos pecados / sobre a eterna morada revestido / de formas luminosas” (Fagundes Varela).
Os jovens poetas enfocam em suas poesias a dualidade corpo x alma, matéria x espírito, pois acreditavam na vida pós-morte: “Pensamento gentil de paz eterna / Amiga morte vem, tu é o temo / De dois fantasmas que a existência forma / - Dessa alma vã e desse corpo enfermo” (Junqueira Freire). Os byronianos viam a vida como indesejada e invocavam a morte chamando-a de “amiga amada”, nela buscando alívio para suas enfermidades, desilusões e sofrimentos. Representava a libertação das dores físicas e morais: “Mas essa dor da vida que devora / A ânsia de glória, o dolorido afã... / A dor no peito emudecerá ao menos / Se eu morresse amanhã” (Álvares de Azevedo).
Na segunda metade do século XIX, através de pesquisas científicas espiritualistas, Allan Kardec codifica a Doutrina dos Espíritos, confirmando a existência de vida espiritual. Escreveu obras com a finalidade de esclarecer sobre o mundo invisível e a imortalidade do espírito, que guarda um arcabouço de conhecimentos adquiridos nas diversas existências, os quais são ampliados, renovados, atualizados, lapidados, burilados, até que alcance a perfeição, curando enfermidades físicas e morais.
Segundo a Doutrina dos Espíritos, desejar morrer é uma insensatez e consolidar o ato, voluntariamente ou não, é estupidez, já que a vida sofre uma interrupção brusca por algo inútil, pois com a morde a vida não se extingue, não acaba e nem desaparece. Portanto, a autodestruição não existe. A consciência não se aniquila, por ser a inteligência uma propriedade do espírito, que nas várias existências armazena experiências que podem leva-lo a contrair débitos ou créditos.
Descobrir-se vivo quando se atenta conta a própria vida gera desgosto, decepção, por não ter alcançado o objetivo, pois as dores físicas e morais sobrevivem ao plano físico. No mundo espiritual somos o que somos aqui, portanto, os problemas da vida terrena transportam-se para o mundo invisível, continuam existindo. Morte não é solução dos problemas, mas, sim, a aquisição de mais um débito a ser resgatado nas diversas vidas.
Deus respeita o livre-arbítrio de seus filhos, mas não os abandona; por essa razão, tentará de todas as formas persuadir o voluntário ao suicídio a mudar a faixa vibratória, buscando uma nova sintonia e não consolidando o ato impensado. Caso este se consolide, a Justiça divina entra em ação, oportunizando o suicida, através das reencarnações, a uma reforma íntima que levará à cura das dores físicas e morais, alcançando a perfeição.

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Agenda federativa 2008

Abril
6 - Assembléia Geral Ordinária
11 a 13 - Comissão Regional Nordeste em Natal/RN (Diretoria Executiva); Caravana Baiana da Fraternidade - Capital e Interior
(Conselhos Distritais e Conselhos Regionais).
26 - Conselho Deliberativo.

Maio
Caravana Baiana da Fraternidade - Interior (Conselhos Regionais).
17 - Conselho Deliberativo.
24 - Sábado Federativo (Diretoria Executiva).
31 - Evento da Ação Mediúnica (Coord. de Ação Mediúnica).

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